quarta-feira, 30 de maio de 2012

É o início de uma crise institucional, diz Aécio sobre Lula e Mendes

Em encontro nacional do PSDB em Brasília, senador tucano afirma que “houve excesso que será julgado pela população”



Em encontro nacional do PSDB em Brasília, senador tucano afirma que “houve excesso que será julgado pela população”



“Lula dizia que ia mostrar o comportamento adequado de um ex-presidente, até para contestar alguns artigos de Fernando Henrique Cardoso. Não era essa a expectativa de quem acreditou na palavra dele. Felizmente, temos instituições sólidas e saberemos enfrentar esse início de crise institucional”, afirmou.


Ontem, Gilmar Mendes acusou Lula de repassar informações inverídicas divulgadas por “gângsteres”. A declaração do ministro ocorreu um dia após o ex-presidente desmentir um suposto lobby para adiar o julgamento do mensalão para depois das eleições.


Para o senador tucano, as declarações “surpreenderam o País”, mas que servirão de exemplo para o futuro. “Fica um exemplo de que ninguém está acima da lei e ninguém pode tudo num País que preza a democracia. Houve um excesso que será julgado pela população brasileira”, disse.


Ausência de Serra

Falando em nome da direção do partido, Aécio Neves abriu o encontro nacional de pré-candidatos do PSDB nas 100 maiores cidades do País. O pré-candidato de São Paulo, a maior cidade do País, no entanto, não compareceu.

De acordo com o secretário-geral da legenda, deputado federal Rodrigo de Castro, o horário do evento foi definido de acordo com a agenda do ex-governador José Serra, para que ele pudesse conciliar a reunião partidária com a sabatina no SBT nesta tarde. A ausência dele foi lamentada pelos participantes e sua campanha derrotada em 2010 foi usada como exemplo de falha na legenda.

“O Serra ganhou 48% dos votos nessas cidades, quase metade. Em 2010, se tivéssemos feito outro tipo de campanha, o resultado final seria diferente. Faltou solidariedade por parte dos candidatos do PSDB à campanha presidencial”, analisou o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE). O deputado pediu aos participantes que corrijam este erro para o futuro.



Cabral diz não temer quebra de sigilo da Delta

Governador do Rio se irritou com pergunta e disse que a amizade com o ex-dono da Delta não é suficiente para levá-lo à CPI.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse na manhã desta quarta-feira que "não teme" a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da Delta Construções, aprovada na terça-feira pela CPI do Cachoeira do Congresso Nacional.



            Cabral disse que não tem medo de ser convocado pela CPI do Cachoeira

Essa não é a primeira vez que Cabral fala sobre o caso desde 27 de abril, quando vieram à tona fotos dele em festas em Paris com secretários estaduais e com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta e seu amigo pessoal. Sobre a viagem à capital da França, o governador disse no último dia 10 que serviu "para melhorar a imagem do Rio lá fora". "Essa viagem (setembro de 2009 a Paris) serviu para melhorar a imagem do Rio lá fora. Internacionalmente, a cidade tinha uma imagem de decadência, e nós revertemos isso. Nós trabalhamos desde 2007 para recuperar a imagem do Estado", disse à época.


A empreiteira já recebeu R$ 1,49 bilhão em contratos com o governo do Rio durante a gestão Cabral. As fotos das confraternizações em Paris foram reveladas pelo blog do deputado federal Anthony Garotinho (PR), adversário de Cabral.

Cabral irritou-se ao ser perguntado por um jornalista se ele temia a quebra do sigilo da Delta. "Por que eu temeria? Acho até um desrespeito da sua parte me perguntar isso. Uma coisa é a relação pessoal que eu tenho com empresários ou não empresários. Outra coisa é a impessoalidade da decisão administrativa. Essas ilações são de uma irresponsabilidade completa, um desrespeito completo com a minha pessoa, com a administração que a gente vem fazendo aqui, com os meus secretários de Estado. Porque os secretários partem sempre da premissa e reconhecem a gestão impessoal que a gente tem feito, da imparcialidade e da autonomia dos secretários. Eu duvido que algum secretário meu diga: `bom, o governador um dia ligou para pedir a nomeação de A, B ou C, ou para influenciar em qualquer decisão administrativa'. Por que eu temeria?".

Cabral disse ainda que não vai se oferecer para ser ouvido na CPI do Cachoeira, como fez o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), nesta terça-feira. "O governador de Goiás tem as razões dele e eu respeito. Há 250 mil gravações e meu nome não aparece em nada. Não é o fato de uma amizade que me levaria a ir em qualquer lugar, mas eu respeito o governador de Goiás e tenho certeza que ele terá a oportunidade de se defender". Cabral participou nesta quarta-feira da inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Alemão, que vai atender cerca de 20 mil moradores dos morros do Alemão e da Pedra do Sapo, na zona norte do Rio.

Com Agência Estado


terça-feira, 29 de maio de 2012

Planejamento para a Rio+20 não prevê alterações na rotina da cidade, diz prefeito do Rio






A Prefeitura do Rio de Janeiro divulgou nesta terça-feira (29) o planejamento operacional para a conferência Rio+20, que será realizada na capital fluminense entre os dias 13 e 22 de junho. A princípio, o governo municipal não fará grandes intervenções na rotina da cidade, principalmente em relação ao trânsito --a possibilidade de criar faixas seletivas foi descartada.

A CET-Rio planejou uma única interdição entre 17h e 18h30 na avenida Salvador Allende, no dia 20, em função de uma cerimônia que marcará a chegada dos mais de cem chefes de Estado credenciados para a conferência. O evento contará com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff.

Já a avenida Niemeyer, que faz a conexão entre os bairros de Copacabana, na zona sul, e da Barra da Tijuca, na zona oeste, funcionará em mão única nos dias em que as comitivas internacionais (a maioria hospedada nos hotéis luxuosos da zona sul) utilizarem batedores para percorrer o trajeto até o Riocentro.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou em entrevista coletiva que os cidadãos cariocas e fluminenses serão beneficiados pelo legado da Rio+20, onde estarão reunidos "mais de 80% do PIB [Produto Interno Bruto] mundial", segundo ele, e por isso devem ter "compreensão" e "receber bem os turistas". "O Rio vai ser uma espécie de capital do mundo", resumiu Paes.

Para reduzir a circulação de carros na cidade e evitar congestionamentos, os governos municipal, estadual e federal decretaram ponto facultativo para servidores públicos nos dias 20, 21 e 22 de junho, datas em que ocorrerão as principais reuniões da Rio+20, no Riocentro.

Paes admitiu que o deslocamento dos chefes de Estado, o que corresponde a diferentes protocolos de segurança, pode causar problemas para a população. Por isso, o prefeito fez dois pedidos aos cariocas e fluminenses: optar pelo transporte público e evitar a circulação nas proximidades das áreas dos eventos da conferência.

De acordo com o planejamento operacional do governo, foram definidos dois corredores principais para facilitar o deslocamento das comitivas internacionais. O primeiro parte do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e segue pela Linha Vermelha, viaduto do Gasômetro, viaduto da Perimetral e aterro do Flamengo até chegar nos bairros da orla da zona sul.

Já a segunda opção tem início na zona sul e segue pela avenida Niemeyer, estrada da Gávea, avenida das Américas até chegar na avenida Salvador Allende, onde está situado o Riocentro.

A Prefeitura do Rio informou ainda que as frotas de ônibus municipais funcionarão com 100% de seus efetivos.

Plano de segurança

O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou na segunda-feira (28) que cerca de 15 mil homens e mulheres serão responsáveis pelo esquema de segurança na conferência Rio+20. A novidade será a instalação de um centro de prevenção a ataques cibernéticos, cujo investimento foi de R$ 20 milhões custeados pelo governo.

“Essa parte de defesa cibernética diz respeito a uma ameaça nova, e nós temos que lidar com essa ameaça que pode também causar transtornos para a conferência. (...) Sabemos que são coisas que acontecem no mundo de hoje. Você tem que estar prevenido", disse.

"É claro que nenhum país do mundo consegue garantia absoluta de 100%, mas acho que estamos bem preparados para dar tranquilidade ao evento. Os documentos estarão disponibilizados da maneira adequada, com toda a segurança que é possível fazer", completou o ministro. Segundo ele, nenhuma ameaça neste sentido foi detectada previamente.

Do efetivo total, serão deslocados 8.000 soldados e oficiais das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), o que inclui guarnições de outros Estados, a exemplo da brigada de Juiz de Fora (MG) e da aviação do Exército de Taubaté (SP). Além disso, o plano de segurança terá 7.000 homens das polícias Civil, Militar e Federal, a Guarda Municipal, e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Na perspectiva do Ministério da Defesa, manifestações de ativistas e de movimentos sociais devem "transcorrer dentro da normalidade", e caberá principalmente à Polícia Militar administrar os possíveis protestos. Segundo Amorim, todos os atos serão respeitados como "manifestações de opinião".

"Não sei se haverá razões para protestos. Em relação a manifestações, é natural que aconteça e elas terão que ser tratadas para garantir a segurança de todos e com o respeito devido à manifestação de opinião, algo que nós prezamos muito em um regime democrático", disse Amorim.

O departamento de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) será responsável por cumprir os protocolos no perímetro do Riocentro, com o apoio de tropas de fuzileiros navais. O espaço público que deverá contar com o maior número de manifestações é o aterro do Flamengo, na zona sul, onde será sediada a Cúpula dos Povos.

Amorim garantiu que as Forças Armadas atuarão não só no patrulhamento terreste, mas também no monitoramento do espaço aéreo e na guarda marítima adjacente. Questionado sobre um possível fechamento dos aeroportos do Rio --Galeão e Santos Dumont--, o ministro da Defesa afirmou "não ter ouvido nada a respeito".

"Há um espaço relativamente restrito que é a proteção do espaço aéreo do próprio Riocentro, e haverá a chegada dos aviões como em qualquer evento desse tipo, onde será dada prioridade aos voos dos chefes de Estado. Mas não se falou nada sobre fechamento de aeroportos", disse o ministro.

Segundo o general Adriano Pereira Júnior, há possibilidade de que as restrições do espaço aéreo em face à chegada das comitivas internacionais provoquem alterações aleatórias na aviação civil. No entanto, ele acredita que isso só ocorreria caso "alguma situação saísse da normalidade".

De acordo com o Exército, todos os chefes de Estado desembarcarão no Rio de Janeiro utilizando a base da força aérea na Ilha do Governador, na zona norte da cidade. Mais de 400 batedores e 30 helicópteros, além de tanques das Forças Armadas e blindados das polícias do Rio, darão apoio logístico para a segurança do evento. Nenhuma favela será ocupada.


Advogado de Cachoeira, Thomaz Bastos é acusado de lavagem de dinheiro


O criminalista Márcio Thomaz Bastos já foi advogado do hoje ex-presidente Lula, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (1987) e ministro da Justiça entre 2003 e 2007. Hoje defende o bicheiro Carlos Augusto Ramos, pivô da CPI do Cachoeira. Se depender de uma representação feita pelo procurador Regional da República no Rio Grande do Sul Manoel Pastana, Bastos será investigado agora por supostamente ter praticado crime de lavagem de dinheiro ou receptação não intencional de recursos de atividades criminosas. Pastana ingressará com a ação contra Thomaz Bastos nesta terça-feira (29). O Congresso em Foco teve acesso com exclusividade à ação movida por Pastana.

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Para Pastana, o fato de Thomaz Bastos receber R$ 15 milhões em honorários para defender Cachoeira é indício de crime. Na representação à Procuradoria da República em Goiás, Pastana argumenta que o bicheiro não tem recursos de origem lícita para bancar tamanha despesa. Assim, ele quer saber de que forma ele paga os serviços do ex-ministro da Justiça. Para tanto, o procurador pede a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Thomaz Bastos e informações ao Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) sobre eventuais movimentações ilegais de dinheiro do exterior.

Na opinião de Pastana, são claros os “indícios” de que Bastos cometeu ou está prestes a cometer um crime. E poderia mesmo ser preso. “A prisão em flagrante é possível, caso o advogado seja pego recebendo os recursos oriundos de condutas ilícitas praticadas por Cachoeira”, argumentou Pastana no documento, que deve ser protocolado nesta terça-feira (29) no Ministério Público Federal.

Thomaz Bastos foi informado da representação no início da noite de ontem. Ele disse ao Congresso em Foco que poderia prestar esclarecimentos às 21h, mas, no horário combinado, não atendeu mais ao telefone e nem respondeu às mensagens de texto enviadas.

Bens bloqueados

Cachoeira está com os bens bloqueados. Assim, ele não tem como pagar R$ 15 milhões a Thomaz Bastos para defendê-lo. “A medida restritiva parece não ter sido suficiente, porquanto, se o fosse, ele não teria condições de custear o contrato advocatício”, disse Pastana na representação. Segundo noticiou no domingo (27) a coluna Radar, da revista Veja, Bastos disse que são os amigos que custeiam as despesas de clientes em situações como estas. A mesma revista informou que os R$ 15 milhões foram divididos em três parcelas, a primeira já paga.

Na representação ao Ministério Público Federal em Goiás, Pastana disse que a lei da lavagem de dinheiro impede alguém de adquirir ou receber valores provenientes de crimes contra a administração pública ou praticados por organização criminosa – caso de Cachoeira. Se não há indício de branqueamento de recursos, o procurador entende que o art. 180 do Código Penal prevê a receptação não intencional de “coisa que sabe ser produto de crime”. Na mesma situação enquadra-se quem recebe valores que, “pela condição de quem a oferece”, permitem presumir-se terem sido obtidos com crimes, diz o mesmo artigo da lei.

Este é o caso, de acordo com Pastana. “Toda sociedade brasileira sabe que Cachoeira não tem condição de pagar honorários elevados com renda lícita; logo, é de se presumir que os recursos foram obtidos por meio criminoso”, argumentou.

Assassino

Apesar de não embasar seu pedido em questões morais, o procurador disse que Bastos agiu de maneira antiética. Ele disse não ser “razoável” que Thomaz Bastos, que, como ministro da Justiça, teve a missão de “defender o Estado brasileiro da ação deletéria de infratores”, agora passe a defender um desses infratores. “Isso fere de morte a ética e a moral.”

Pastana disse na representação que, se nada for feito, Carlinhos Cachoeira vai se aproveitar dos resultados dos crimes cometidos por ele. “Permitir que o dr. Márcio Thomaz Bastos usufrua de tais recursos seria o mesmo que (…) entender lícito que o advogado receba honorários de assassino, que paga sua defesa com o dinheiro recebido para matar a vítima”, criticou.

O procurador disse ao Congresso em Foco que não é contra que os criminosos em geral tenham advogados pagos, o que seria uma limitação antidemocrática à defesa deles. Entretanto, Pastana afirmou que eles têm que pagar honorários de acordo com os recursos lícitos que possuem. Ou utilizar os serviços da Defensoria Pública.




Oposição pede inquérito contra o ex-presidente Lula

http://noticias.uol.com.br/videos/assistir.htm?video=oposicao-pede-inquerito-contra-o-expresidente-lula-0402CC9B3760C8C12326

Partidos da oposição no Congresso pediram a abertura de inquérito contra o ex-presidente Lula por causa da reportagem da revista Veja, publicada esta semana, na qual é apontada uma suposta pressão do ex-presidente para que o julgamento do caso do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) fosse adiado. O assunto foi um dos mais comentados nos pronunciamentos em plenário desta segunda-feira (28).

sábado, 26 de maio de 2012

Lula propôs ajuda em CPI para adiar mensalão, diz Gilmar Mendes

Folha.com

O ex-presidente Lula procurou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão.

Em troca da ajuda, Lula ofereceu ao ministro, segundo reportagem da revista "Veja" publicada neste fim de semana, blindagem na CPI que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários.

Então presidente, Lula conversa com o ministro do STF Gilmar Mendes em evento que aconteceu em 2009 em Brasília.Mendes confirmou hoje (26) à Folha o encontro com Lula e o teor da conversa revelada pela revista, mas não quis dar detalhes. "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", afirmou o ministro.

O encontro aconteceu em 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro do governo Lula e ex-integrante do Supremo.

Lula disse ao ministro, segundo a revista, que é "inconveniente" julgar o processo agora e chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado por suas ligações com Cachoeira.

Membro do Ministério Público, Demóstenes era na época um dos principais interlocutores do Poder Judiciário e de seus integrantes no Congresso Nacional.

A assessoria de Lula disse que não iria comentar.

Na conversa, Gilmar ficou irritado com as insinuações de Lula e disse que ele poderia "ir fundo na CPI".

De acordo com a reportagem da "Veja", o próximo passo de Lula seria procurar o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, também com o intuito de adiar o julgamento do mensalão.

Em recente almoço no Palácio do Alvorada, na ocasião da instalação da Comissão da Verdade, Lula convidou Ayres Britto para tomar um vinho com ele e o amigo comum Celso Antonio Bandeira de Mello, um dos responsáveis pela indicação do atual presidente do Supremo.

À Folha Britto também confirmou o convite, mas disse que não percebeu qualquer malícia em Lula e que o encontro não ocorreu.

"Estive com Lula umas quatro vezes nos últimos nove anos e ele sempre fala de Bandeirinha. Ele nunca me pediu nada e não tenho motivos para acreditar que havia malícia no convite", disse. Ele diz que a "luz amarela" só acendeu quando Gilmar Mendes contou sobre o encontro, "mas eu imediatamente apaguei, pois Lula sabe que eu não faria algo do tipo".

Na última sexta-feira (25), em Salvador, Ayres Britto disse que os ministros do STF "estão vacinados contra todo tipo de pressão". "Ainda está para aparecer alguém que ponha uma faca no pescoço dos ministros do STF."

sexta-feira, 25 de maio de 2012

12% da população vive em área com esgoto a céu aberto

Pelo menos 18,5 milhões de pessoas - quase a população de Minas Gerais - vivem em áreas urbanas com esgoto a céu aberto diante de suas moradias. Elas representam 12% da população pesquisada pelo IBGE no levantamento sobre o entorno dos domicílios. Os números do Censo 2010 mostram que 11% das moradias em áreas urbanas estão próximas a valas ou córregos onde o esgoto domiciliar é despejado diretamente. São 5,1 milhões de residências.

Um quarto (24,9%) dos domicílios pobres, com renda per capita mensal de até um quarto do salário mínimo, está diante de esgoto a céu aberto, proporção de cai para apenas 3,8% nas moradias com renda superior a dois salários mínimos por pessoa. Um terço (32,2%) das moradias da Região Norte tem esgoto a céu aberto no entorno. A menor proporção, de 2,9%, está no Centro-Oeste.

Os resultados seriam ainda piores se o levantamento incluísse todos os domicílios de favelas, mas a pesquisa excluiu as 'áreas sem ordenamento urbano regular', equivalente à maior parte do território das favelas. Segundo o IBGE, foram analisados apenas os domicílios que estão em quadras ou quarteirões.

Os recenseadores encontraram 2,3 milhões de domicílios (5% do total), onde vivem 8 milhões de pessoas, com lixo acumulado na parte externa, na data da coleta de dados.

Iluminação e pavimentação

A iluminação pública é o item com melhores resultados e está no entorno de 96,3% dos domicílios. Pavimentação chega a 81,7% das residências, ou seja, quase 20% dos domicílios urbanos brasileiros estão em ruas sem asfalto, paralelepípedo ou outro tipo de pavimentação.

Entre os itens pesquisados, o que teve pior resultado foi a acessibilidade de pessoas que usam cadeiras de rodas. Apenas 4,7% dos domicílios urbanos têm rampa na quadra onde estão localizados. No entorno dos domicílios pobres, de renda de até um quarto do salário mínimo per capita, a proporção é de apenas 1% e chega a 12% nos domicílios com mais de 2 salários mínimos per capita da renda. No Norte e no Nordeste, são apenas 1,6% de residências com rampa para cadeirantes no quarteirão. No Sul e Centro-Oeste, são 7,8%.

Dilma decide vetar 12 itens e fazer 32 mudanças no Código Florestal Brasileiro | Agência Brasil

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar 12 itens do Código Florestal e fazer 32 modificações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O governo vai editar uma medida provisória (MP) para regulamentar os pontos que sofreram intervenção da presidenta. Os vetos e a MP serão publicados na edição de segunda-feira (28) do Diário Oficial da União.

'Foram 12 vetos e 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado, cinco correspondem a dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo', resumiu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao anunciar as decisões.

Entre os pontos vetados está o artigo que trata da consolidação de atividades rurais e da recuperação de áreas de preservação permanente (APPs). O texto aprovado pelos deputados só exigia a recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios de até 10 metros de largura. E não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas APPs nas margens de rios mais largos.

Os vetos estão sendo apresentados pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no Palácio do Planalto.

O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou de fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado. Os vetos presidenciais podem ser derrubados pelo Congresso Nacional, desde que tenham o apoio da maioria absoluta das duas Casas - Senado e Câmara - em votação secreta.



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Governo publicará na web salários e vantagens dos funcionários públicos

O decreto que regulamenta a lei foi assinado pela presidente Dilma Rousseff"

SÃO PAULO - O decreto que regulamenta a Lei de Acesso à Informação, assinado na quarta-feira (16/05) pela presidente Dilma Rousseff e publicado nesta quinta-feira (17/05) no Diário Oficial da União, obriga órgãos e empresas do governo federal a publicar na internet os salários e vantagens de todos os funcionários públicos concursados e detentores de cargos de confiança.

A aplicação desta regra pelo Poder Executivo deve constranger o Legislativo e o Judiciário a fazer o mesmo, acabando na prática com o sigilo da remuneração nos órgãos públicos. Governos estaduais e prefeituras, se não seguirem pelo mesmo caminho, poderão ser alvo de ações na Justiça.

Veja o trecho do decreto que cita a remuneração aberta:

CAPÍTULO III

DA TRANSPARÊNCIA ATIVA

ART. 7º É dever dos órgãos promover, independente (sic) de requerimento, a divulgação em seus sítios de internet de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas (....)

Deverão ser divulgadas informações sobre: (...)

VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante de cargo, posto, graduação, função e emprego público, incluindo auxílios, ajudas de custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias, bem como proventos de aposentadoria e pensões daqueles que estiverem na ativa, de maneira individualizada, conforme ato do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Energia já foi restabelecida em bairros afetados por pane na zona norte do Rio, informa Light

Rio de Janeiro – Pelo menos 50 mil pessoas ficaram sem energia na manhã de hoje (17), após um problema na Subestação Grajaú Piedade, de Furnas, na zona norte da capital fluminense. Com a pane, os bairros de Piedade, Engenho de Dentro, Encantado, Pilares, Cavalcante e Quintino, além de localidades no entorno, foram afetados com a falta de luz.

De acordo com a Light, concessionária que administra o fornecimento de energia na capital e em municípios da região metropolitana, o problema ocorreu por volta das 9h40 da manhã, depois que uma retroescavadeira utilizada pela empresa durante uma obra atingiu um cabo de energia. Segundo a concessionária, a energia elétrica foi restabelecida para todos os bairros afetados por volta das 12h30.

Com o problema, segundo o Centro de Operações da prefeitura do Rio, vários semáforos ficaram desligados, deixando diversas ruas sem sinalização. De acordo com o centro, nesse período nenhum incidente foi registrado na região que ficou sem luz. Equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) e da Guarda Municipal foram direcionados às vias de maior movimentação de veículos para auxiliar os motoristas que passavam pelo local.

Desenvolvimento do Brasil não está mais subordinado apenas à lógica do mercado, garante Dilma Rousseff

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (17) que o Brasil vive momento de ruptura com a prática de delegar a condução do crescimento exclusivamente às forças de autorregulação do mercado, excluindo o interesse da sociedade das decisões econômicas.

Dilma fez o comentário ao discursar na solenidade que homenageou a economista Maria da Conceição Tavares com a entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia de 2011.

Segundo a presidenta, o país vive uma “benigna” transformação de subordinação da lógica econômica à agenda dos valores indissociáveis da democracia e da inclusão social.

“Não admitimos mais a possibilidade de construir um país forte e rico dissociado de melhorias das condições de vida da nossa população, tampouco acreditamos mais na delegação da condução de nosso crescimento exclusivamente às forças de autorregulação do mercado”, disse a presidenta.

“Não acreditamos mais que poderíamos nos desenvolver sem nos libertarmos das amarras que nos prendiam a interesses nacionais em outras regiões do mundo”, completou Dilma.

O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia reconhece pesquisadores brasileiros pelo trabalho em prol do avanço da ciência e pela transferência de conhecimento da academia ao setor produtivo.

A iniciativa é do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na edição de 2011, o prêmio contemplou a área de ciências humanas, sociais, letras e artes.

Maria da Conceição de Almeida Tavares foi professora da presidenta Dilma Rousseff. É graduada em matemática e economia e doutora em economia da indústria e da tecnologia. A economista publicou dezenas de artigos em livros e publicações nacionais e estrangeiras, além de publicar e organizar mais de dez livros e capítulos em mais de 20 livros.

Um dos seus textos mais importantes é "Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil – Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro", publicado em 1972.O processo de desenvolvimento econômico do Brasil sempre foi uma das suas maiores preocupações acadêmicas. Portuguesa de nascimento e naturalizada basileira, Conceição Tavares já foi deputada federal pelo Rio de Janeiro.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Maya Gabeira: “O que me encanta é o desafio das ondas grandes”

http://tvig.ig.com.br/id/8a49802636eb4ebb01373da7c0dc091d.html

Maya Gabeira: “O que me encanta é o desafio das ondas grandes”

No início de maio, surfista carioca de 25 anos sagrou-se pentacampeã do XXL, o “Oscar das ondas gigantes”
O surfe é um estilo de vida pra mim", diz a big rider Maya Gabeira

Não é só a seleção brasileira de futebol que é pentacampeã do mundo: no início de maio, a surfista carioca Maya Gabeira, 25, venceu pela quinta vez o XXL, premiação do esporte dedicada às ondas gigantes, na categoria “melhor performance feminina”. Pela vitória, a atleta recebeu cerca de R$ 9,6 mil, deixando para trás outras quatro competidoras - entre elas, a paulista Silvia Nabuco, de 45 anos.

“Foi o ano mais competitivo da categoria feminina, então foi bom ganhar e ser reconhecida de novo”, disse Maya em entrevista ao iG. Filha do ex-deputado federal Fernando Gabeira, a carioca também levou o caneco do XXL para casa em 2007, 2008, 2009 e 2010.

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Maya começou a surfar aos 15 anos, no Rio de Janeiro, mas ondas gigantes vieram apenas dois anos depois. “O desafio e a sensação de uma onda enorme atrás de mim sempre me fascinou”, diz a big rider, acrescentando que é “preciso muita concentração e preparação para ir atrás das gigantes. A adrenalina e o risco são bem maiores.”

Em agosto do ano passado, a surfista passou por um susto enorme: treinando em Teahupoo, no Taiti, ela levou cinco ondas na cabeça. “O meu maior medo ali era bater a cabeça nos corais, que ficam bem rasos, e acabar apagando”, conta.


Maya começou no esporte aos 15 anos, e nunca mais parou: "Amo surfar em qualquer condição"


Para recuperar a confiança, a carioca começou a treinar apneia, técnica que ajuda a suspender a respiração. “Treinei muito para poder encarar a temporada do Havaí e da Califórnia, onde o perigo de afogamento existe em todos os lugares”, explica a atleta.

Em 2011, Maya foi eleita pela revista "Transworld Surf" a terceira surfista mais sexy do mundo. Confira abaixo vídeo com imagens em que a atleta exibe sua beleza.

Na entrevista a seguir, Maya comenta a premiação e revela alguns detalhes de sua vida pessoal, como vaidade, o que gosta de fazer nas horas vagas, e como é sua relação com o pai.



iG: Como foi ganhar o pentacampeonato de melhor surfista mulher do XXL?

Maya Gabeira: Foi o ano mais competitivo da nossa categoria feminina. Foi muito bom ganhar e ter meu trabalho novamente reconhecido.

iG: Por que você decidiu se especializar nesse tipo de onda?

Maya Gabeira: O que me encanta é o desafio da onda grande. A adrenalina e o risco a mais sempre me fascinaram. Mas eu surfo ondas normais todos os dias. Amo surfar em qualquer condição. Além disso, ondas de cinco, dez metros de altura são raras. Para manter o ritmo, tenho que estar sempre na água.

 
Em 2011, Maya levou cinco ondas na cabeça no Taiti: "Meu maior medo era bater nos corais e apagar"

i G; Qual é a sua praia favorita? E quais são as praias mais perigosas do mundo?

Maya Gabeira: A minha favorita é a de Waimea, no Havaí, onde também fica uma das praias mais perigosas que eu já surfei, Jaws. Outras praias bem perigosas são a de Mavericks, na Califórnia, e a de Teahupoo, no Taiti.

iG: No ano passado, você teve um incidente bem sério no Taiti. Como foi isso?

Maya Gabeira: Eu estava surfando e levei cinco ondas na cabeça. Fiquei com medo de bater nos corais que tem na praia e acabar desmaiando. Agora comecei a treinar apneia para recuperar minha confiança e encarar a temporada do Havaí e da Califórnia em paz.

Em 2011, Maya levou cinco ondas na cabeça no Taiti: "Meu maior medo era bater nos corais e apagar"

i G; Qual é a sua praia favorita? E quais são as praias mais perigosas do mundo?

Maya Gabeira: A minha favorita é a de Waimea, no Havaí, onde também fica uma das praias mais perigosas que eu já surfei, Jaws. Outras praias bem perigosas são a de Mavericks, na Califórnia, e a de Teahupoo, no Taiti.

iG: No ano passado, você teve um incidente bem sério no Taiti. Como foi isso?

Maya Gabeira: Eu estava surfando e levei cinco ondas na cabeça. Fiquei com medo de bater nos corais que tem na praia e acabar desmaiando. Agora comecei a treinar apneia para recuperar minha confiança e encarar a temporada do Havaí e da Califórnia em paz.

iG: Além da apneia, que você treinou bastante recentemente, como é a sua rotina de treinos?

Maya Gabeira: Durmo cedo e me alimento bem. Para treinar forte e ter uma performance alta é importante o descanso, por isso acabo não saindo muito a noite.

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iG: E o que você gosta de fazer nas horas vagas?

Maya Gabeira: Estudo bastante, faço pilates, treino, mergulho, alem de amar um cineminha e um jantar com meu namorado e amigos.

iG: Que dicas você dá para quem está começando no surfe?

Maya Gabeira: Não desistir. O surfe é um esporte super difícil e que requer dedicação, mas que vale muito a pena. E além de tudo é também um estilo de vida.

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iG: Você começou a ser profissional cedo. O que você teve de deixar de lado pela carreira?

Maya Gabeira: Acho que a parte mais difícil é morar longe da minha família e dos meus amigos. Quanto aos estudos, não tive problema. Hoje eu faço faculdade de jornalismo na Califórnia, onde eu moro.

iG: Você é vaidosa? Que cuidados especiais você tem consigo mesma?

Maya Gabeira: Sou vaidosa, mas nada muito extremo. Faço hidratação no cabeleireiro toda semana, uso cremes de rosto, cremes para o corpo e para o cabelo, além de amar usar maquiagem para sair à noite.

iG: Muita gente te conhece por ser filha do ex-deputado Fernando Gabeira. Como você lida com isso e com a trajetória dele, de militante de esquerda a político influente no país todo?

Maya Gabeira: Amo meu pai e tenho muito orgulho da história dele. Ele sempre foi meu maior incentivador no surfe. É uma pena que nós não nos vejamos muito, porque ele não pode entrar nos Estados Unidos. [em 1969, Gabeira participou do sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick, e por isso não pode ir aos EUA]

iG: E como ele lida com a sua carreira? Ele comenta alguma coisa?

Maya Gabeira: Ele sempre me apoiou, desde o início. Sempre quis que eu fizesse algo que eu amasse e fizesse com muita dedicação.


sábado, 5 de maio de 2012

Descoberto mais um integrante da farra de Cabral: é o assessor de Paulo Melo na Assembléia do Estado

A revelação da identidade do quarto participante de uma das viagens do grupo de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish à Europa conecta o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, deputado estadual Paulo Melo, do PMDB, ao círculo mais próximo do dono da construtora Delta. À mesa, com a mulher, em uma viagem a Mônaco, está também Luiz Carlos Bezerra, assessor de orçamento de Melo, que tem no currículo passagens pelo governo do estado e pelo gabinete da Casa Civil, que tem como secretário Régis Fichtner – também presente algumas das imagens.

Paulo Melo comanda a tropa de choque de Cabral na Assembleia Legislativa. Ajuda, por exemplo, a barrar a iniciativa da oposição de criar uma CPI no legislativo do estado para cobrar do governador explicações sobre suas ligações com a Delta.

Bezerra é o homem de cabelos grisalhos, sobrancelhas negras, óculos, pele morena, que aparece ora ao lado da primeira dama, Adriana Ancelmo, ora com a mulher, de cabelos curtos, em situações posadas. São imagens bem mais contidas que as da dança com o lenço na cabeça, que reuniu integrantes do primeiro escalão do governo do estado. Mas o impacto não é pequeno.

Por decisão da Justiça, o deputado e ex-governador Anthony Garotinho, que há uma semana divulga em seu blog fotografias e vídeos de viagens de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish, terá de retirar da internet as imagens em que aparece a noiva do empreiteiro, Jordana Kfouri, morta em um acidente de helicóptero. A cruzada de Garotinho, inimigo político de Cabral, no entanto, continua. Em seu discurso no plenário da Câmara na quinta-feira, ele prometeu mais imagens comprometedoras para os próximos dias.



Fonte:Revista Veja


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ditadura tentou matar Brizola e culpar Igreja Católica

Assassinato não aconteceu, mas Cláudio Antônio Guerra revela que se disfarçou de padre durante ação contra ex-líder de esquerda
Brizola entre Franco Montoro e Ruth Escobar cantam o Hino Nacional no Comício Pró-Diretas, em 1984

O ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Político Social) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” que se disfarçou de padre para tentar assassinar Leonel Brizola, fundador do PDT e um dos líderes da resistência contra a ditadura militar. O disfarce era uma estratégia para responsabilizar a Igreja Católica pelo atentado.

Segundo Guerra, a operação foi comandada pelo coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de Informações - SNI) e pelo comandante Antônio Vieira (Centro de Informações da Marinha - Cenimar). “Os militares também andavam muito aborrecidos com a Igreja Católica, que estava se alinhando à esquerda, pela abertura política”, afirma Guerra. Perdigão e Vieira também estavam à frente do atentado ao Riocentro.

Guerra levava também uma pasta com um revólver calibre 45. A arma era a preferida dos cubanos. A intenção também era ligar o governo de Fidel Castro ao assassinato. “Eu me lembro do boato de que Fidel Castro estava aborrecido por Brizola ter ficado com o dinheiro enviado por Cuba para financiar a guerrilha do Caparaó (o primeiro movimento de luta armada contra a ditadura militar). Os militares estimulavam esses boatos nos quartéis e entre nós”, revela Guerra. “Com o retorno de Brizola, os comentários sobre o dinheiro de Fidel apareciam aqui e ali”.

“O objetivo (do atentado) era implicar a Igreja Católica – resolveríamos dois problemas de uma vez só – e envolver os cubanos, insatisfeitos com a suspeita de desvio de verba para a guerrilha do Caparaó; daí a arma calibre 45”, aponta. “O objetivo, como sempre, era tumultuar o processo de redemocratização do Brasil”, reafirma o ex-delegado em depoimento ao jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto no livro que acaba de ser publicado pela editora Topbooks.


Plano
Ex-delegado do DOPS fala sobre atentado contra Brizola

Embed A tentativa de assassinato ocorreu quando Brizola morava em Copacabana, no Rio de Janeiro. A data é incerta. Guerra conta que foi entre “a chegada dele do exílio, em 1979 e antes da demissão do chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva” em 1981. O ex-delegado afirma no livro que se hospedou no Hotel Apa, na rua República do Peru. O hotel existe até hoje. Ele se registrou com identidade e CPF falsos, concedidos pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época. “Quando precisava incorporar um personagem para realizar uma missão, eles forneciam tudo: CPF, identidade, tudo”, relata.

O ex-delegado revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” foi até a porta do prédio onde Brizola montado na garupa de uma moto conduzida pelo tenente Molina, um militar do Cenimar. Normalmente o líder de esquerda saía de casa “um pouco antes do meio-dia”, pelas informações do SNI repassadas ao ex-delegado do DOPS. Naquele dia, Brizola não desceu e o atentado foi abortado. “Havia o interesse da comunidade de informações em eliminar Brizola, só que depois houve um retrocesso, uma mudança”, afirma Guerra.

Brizola sofreu uma tentativa de assassinato no Hotel Everest, no Rio de Janeiro, em 18 de janeiro de 1980, quatro meses depois de chegar do exílio. Uma bomba foi deixada na porta do apartamento do líder de esquerda mas desativada em seguida.



*Colaborou Adriano Ceolin, iG Brasília