quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Ex-mulher de Bolsonaro nega ameaça relatada em telegrama do Itamaraty; assista

Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade)
A advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, gravou e divulgou vídeo em que nega ter sofrido uma ameaça de morte relatada em telegrama do Itamaraty, de julho de 2011.
O documento mostra que Bolsonaro recorreu ao Ministério das Relações Exteriores porque Ana Cristina teria viajado para a Noruega com o filho deles, Jair Renan Valle Bolsonaro, sem autorização do pai. Nele, o embaixador Carlos Henrique Cardim relata que Ana Cristina disse ter deixado o Brasil em 2009 por ter sofrido uma ameaça de morte de Bolsonaro.
As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o telegrama do Ministério das Relações Exteriores, de julho de 2011, Jair Bolsonaro consultou o Itamaraty para ter informações sobre a situação de seu filho –que tinha 12 anos à época. Sua ex-mulher, Ana Cristina Siqueira Valle, foi consultada em 28 de julho pelo vice-cônsul brasileiro na Noruega, Matheus Henrique Zóqui.
Eis alguns trechos do telegrama obtido pela Folha:
  

  
No documento, o então embaixador brasileiro no país, Carlos Henrique Cardim, relata que Ana Cristina contou que havia deixado o Brasil 2 anos antes por ter sido ameaçada de morte por Bolsonaro e considerava 1 pedido de asilo político.
  
Atualmente, Ana Cristina usa o sobrenome Bolsonaro e é candidata a deputada federal pelo Podemos, no Rio de Janeiro. Na noite desta 3ª feira (26.set), ela divulgou 1 vídeo em que se diz indignada com a reportagem publicada pelo jornal. No Facebook, disse que Bolsonaro é 1 bom pai e bom ex-marido. Eis a íntegra do vídeo:
Jair Bolsonaro permanece internado no hospital Albert Einstein e ainda não se manifestou sobre o caso.

Bolsonaro é o mais rejeitado, mas Ciro é o único a vencê-lo no 2º turno

Debate na Band – Jair Bolsonaro e Ciro Gomes: Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT) conversam durante intervalo do debate presidencial promovido pela TV Bandeirantes – 10/08/2018© Reuters Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT) conversam durante intervalo do debate presidencial promovido pela TV Bandeirantes – 10/08/2018
A pesquisa do instituto Ibope, encomendada a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que Ciro Gomes(PDT) é o único que, neste momento, superaria acima da margem de erro o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, líder do cenário para o primeiro turno. Se o ex-ministro enfrentasse o capitão da reserva, teria 44% contra 35% do adversário.
Nas demais simulações, há empate técnico. Dois candidatos, Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), tem vantagem numérica sobre Bolsonaro – Haddad por 42% a 38%; Alckmin por 40% a 36% –, enquanto Marina Silva (Rede) estaria atrás do presidenciável do PSL (38% contra 40%).
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O levantamento ouviu 2.000 eleitores em 126 municípios entre os dias 22 e 24 de setembro e foi registrado sob a identificação BR-04669/2018.

Rejeição

A pesquisa também mediu a rejeição aos principais candidatos à Presidência. Ao todo, 44% dos eleitores disseram que não votariam em Bolsonaro para presidente, índice que é de 27% nos casos de Haddad e Marina. Alckmin é rejeitado por 19%, Ciro por 16%, Cabo Daciolo (Patriota) e Henrique Meirelles (MDB) por 11%, e José Maria Eymael (DC) por 10%. Os demais têm rejeições 7% e 9%. Ao todo, 2% dizem que podem votar em todos e 7% não responderam.
Rejeição aos presidenciáveis
05101520263136414620/ago4/set11/set18/set24/set26/set37%44%41%42%46%44%23%26%26%25%16%23%23%29%30%27%25%19%20%20%19%21%20%17%18%16%11%11%9%14%13%12%11%9%8%8%2%1%2%2%2%2%9%10%7%7%
Jair Bolsonaro (PSL)
Marina Silva (Rede)
Fernando Haddad (PT)
Geraldo Alckmin (PSDB)
Ciro Gomes (PDT)
Cabo Daciolo (Patriota)
Vera Lúcia (PSTU)
José Maria Eymael (DC)
Henrique Meirelles (MDB)
Guilherme Boulos (PSOL)
João Amoêdo (Novo)
Alvaro Dias (Podemos)
João Goulart Filho (PPL)
Poderia votar em todos
Não sabem/não responderam
Registros: BR‐01665/2018; BR‐05003/2018; BR-05221/2018; BR-09678/2018; BR-06630/201

Campanhas se ligam a ato feminino anti-Bolsonaro

© Foto: Evaristo Sá/AFP/Getty
Em mais uma estratégia para tentar desgastar a candidatura de Jair Bolsonaro(PSL), líder isolado das pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, seus principais adversários aderiram nos últimos dias ao movimento #Elenão, liderado por mulheres e contrário ao deputado.
A campanha deGeraldo Alckmin(PSDB) usou a hashtag no seu programa eleitoral veiculado na noite desta terça-feira, 25, para “alertar” as mulheres sobre em quem votar. Marina Silva (Rede), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL) avaliam participar de atos agendados para o fim de semana no País.
O eleitorado feminino – que representa 52% do total de eleitores – se tornou uma barreira a Bolsonaro. O índice de rejeição ao capitão da reserva entre as mulheres chegou a 54% na mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo – entre os homens este índice é de 37%.
O candidato do PSL é réu de uma ação penal por incitação ao estupro e já fez declarações polêmicas envolvendo mulheres. Disse, por exemplo, que não vê problema no fato de mulheres ganharem salários menores do que os dos homens.
No sábado, estarão presentes no ato programado no Largo da Batata, na capital paulista, Boulos e a candidata a vice na chapa do PT, Manuela d’Ávila (PCdoB). Os demais estudam participar ou enviar representantes.
Criado no início do mês, o grupo “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, o principal desse movimento nas redes sociais, soma 3,2 milhões de participantes. De lá para cá, ganhou notoriedade progressiva e chegou a ser hackeado no dia 16 – foi transformado em “Mulheres com Bolsonaro”. No fim de semana estão previstos atos em 24 Estados e em outros dez países.
A ida ao protesto não é consenso nas campanhas de Ciro e Marina. O receio é de que a participação deles possa transmitir a ideia de “instrumentalização” eleitoral do ato. O evento não está previsto na agenda do candidato do PDT. Já na campanha da Rede, interlocutores afirmam que Marina, como a única candidata na disputa, tem legitimidade para participar.
Entre os candidatos que representam o campo antipetista, Alckmin é o que mais busca claramente se favorecer do movimento. No programa eleitoral do tucano, é exposta a frase: “Ele não (em menção a Bolsonaro). Geraldo Alckmin, sim”.
Ao longo de cinco minutos e meio, a campanha de Alckmin ainda cita que apoiadores de Bolsonaro atacam e querem tirar, das redes sociais, o perfil “Mulheres unidas contra Bolsonaro”. Também usa declarações polêmicas de aliados e do próprio deputado, como quando ele chama uma repórter de “analfabeta” e a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) de “vagabunda” ou afirma que “ninguém gosta de homossexual, só suporta”.
A frase do general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa de Bolsonaro, na qual afirmou que famílias apenas com mães e avós são “fábricas de desajustados” também é destacada como “alerta” para as mulheres.
Marina tem usado, em suas redes, a hashtag #Elasim, em analogia ao movimento feminino espontâneo que já conta com a adesão de mais de 3 milhões de perfis no Facebook e contrário a Bolsonaro. A hashtag da presidenciável alcançou os trending topics do Twitter na semana passada.
Para Marina, o eleitorado feminino é especialmente importante. Primeiro, porque pesquisas mostravam, antes de a candidata começar a cair nas pesquisas, uma liderança sua neste segmento. Segundo, porque as mulheres ainda representam a maior parte do voto indeciso, especialmente as que têm mais de 40 anos e ganham até dois salários mínimos.

Kátia

Se Ciro tem usado com parcimônia o tema em sua conta oficial de Twitter, a vice em sua chapa, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), tem sido mais direta. Embora não confirme a participação nos atos de sábado, ela já usou material relativo à campanha #Elenão, demonstrou apoio à cantora Marília Mendonça (que sofreu ameaças depois de apoiar o #Elenão) e postou um meme invertendo o mote do movimento, o #Elesim e uma foto de Ciro. A presença dele nos atos não está prevista. / ADRIANA FERRAZ, GILBERTO AMENDOLA, MARIANNA HOLANDA e PEDRO VENCESLAU

Operação Lava Jato cumpre hoje 19 mandados de prisão no Paraná

© Foto: Marcello Casal Jr./ABr
Agentes da Polícia Federal cumprem nesta quarta-feira (26) 19 mandados de prisão em Curitiba, Ponta Grossa, Irati, Maringá, Londrina (PR) e São Paulo (SP). Os alvos da 55ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Integração II, visam pessoas envolvidas em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato na administração das rodovias federais no Paraná.
Entre eles, intermediadores, agentes públicos e nomes ligados a seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná - Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná. As informações são do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.
Dos 16 mandados de prisão temporária, um envolve o empresário Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador Beto Richa (PSDB).
Em nota, a Polícia Federal explicou que esses nomes estão ligados a núcleos organizados para explorar e obter benefícios indevidos a partir de contratos de concessão de rodovias federais no Paraná.
Segundo a PF, o grupo político era composto por autoridades do governo do estado que agiam em benefício das concessionárias. O núcleo técnico envolvia agentes públicos com estreita ligação com as empresas contratadas.
Entre os três de prisão preventiva, figura o nome do diretor-presidente da Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR), João Chiminazzo Neto, acusado de intermediar pagamentos de propina acertados entre as concessionárias e agentes públicos.

Delações

O esquema teria começado, segundo delações de colaboradores, em 1999, e os pagamentos feitos em troca da “boa vontade” do órgão em pedidos de interesse das empresas teriam durado até o fim de 2015, totalizando R$ 35 milhões. Segundo o MPF, o dinheiro era dividido entre as empresas de acordo com o faturamento de cada uma e era entregue, em espécie, a agentes do DER/PR e, em 2011, passou a ser pago a funcionários da Agência Reguladora do Paraná (Agepar).
“Somente para o Grupo Triunfo, controlador da Econorte, o operador financeiro Adir Assad [também alvo de mandado de prisão] faturou R$ 85 milhões em notas frias. Já para o Grupo CCR, controlador da Rodonorte, foram produzidas notas frias que somaram R$ 45 milhões”, informou o Ministério Público Federal.
A partir desse esquema, o governo do Paraná firmou aditivos contratuais em 2000 e 2002 com seis concessionárias.
Os contratos foram questionados e chegaram a ser auditados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2012, quando diversas irregularidades foram apontadas, mas, ainda assim, foram mantidos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

A jornal, Bolsonaro defende Paulo Guedes e IR único

Debate na Band – Jair Bolsonaro: O presidenciável Jair Bolsonaro© Reprodução O presidenciável Jair Bolsonaro
Em sua primeira entrevista depois do atentando que sofreu em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), o candidato Jair Bolsonaro (PSL)saiu em defesa de Paulo Guedes, seu guru econômico, que aventou, em um encontro com investidores, criar um imposto aos moldes da CPMF — que era aplicado sobre movimentações bancárias. O economista também propôs imposto de renda único de 20% para pessoas físicas e jurídicas. Uma taxa também de 20% incidiria sobre a distribuição de lucros e dividendos.
A fala de Guedes causou mal-estar na campanha de Bolsonaro, que apressou-se em negar que pretenda aumentar impostos e ligou para seu mentor para pedir explicações. Segundo relatos da conversa, o economista afirmou que jamais teve intenção de recriar a CPMF, mas adotar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Mesmo assim, após o episódio, o escolhido do candidato para comandar um superministério da Economia cancelou a participação em três encontros com investidores e operadores do mercado financeiro.
Agora, em entrevista por telefone à Folha de S. Paulo, Bolsonaro disse que Guedes “segue firme” e que sua fala foi distorcida. “O cara dá uma palestra de uma hora, fala uma coisa por segundos e a imprensa cai de porrada nele. Se ele usa a palavra IVA (Imposto de Valor Agregado) e não CPMF, não tem confusão nenhuma. Parece uma boa ideia, vamos estudar. A alíquota única do IR para quem ganha mais é uma boa ideia”, afirmou ao jornal.
O episódio deu munição aos adversários do presidenciável, que aproveitaram para centrar fogo na proposta de criar outro imposto. Alckmin declarou nesta quinta que a ideia é “um tiro na classe média e no pobre” e Ciro afirmou que o neoliberalismo de Guedes “instrumentaliza o fascismo”, enquanto Marina e Meirelles fizeram dobradinha no debate presidencial da TV Aparecida para atacar a recriação do imposto do cheque. A ex-ministra disse que está “tendo um incêndio dentro do ‘posto Ipiranga’” — apelido que o próprio Bolsonaro incorporou para se referir a Paulo Guedes, a quem sempre delegou um assunto que assume não entender.
Na entrevista, o presidenciável também afirmou estar bem após o atentado que sofreu e descartou participar de debates no primeiro turno em razão do processo de recuperação. Bolsonaro, entretanto, não comentou o movimento para controlar as falas de seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), que na segunda-feira afirmou que famílias pobres só com “mãe e avó” são “fábricas de desajustados para o narcotráfico”. O presidenciável ainda se queixou dos ataques que vem sofrendo da campanha de Alckmin, que busca o mesmo eleitorado. “Ele pegou pesado. Eu não esperava isso dele, mas a verdade é que ele não é diferente do PT”