terça-feira, 31 de julho de 2012

Chantagem com Veja faz Bastos deixar Cachoeira

EX-MINISTRO ANUNCIA QUE NÃO VAI MAIS ADVOGAR PARA CONTRAVENTOR; DECISÃO FOI MOTIVADA POR TENTATIVA DE COAÇÃO FEITA POR ANDRESSA MENDONÇA SOBRE JUIZ FEDERAL; DE R$ 15 MILHÕES COMBINADOS PARA A DEFESA, MARCIO THOMAZ BASTOS REBECEU R$ 5 MILHÕES; ESCRITÓRIO ADIANTA QUE DINHEIRO NÃO VAI SER DEVOLVIDO; É CAIXA!

A toalha está no tablado. O advogado e ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos anunciou nesta terça-feira 31 que abandonou a defesa de seu até então cliente Carlinhos Cachoeira. A decisão foi motivada pela detenção, ontem, em Goiânia, da mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, acusada de tentar chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos. Na versão do juiz, Andressa afirmou que o jornalista Policarpo Jr., diretor de redação da revista Veja em Brasília, havia produzido um dossiê com notícias negativas sobre ele, a pedido de Cachoeira. As informações poderiam não ser publicadas, também pode decisão de Cachoeira, se ele concedesse um álvara de soltura ao marido dela. O assédio foi denunciado à Polícia Federal, que realizou busca e apreensão na casa de Andressa e a deteve para esclarecimentos. Libertada, ela terá de pagar R$ 100 mil como fiança e foi proibida de visitar o marido no presídio da Papuda.

Sob a defesa de Thomaz Bastos, Cachoeira foi orientado a não se pronunciar diante da CPI montada para esclarecer o caso. O contraventor também foi instruído a ser evasivo na audiência diante da Justiça de Goiás, na semana passada. O ex-ministro impetrou diferentes pedidos de habeas corpus para Cachoeira, mas não teve sucesso em nenhum. Informação não desmentida deu conta da cobrança de R$ 15 milhões em honorários advocatícios, a serem pagos em três parcelas. A primeira, de entrada, no valor de R$ 15 milhões, foi paga, caso contrário o advogado não teria comparecido com o cliente na CPI do Cachoeira.

"A saída do caso foi amigável. Nosso acordo era defender o empresário Carlinhos Cachoeira apenas até a audiência da semana passada. Fui uma saída natural", disse a advogada Dora Cavalanti, da equipe de Thomaz Bastos, ao jornal Folha de S. Paulo, negando relação direta com o caso Andressa. "Durante o processo surgem atritos naturais entre o cliente e seus defensores", completou. Segundo advogados da equipe de Thomaz Bastos, não há previsão de pagamento por ressarcimento ao réu.

Caso Andressa fará CPI convocar chefe da Veja

“ESTÁ COLOCADA A RELAÇÃO DO JORNALISTA COM A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA”, DISSE O DEPUTADO PAULO TEIXEIRA (ESQ.), VICE-PRESIDENTE DA COMISSÃO; PEDIDO PARA OUVIR POLICARPO JÚNIOR (CENTRO) VINHA SENDO DEFENDIDO POR FERNANDO COLLOR (DIR.) E BRECADO PELO RELATOR ODAIR CUNHA (ESQ.); COMISSÃO TAMBÉM SOFRIA PRESSÃO DOS GRUPOS DE MÍDIA ABRIL, GLOBO E FOLHA

A tentativa de chantagem feita por Andressa Mendonça, esposa de Carlos Cachoeira, contra o juiz Alderico Rocha Santos, deverá provocar a convocação do jornalista Policarpo Júnior, diretor de Veja em Brasília, pela CPMI do caso Cachoeira. Segundo o magistrado, Andressa disse a ele que Cachoeira encomendou um dossiê sobre sua vida ao jornalista Policarpo Júnior. “Se você soltar o Carlos, não soltamos o dossiê”, teria dito.

De acordo com o deputado Paulo Teixeira, vice-presidente da Comissão, o fato prova a relação entre o jornalista e o grupo de Cachoeira. “Com os acontecimentos, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa”, afirmou. “Já iremos discutir a convocação na primeira reunião da CPMI”.

Na edição desta segunda-feira, o Jornal Nacional noticiou a chantagem feita por Andressa, bem como seu objeto (o dossiê que seria publicado em Veja), mas omitiu o nome da revista e do jornalista.

No entanto, a relação entre Policarpo e Cachoeira é antiga. Num grampo, o bicheiro se vangloria de ter produzido todos os furos de reportagem publicados pelo jornalista. Isso inclui, por exemplo, o vídeo em que Maurício Marinho aparece recebendo uma propina de R$ 3 mil nos Correios – o que detonou o processo do mensalão. Em outra conversa, Cachoeira e Policarpo falam diretamente sobre como uma reportagem de Veja poderia levar à queda do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

Na CPMI, a única voz que vinha insistindo pela convocação de Policarpo Júnior era o senador Fernando Collor (PTB/AL). No entanto, a blindagem ao jornalista foi comandada pelo relator Odair Cunha, que não colocou em votação os requerimentos pela convocação do jornalista. Além disso, dirigentes dos principais partidos políticos sofreram intensa pressão dos grupos Abril, Folha e Globo para que a CPI do caso Cachoeira não se transformasse em CPI da mídia.

Os atores são os mesmos, mas o cenário...

NO PRIMEIRO TURNO DAS ELEIÇÕES DE 2006, LULA OPTOU POR FICAR LONGE DE PERNAMBUCO PARA NÃO DIVIDIR O PALANQUE GOVERNISTA, COM OS CANDIDATOS EDUARDO CAMPOS (PSB) E HUMBERTO COSTA (PT); HOJE, O EX-PRESIDENTE FAZ QUESTÃO DE MOSTRAR QUE ESTÁ EM UM LADO DIFERENTE DOS SOCIALISTAS


O anúncio da vinda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Recife, para participar da campanha do senador Humberto Costa (PT) à prefeitura, tem um significado que vai além do mero apoio presencial. Vale lembrar que o cardeal petista, nas eleições de 2006, não botou os pés em Pernambuco por contar com dois postulantes alinhados ao seu projeto nacional: o próprio Humberto e o então candidato do PSB ao Governo do Estado, Eduardo Campos. Na ocasião, Lula só aportou no Estado – para fazer campanha para o socialista - no segundo turno, quando o petista ficou de fora.

No atual pleito municipal, o quadro é semelhante, mas as condições são completamente diferentes. Os socialistas já não gozam da mesma simpatia anterior. O próprio Lula teria dito ao governador Eduardo Campos, em conversa recente, que, após os rachas no Recife, Belo Horizonte e Fortaleza, o PT anda desconfiado demais das pretensões do gestor e de seu partido no que diz respeito às eleições presidenciais de 2014.

Após encontro – também recente- com a presidente Dilma Rousseff, Eduardo afirmou que o ex-presidente precisava ser preservado, que ele era uma figura que estava bem acima das disputas regionais entre os partidos aliados. O governador pernambucano queria ver uma briga pela Prefeitura do Recife entre o seu candidato, Geraldo Júlio (PSB), e o senador Humberto Costa (PT) com uma espécie de “partilha” do espólio eleitoral de Lula. Separados aqui, mas juntos nacionalmente. Esse era o espírito.

Porém, o rompimento de uma aliança de 12 anos no Recife e a quebra de outra, em Belo Horizonte – encabeçada pelo senador Aécio Neves (PSDB), mudaram completamente a relação entre PT e PSB, ao ponto do ex-ministro José Dirceu - um dos mais influentes nomes nos bastidores petistas - imputar, por mais de uma vez, o caráter de adversários aos socialistas.

Ainda não se sabe a data da vinda de Lula e nem o formato do evento que participará, contudo, já há uma expectativa grande dos petistas recifenses de que o ex-presidente, mesmo que poupando a voz, emplaque a pecha de rival no PSB.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Patrus, aposta de Dilma, pode perder no tapetão

CANDIDATO À PREFEITURA DE BELO HORIZONTE NUMA ELEIÇÃO QUE FOI TRANSFORMADA EM GUERRA NACIONAL PELO PT, PATRUS ANANIAS PODE SER ABATIDO EM PLENO VOO POR UM DESCUIDO: O EMPREGO QUE MANTINHA NA PODEROSA FIESP, DE PAULO SKAF.

A eleição municipal de Belo Horizonte em 2012 será, certamente, uma prévia da disputa presidencial, em 2014. Os candidatos são Marcio Lacerda, da aliança PSDB-PSB, e Patrus Ananias, do bloco PT-PMDB, mas quem move as peças no tabuleiro são o senador Aécio Neves e a presidente Dilma Rousseff, potenciais adversários daqui a dois anos.

Dilma está tão empenhada na vitória de Patrus que montou um time de craques para a equipe de campanha do PT em BH. A começar pelo marqueteiro João Santana e pelo chefe da área de comunicação, o jornalista Ricardo Amaral, autor da biografia “A vida quer é coragem”, sobre a vida de Dilma antes da presidência.

O plano previa que Patrus fosse apresentado aos eleitores como “pai do Bolsa-Família”. Mas um descuido pode arruinar sua eleição. O ex-ministro do primeiro governo Lula presidia o Conselho de Responsabilidade Social da poderosa Federação das Indústrias de São Paulo, comandada pelo mais político do que empresário Paulo Skaf.

Patrus deveria ter abandonado a função no início de junho, mas, aparentemente, só o fez um mês depois – o que contraria a lei eleitoral. Há também controvérsias sobre sua remuneração. Conselhos da Fiesp, em geral, pagam rendimentos superiores a R$ 10 mil mensais, mas a entidade soltou nota afirmando que o trabalho de Patrus era voluntário.

A disputa será levada à Justiça Eleitoral pelo PSD mineiro, que pretendia apoiar Lacerda, mas sofreu uma intervenção pró-Patrus dirigida pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que é também presidente da sigla.

Ou seja: a eleição mineira corre sério risco de terminar no tapetão. E ainda que Patrus vença, ele terá que explicar aos eleitores qual era a natureza dos seus serviços a uma entidade empresarial de São Paulo.

Tudo pronto para a entrada da Venezuela no Mercosul

ACORDO ENTRE HUGO CHÁVEZ, DILMA ROUSSEFF, JOSE MUJICA E CRISTINA KIRCHNER PREVÊ ADOÇÃO DA TARIFA EXTERNA COMUM PELO NOVO PARCEIRO COMERCIAL.

Brasília – Na véspera de a presidenta Dilma Rousseff se reunir com os presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela) e José Pepe Mujica (Uruguai) na Cúpula Extraordinária do Mercosul, que oficializará a incorporação dos venezuelanos ao bloco, os ministros das Relações Exteriores dos quatro países têm uma conversa marcada para hoje (30), quando vão discutir os termos da adesão. A reunião ocorrerá a partir das 17h, na sede do Ministério das Relações Exteriores, no Palácio Itamaraty.

Os chanceleres vão negociar o cronograma para a execução das medidas, o que na prática é a agenda de atividades, e a metodologia dos aspectos técnicos do programa de liberalização comercial. Deverão ser negociados os prazos e definida a Tarifa Externa Comum (TEC).

Pelas normas do Mercosul, a TEC deve incentivar a competitividade dos países que integram o bloco e contribuir para evitar a formação de oligopólios e reservas de mercado. O objetivo é seguir os critérios de pequeno número de alíquotas, baixa dispersão, e homogeneidade das taxas de exportação e importação.

Na reunião desta tarde, será criado um grupo de trabalho que vai se debruçar sobre os aspectos técnicos envolvendo o ingresso da Venezuela no Mercosul. Também serão discutidos os termos de nomenclatura que vão ser adotados no bloco.

A cerimônia que oficializará a incorporação da Venezuela ao Mercosul ocorrerá amanhã (31), no Palácio do Planalto, seguida de um almoço, no Itamaraty. A previsão inicial é que os presidentes Cristina Kirchner, Mujica e Chávez cheguem hoje à noite a Brasília.

Depois de seis anos, a Venezuela será incorporada ao bloco. O Congresso do Paraguai não aprovou o ingresso dos venezuelanos. O Parlamento dos demais países aprovou a incorporação. O assunto motivou debates em todos os países. A exemplo do que ocorreu na Cúpula do Mercosul, em Mendoza, na Argentina, Dilma, Chávez, Mujica e Cristina Kirchner devem discursar amanhã.

Há um mês, em Mendoza, os presidentes do Brasil, da Argentina e do Uruguai aprovaram a adesão da Venezuela como membro pleno do Mercosul e a suspensão temporária do Paraguai do bloco. A suspensão foi definida pelos presidentes por considerarem que o processo de destituição do poder do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, não seguiu os preceitos democráticos.

ACM Neto denuncia proteção ao filho de Lula

PRESSÃO TERIA EVITADO QUE SEU NOME CONSTASSE DA CPI DOS CORREIOS; EMPRESA DE FÁBIO LUÍS LULA DA SILVA RECEBEU R$ 5 MILHÕES DA OI.

Reportagem da Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (leia mais aqui) aponta que o relatório final da CPI dos Correios omitiu o filho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, cuja empresa, a Gamecorp, recebeu investimento de R$ 5 milhões da Oi. Posteriormente, Lula alterou a lei das telecomunicações, permitindo que a Oi comprasse a Brasil Telecom e formasse a supertele nacional.

A denúncia foi feita pelo deputado ACM Neto (DEM-BA), que atualmente concorre à prefeitura de Salvador, e confirmadas pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Essas informações chegavam para gente, 'ou vocês retiram ou nós vamos criar dificuldades para aprovar'", disse. "Tinham pessoas mais próximas [do Planalto] que acompanhavam, o Carlos Abicalil (PT-MT), o Jorge Bittar (PT-RJ), era a tropa da frente." Segundo ele, se o nome de Lulinha tivesse sido mantido, o relatório não teria sido aprovado. Mencionar Lulinha seria o mesmo que citar o presidente.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Déficit da Previdência cresce 38,1% em junho

ESSE É O RESULTADO DAS DESPESAS DO GOVERNO R$ 24,4 BILHÕES SOBRE A ARRECADAÇÃO DE R$ 21,6 BILHÕES; NO PRIMEIRO SEMESTRE DESTE ANO, DÉFICIT FICA ESTÁVEL EM R$ 20,7 BILHÕES.

Agência Brasil - A Previdência Social anunciou hoje (25) déficit de R$ 2,8 bilhões em junho deste ano, 38,1% maior do que no mesmo período de 2011, quando alcançou R$ 1,9 bilhão. Esse foi o resultado de despesas de R$ 24,4 bilhões sobre a arrecadação de R$ 21,6 bilhões - valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).


As despesas com benefícios foram 8,1% maiores em relação a junho de 2011 e a receita, 5,1%. Em média, a arrecadação registrou crescimento de cerca de 9% no primeiro semestre de 2012. De acordo com o secretário de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social (MPS), Leonardo Rolim, a queda na arrecadação do mês passado é "preocupante", mas avalia que não chega a indicar uma tendência de longo prazo.

"Em junho a arrecadação não cresceu no mesmo patamar dos meses anteriores, mas está acima [do crescimento] do Produto Interno Bruto (PIB), ainda que abaixo da média. Não dá para avaliar se foi algo específico do mês de junho ou se é uma tendência. Mesmo que a queda da arrecadação tenda a cair, não acreditamos que seja um padrão de longo prazo. A expectativa é que o desempenho do segundo semestre seja melhor do que o do primeiro", informou Rolim.

Para o secretário, espera-se a média de crescimento da arrecadação em 2012 fique por volta dos 6%.

Segundo o resultado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de junho, foram pagos R$ 25,5 milhões em benefícios, 3,1% a mais do que em maio. O setor urbano arrecadou R$ 21,1 bilhões e teve superávit de R$ 2,2 bilhões. O setor rural, por outro lado, registrou déficit de R$ 5 bilhões, 11,5% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Leonardo Rolim explicou que o déficit no setor rural se deve ao reajuste do salário mínimo, que é R$ 622 desde janeiro de 2012, porque serve de piso para 97,7% dos benefícios pagos a esse setor.

Prefeito do Rio anuncia aumento para policiais de UPPs

COM O ANÚNCIO DE EDUARDO PAES, SALÁRIOS VÃO SUBIR DE R$ 500 PARA R$ 750; MEDIDA ACARRETARÁ EM UM AUMENTO DE R$ 15 MILHÕES NO ORÇAMENTO MENSAL DO MUNICÍPIO

Rio247 – Em visita ao Complexo do Alemão, nesta quarta-feira 25, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, informou que aumentará em 50% a gratificação que o município paga para os policiais que atuam em UPPs.

Paes disse que a ideia é elevar o benefício de R$ 500 para R$ 750 o quanto antes, no entanto, ainda será necessário ver se a medida esbarraria na lei eleitoral. Caso exista algum problema, o prefeito concederá o aumento logo após as eleições.

A medida vai acarretar num aumento de R$ 15 milhões por mês no orçamento da cidade. O Rio de Janeiro gasta cerca de R$ 30 milhões com o pagamento aos policiais. "Esses policiais representam muito. Temos uma enorme gratidão com eles", disse Paes.

A decisão ocorre dois dias depois da morte da soldado Fabiana Souza, vítima de um atentado à UPP da Nova Brasília. Antes do sepultamento da policial, que ocorreu esta manhã em Valença, foi realizada uma homenagem a Fabiana com uma parada e uma salva de três tiros.

O coronel Rogério Seabra, comandante das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a chefe de Polícia Civil Martha Rocha, e o comandante geral da Polícia Militar, Erir Ribeiro Costa Filho, acompanharam a cerimônia.

A policial foi homenageada por moradores do município com salvas de palmas. No fim da cerimônia, um helicóptero lançou flores sobre o cemitério.

Com informações do O Dia.

Brasil entra nos Jogos Olímpicos com o pé direito

A DOIS DIAS DA FESTA QUE ABRE AS OLIMPÍADAS DE LONDRES, SELEÇÃO FEMININA DE FUTEBOL GOLEIA POR 5 A 0 A DE CAMARÕES; MARTA FEZ DOIS

A abertura oficial da Olimpíada de Londres só ocorre na sexta-feira, mas o Brasil já entrou em campo nesta quarta-feira, com a seleção feminina de futebol, no Millennium Stadium, em Cardiff. E a história do País nestes Jogos começou com o pé direito, com um expressivo placar de 5 a 0. Apesar de ter feito uma partida discreta, a craque Marta marcou dois gols (um de pênalti e outro após belíssima jogada de Cristiane), o que enche de esperança a torcida brasileira.

Após suportar quatro minutos de intensa pressão camaronesa, as brasileira praticamente definiram o jogo aos 10 minutos do primeiro tempo, com um belo gol de falta de Francielle e um tento de cabeça marcado pela zagueira Renata Costa, que completou escanteio cobrado por Francielle. Com o resultado garantido, a seleção perdeu o ímpeto e só voltaria a marcar no segundo tempo, depois da entrada de Cristiane, que voltava de contusão.

Até então apagada, Marta acordou após sofrer pênalti, que seria convertido por ela mesma, aos 25 do segundo tempo. Aos 34 minutos, a craque brasileira deu bela passe para Cristiane marcar seu 11º gol em Jogos Olímpicos e se tornar a maior artilheira em Olimpíadas de todos os tempos. Marta fecharia o placar aos 41 minutos, após linda jogada de Cristiane.

Com a vitória, o Brasil lidera o grupo E, ao lado da Grã-Bretanha, com o mesmo número de pontos, mas maior saldo de gols. As brasileiras voltam a campo no sábado, às 10h30m de Brasília, para enfrentar a Nova Zelândia. Camarões tem a Grã-Bretanha pela frente no mesmo dia.

Contra o retrospecto

A seleção testa mais uma vez, nesta Olimpíada, o comando de Barcellos (que assumiu após a saída de Kleiton Lima). O treinador dirigiu a equipe no vice-campeonato mundial em 2007 e levou as meninas à medalha de prata da Olimpíada do ano seguinte, em Pequim. Enquanto a zagueira Aline Pellegrino, uma das líderes do elenco, promete segurança na defesa, a atacante Marta é, mais uma vez, a garantia no ataque brasileiro -- ela tem de novo na artilheira Cristiane a sua grande escudeira.

É com toda confiança e solidez que a equipe brasileira desafia o histórico de derrotas em finais e em jogos decisivos, principalmente de rivais como Japão, Estados Unidos, Coreia do Norte e Suécia. “Estamos com a cabeça voltada para a Olimpíada, em busca da medalha de ouro”, assegurou a volante Ester.

A seleção masculina estreia nesta quinta-feira, no mesmo estádio, às 19h45 (15h45 de Brasília), contra o Egito.

Regras eleitorais coibem uso do Twitter por candidatos

ENTRE AS LIMITAÇÕES PARA AS CAMPANHAS ESTÁ A DE QUE APENAS SEGUIDORES PODERÃO RECEBER MENSAGENS DE CONCORRENTES; RESOLUÇÃO DO TSE PUNIRÁ COM MULTA DE R$ 100 CADA MENSAGEM TRANSMITIDA POR CELULAR SEM AUTORIZAÇÃO DO RECEPTOR

A regulamentação do que é permitido ou proibido nas campanhas eleitorais é feita pela Resolução 23.370/2011 do Tribunal Superior Eleitoral. A norma permite, por exemplo, a propaganda política por meio da internet, desde que o candidato tenha o site registrado na Justiça Eleitoral. No caso do Twitter, ele só pode enviar mensagens para os seus seguidores, ou seja, àquelas pessoas que, por iniciativa própria, optaram por acompanhar as mensagens do candidato.

De acordo com a legislação eleitoral, os candidatos, partidos ou coligações podem enviar mensagens eletrônicas no celular. Contudo, caso o eleitor comunique à operadora que não deseja receber essas mensagens, os candidatos têm até 48 horas para suspender o serviço. Se isso não for feito, poderá ser aplicada multa de R$ 100 por mensagem enviada indevidamente.

A legislação prevê, por exemplo, que a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser espontânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para essa finalidade.

Comum em eleições passadas, atualmente é proibida na campanha eleitoral a confecção, uso, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor, respondendo o infrator, conforme o caso, pela prática de captação ilícita de voto e, se for o caso, pelo abuso de poder.

Não é permitida propaganda em postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos. O candidato flagrado descumprindo esta norma terá 48h para remover a propaganda e pode ser receber multa que pode variar de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

Também é proibida a instalação e o uso de alto-falantes ou amplificadores de som em distância inferior a 200 metros de sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, das sedes dos órgãos judiciais, dos quartéis e de outros estabelecimentos militares; de hospitais e casas de saúde; escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.

Durante todo o período eleitoral é proibida a realização de "showmício". A legislação permite ao candidato usar carros de som, trios elétricos, desde que não haja a realização de shows com a participação de artistas. Também é proibido usar símbolos semelhantes aos governamentais, divulgar mentiras sobre candidatos ou partidos para influenciar o eleitor. Ofender outra pessoa durante a propaganda eleitoral, exceto se for após provocação ou em resposta à ofensa imediatamente anterior.

Agressão física, alterar ou danificar propaganda de outros candidatos, oferecer prêmios ou realizar sorteios e a divulgação de propaganda eleitoral em outdoors também são proibidos. A legislação permite o uso de cavaletes e bonecos para divulgação, a chamada propaganda móvel. Neste caso, o candidato deverá respeitar o horário das 6h às 22h para realização da propaganda.

Nos três meses que antecedem as eleições, a legislação eleitoral veda o repasse dinheiro da União para os estados e municípios, ou dinheiro dos estados para os municípios, exceto se for para cumprir compromissos financeiros já agendados ou situações emergenciais.

É vedado também fazer publicidade de serviços e órgãos públicos que não tenham concorrência no mercado, exceto em caso de grave necessidade pública, com autorização da Justiça Eleitoral, fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora do horário eleitoral gratuito, salvo em situações de emergência ou específicas de governo, com autorização da Justiça Eleitoral.

Também é proibido a contratação de shows em inaugurações de obras com verba pública e a participação de candidatos em inaugurações de obras públicas, no caso daqueles que disputam o poder Executivo.

Dia da Eleição - No dia da eleição, é proibido o uso de alto-falantes e amplificadores de som, a realização de comício ou carreata, a distribuição de material de propaganda política, como panfletos, fora da sede do partido ou comitê político, a chamada boca de urna, a utilização, pelos funcionários da Justiça Eleitoral, mesários ou escrutinadores, de qualquer elemento de propaganda eleitoral, tais como bonés, camisetas e broches.

Na cabine de votação é vedado ao eleitor levar o aparelho celular, máquinas fotográficas, filmadoras, equipamento de radiocomunicação ou qualquer instrumento que possa comprometer o sigilo do voto. Esses aparelhos devem ficar retidos na Mesa Receptora enquanto o eleitor estiver votando.

Historiador reclama da ausência de Lula no mensalão

MARCO ANTONIO VILLA DIZ SÓ A HISTÓRIA PODERÁ AVALIAR A INÉPCIA OPOSICIONISTA, QUE PREFERIU “DEIXÁ-LO SANGRAR”




A poucos dias do início do julgamento do mensalão, alguns setores da sociedade demonstram arrependimento pelo fato de o ex-presidente Lula não ter sido incluído na denúncia do mensalão. É o caso, por exemplo, do historiador Marco Antonio Villa. Leia seu artigo:

Mensaleiros no tribunal

MARCO ANTONIO VILLA

Depois de longa espera, finalmente o Supremo Tribunal Federal vai julgar o processo do Mensalão. A demora é só mais uma demonstração de quão ineficiente é o Judiciário. A lentidão é a maior característica do poder que devia ser célere, eficiente e, principalmente, justo. E não é por falta de recursos. Não. Basta observar as folhas de pagamento que, com muita dificuldade e depois de muita pressão do Conselho Nacional de Justiça, estão sendo divulgadas.

Os poderes Executivo e Legislativo estão maculados pela corrupção até a medula. Não há dia sem que apareça uma denúncia sobre o desvio de recursos públicos ou ao favorecimento de interesses privados. Os olhos do cidadão acabam, em um movimento natural, se dirigindo para o Judiciário. É um gesto de desespero e de impotência. Porém….

Não há otimismo que consiga reverter este quadro, ao menos a curto prazo. Vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana. Daí a enorme responsabilidade do STF no julgamento do Mensalão. Em 2005 fomos bombardeados por reportagens e entrevistas sobre o caso. O mais triste para os valores republicanos foram as sessões da CPMI dos Correios. Muitos depoimentos foram transmitidos ao vivo. Foi estarrecedor ouvir depoentes que tratavam de desvios de recursos públicos, de pagamento de campanhas eleitorais (como a presidencial de 2002) e da compra de apoio político no Congresso, com enorme tranquilidade, como se toda aquela podridão fizesse parte do jogo político em qualquer democracia. E quem agisse de forma distinta não passaria de um ingênuo. Em resumo, a ideia propagada pelos depoentes era de que política sempre foi assim.

Contudo, no decorrer dos trabalhos da CPMI, o clamor da opinião pública foi crescendo. A crise política se instalou. Alguns parlamentares do PT, envergonhados com a revelação do esquema de corrupção, saíram do partido. O presidente Lula foi à televisão e pediu, em rede nacional, desculpas pela ação dos dirigentes partidários. Disse desconhecer que, nas antessalas do Palácio do Planalto, tinha sido planejado o que ficou conhecido como Mensalão. Falou até que tinha sido traído. Não disse por quem e nem como.

O relatório final da CPMI pedindo o indiciamento dos responsáveis foi encaminhado à Procuradoria Geral da República. A aprovação foi comemorada. Em sinal de triunfo, o relator foi carregado pelos colegas. Para a oposição, o presidente Lula estava nas cordas, à beira de um nocaute. Caberia, disse, na época, um dos seus líderes, levá-lo sangrando até o ano seguinte para, então, vencê-lo facilmente nas urnas. Abrir um processo para apurar o crime de responsabilidade colocaria em risco o país. Estranha argumentação mas serviu para justificar a inépcia oposicionista, a falta de brio republicano e uma irresponsabilidade que só a história poderá avaliar.

Em 2007 o STF aceitou a denúncia. Foi uma sessão bizarra. Advogados se sucediam na tribuna defendendo seus clientes, enquanto os ministros bocejavam, consultavam seus computadores, conversavam, riam e ironizavam seus colegas. Dois deles ─ Ricardo Lewandovsky e Carmen Lúcia ─ chegaram a trocar mensagens especulando sobre os votos dos ministros e tratando outros por apelidos. Eros Grau foi chamado de “Cupido” e Ellen Gracie de “Professora”. O ministro Cupido, ou melhor, Eros Grau, chegou ao ponto de mandar um bilhetinho para um advogado, um velho amigo, e que estava defendendo um dos indiciados. Teve advogado que falou por tempo superior ao regimental e, claro, como não podia deixar de ser, fomos quase sufocados pelo latinório vazio, a erudição postiça, tão típica dos nossos bacharéis. Em certos momentos, a sessão lembrou um animado piquenique. Pena, que ao invés de um encontro de amigos, o recinto era da nossa Suprema Corte.

Apesar do clima descontraído, a denúncia foi aceita. E o processo se arrastou por um lustro. Deve ser registrado que, inicialmente, eram quarenta acusados e foram utilizados todos os mecanismos ─ que são legais ─ protelatórios. No final do ano passado, o ministro Joaquim Barbosa entregou ao presidente do STF o processo. De acordo com o regimento foi designado um ministro revisor. A escolha recaiu em Ricardo Lewandovski, o mesmo que, na noite da aceitação da denúncia, em 2007, foi visto e ouvido ─ principalmente ouvido ─ ao celular, em um restaurante de Brasília, falando nervosamente que a tendência dos ministros era “amaciar para José Dirceu”, um dos acusados. Mas que, continuou o advogado de São Bernardo, a pressão da mídia teria impedido o “amaciamento” (curioso é que nessas horas a linguagem é bem popular e o idioma de Virgílio é esquecido). O mesmo Lewandowski ficou seis meses com o processo. Foi uma das mais longas revisões da história. Argumentou que o processo era muito longo. Mas isto não impediu que realizasse diversas viagens pelo Brasil e para o exterior durante este período.

Depois de muita pressão ─ e foi pressão mesmo ─ , o ministro revisor entregou seu relatório. Só que, dias antes, o presidente Ayres Brito reuniu os ministros e estabeleceu o calendário do julgamento. Registre-se que Lewandovski não compareceu à reunião, demonstrando claramente sua insatisfação. O ápice das manobras de coação da Corte foram as reuniões de Lula com ministros ou prepostos de ministros. Se o Brasil fosse um país sério, o ex-presidente ─ que agora nega o que tinha declarado em 2005 sobre o Mensalão ─ teria sido processado. Mas, diria o otimista, ao menos, teremos o julgamento público do maior escândalo de corrupção da história recente.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Cunhado de Cachoeira é libertado após pagar fiança

ADRIANO APRÍGIO, ACUSADO DE ENVIAR TRÊS E-MAILS AMEAÇADORES PARA PROCURADORA LÉA BATISTA, É SOLTO NO MESMO DIA EM QUE O CONTRAVENTOR CHEGA À SEDE DA PF EM GOIÂNIA PARA AUDIÊNCIAS. ELE DESEMBOLSOU R$ 10 MIL

O advogado Adriano Aprígio, ex-cunhado de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi libertado na tarde de hoje, no mesmo dia em que o contraventor se hospedou no local para participar em Goiânia de duas audiências na 11ª Vara da Justiça Federal. Após 18 dias de detenção, ele conseguiu sair graças ao pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.

Uma das peças no tabuleiro maquinado por Cachoeira, o amigo e ex-cunhado foi preso em 6 de julho sob a acusação de enviar três e-mails com mensagens consideradas ameaçadoras à procuradora da República Léa Batista, uma das responsáveis pela Operação Monte Carlo que conseguiu desarticular o esquema de jogos ilegais em Goiás e outros estados.

Em junho deste ano, a procuradora foi alvo do que seria a primeira mensagem velada de Aprígio. O texto apócrifo concluía que a procuradora “foi dura demais” com os envolvidos no escândalo. Já no dia 23 de junho, Léa Batista recebeu outro e-mail. Este trazia ameaças a ela e à sua família com palavras consideradas de baixo calão e com um teor mais duro, tônica também da terceira e última investida. Os e-mails foram enviados a partir de uma lan house de Anápolis, a cidade de Cachoeira e de Aprígio.

Na época, os procuradores Daniel Salgado e Marcelo de Oliveira, também responsáveis pela Operação Monte Carlo, foram incisivos aos afirmar que “ameaças veladas ou ostensivas não nos farão retroceder. Tentativas de intimidação não adiantam. Continuaremos firmes na defesa da sociedade”.

O advogado de Aprígio, Ronivan Peixoto, disse ontem que o seu cliente não tinha intenção ameaçadora nem intimidadora e os e-mails foram resultado de “profunda depressão” que enfrenta. Ele já havia considerado a prisão injusta e falou ainda do arrependimento por parte do acusado.

Sem a badalação dos cabeças do esquema de Cachoeira, Adriano Aprígio, contudo, era considerado personagem estratégico. Desempenhava o papel de laranja do contraventor, a quem servia com fidelidade. Escutas telefônicas gravadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça revelaram que, no nome do ex-cunhado, estavam importantes bens do bicheiro.

O caso veio à tona quando resolveu se divorciar. Em um telefonema para a mulher, Andressa Mendonça, Cachoeira se mostra estarrecido com separação do ex-cunhado, o que seria “uma bomba”. Andressa questiona cachoeira: “E aí?”. O marido responde que “os trem tá (sic) tudo no nome dele”.

No diálogo, Cachoeira fala sobre a possível divisão de bens do casal. “Imagina se a mulher pegar metade dos trem do Adriano?”, indaga. A mulher do contraventor responde: “Imagina não, ela vai pegar. Isto é fato. Esquece, ela tem direito”. Do outro lado da linha, ele lamenta: “Aí eu não aguento não, eu morro”.



Jefferson dirá que Lula mandou fazer o mensalão

“NÃO É POSSÍVEL ACUSAR OS EMPREGADOS E DEIXAR O PATRÃO DE FORA”, DIZ O ADVOGADO LUIZ FRANCISCO CORRÊA BARBOSA, QUE FARÁ A SUSTENTAÇÃO ORAL DO DELATOR DO ESCÂNDALO; EM 2005, EX-DEPUTADO DO PTB DIZIA O CONTRÁRIO: QUE LULA ERA INOCENTE; QUAL É A VERDADE: A DE HOJE OU A DE SETE ANOS ATRÁS?

“Lula não só sabia, como ordenou fazer toda essa lambança”. A frase foi dita ao jornal O Globo pelo advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que fará a sustentação oral de Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB que delatou o escândalo. “Não é possível acusar os empregados e deixar o patrão de fora”.

Essa é a bomba que Jefferson guardou para o julgamento do mensalão, que se inicia no dia 2 de agosto, no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, que terá a segurança reforçada nas suas cercanias.

Jefferson, que acaba de se descobrir com um tumor no pâncreas de alto índice de letalidade, já vinha dizendo que foi um erro excluir Lula de sua denúncia, em 2005. Naquele ano, ele tinha outra versão. O presidente nacional do PTB conta que teria relatado ao ex-presidente a existência do esquema e Lula teria ficado indignado. “Eu contei e as lágrimas desceram dos olhos dele”, disse Jefferson à época. “O presidente Lula é inocente nisso.”

Naquele momento, Jefferson centrava todas as suas baterias em José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. A frase que se tornou a mais lembrada do escândalo também contradiz o que Jefferson diz agora. “Sai, Zé, sai rápido daí para não tornar réu um homem inocente”, dizia o deputado.

Zé saiu, foi cassado e recebeu a pecha de “chefe da quadrilha”, pelo que será julgado no dia 2 de agosto. Lula foi reeleito e terminou seu segundo mandato com 83% de popularidade. Jefferson, agora, tenta reescrever a história. Ou, quem sabe, reescrever o romance cujo autor é ele próprio.



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cachoeira já perdeu 18 quilos e passa com psiquiatra

REVELAÇÕES FORAM FEITAS HOJE PELA MULHER DO CONTRAVENTOR, ANDRESSA MENDONÇA, NO PRÉDIO DA PF EM GOIÂNIA, ONDE ELE AGUARDA DUAS AUDIÊNCIAS NA 11ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL; CACHOEIRA NÃO CONSEGUE SE ADAPTAR À COMIDA DO PRESÍDIO E TEM SUCESSIVAS CRISES DE DEPRESSÃO



Preso desde o dia 29 de fevereiro, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, já perdeu 18 quilos, convive com intensas crises de depressão no presídio da Papuda, em Brasília, e agora passará por avaliação psiquiátrica no prédio da Polícia Federal em Goiânia, onde está hospedado desde as 12h de hoje. A informação foi prestada pela mulher do contraventor, Andressa Mendonça, que falou a jornalistas no momento em que chegou à PF por volta das 13h.

O contraventor não se adapta à alimentação presidiária e, gradativamente, teria perdido a vontade de viver, ainda mais diante das remotas chances de alcançar a liberdade em face de sucessivas derrotadas na Justiça por parte dos advogados encarregados da sua milionária defesa.

Andressa confirmou a jornalistas hoje que Cachoeira já perdeu 18 quilos e que se submete a ansiolíticos e a antidepressivo. A musa da CPMI, em que pese a beleza e elegância que sempre ostenta, se apresentou abatida no prédio da Polícia Federal, localizado no Setor Bela Vista, em Goiânia.

De acordo com reportagem do Portal G1 GO, o médico que vai examiná-lo é o psiquiatra Antônio Frota. A partir dessa consulta, um perito oficial da Justiça Federal poderá ser solicitado para ver o nível de comprometimento da saúde do presidiário. Andressa confirma que Cachoeira está muito deprimido e, há quase um mês, passa por tratamento psiquiátrico.

A primeira refeição de Carlinhos Cachoeira em Goiânia, à base de arroz, feijão, batata e carne moída, agradou o preso que, constantemente, queixa-se da qualidade da alimentação da Papuda, a que dificilmente consegue ingerir. Há relatos segundo os quais ele recusa a comida enquanto pode se sustentar à custa de frutas levadas por visitantes, especialmente Andressa.

A batalha campal dos advogados por habeas corpus está sendo encarada como uma guerra pela própria vida do contraventor, que já teria tentado tirar a própria vida na Papuda. O delicado tema não foi levantado com Andressa ao chegar à sede da PF. Ela tentará acompanhar as audiências agendadas para amanhã e quarta-feira (25) na 11ª Vara da Justiça Federal, em Goiânia. O advogado Augusto Arruda Botelho revelou que as audiências estão mantidas e que não há petição para que Cachoeira não deponha.

O contraventor está desde as 12h de hoje na carceragem da Polícia Federal, no Setor Bela Vista, depois de ter passado por exames no Instituto Médico Legal (IML), também em Goiânia. Saiu do presídio da Papuda, em Brasília, por volta das 9h. Ele está há 150 dias preso desde que a Operação Monte Carlo, desencadeada após 15 meses de investigação presidida pelo Ministério Público Federal em Goiás e pela Polícia Federal no Distrito Federal, desarticulou o esquema de jogos ilegais.

Cachoeira, Dadá, Garcez e Aprígio falam em Goiânia

DEPOIMENTOS À JUSTIÇA MARCADOS PARA HOJE E AMANHÃ TÊM COMO FOCO O NÚCLEO DURO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA; CONTRAVENTOR PASSOU POR EXAMES NO IML E ESTÁ DESDE ÀS 12H00 NA CARCERAGEM DA PF AGUARDANDO IDA À 11ª VARA FEDERAL


O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está desde as 12h desta segunda-feira 23 na carceragem da Polícia Federal, no Setor Bela Vista, depois de ter passado por exames no Instituto Médico Legal (IML), também em Goiânia. O contraventor saiu do presídio da Papuda, em Brasília, por volta das 9h. Ele vai participar de duas audiências, amanhã e na quarta-feira (25), na 11ª Vara da Justiça Federal.

Na primeira audiência, Carlinhos Cachoeira vai se deparar com quatro testemunhas de acusação que terão como suporte as revelações de escutas telefônicas obtidas pela Operação Monte Carlo, desencadeada após 15 meses de investigação presidida pelo Ministério Público Federal em Goiás e pela Polícia Federal no Distrito Federal e que desarticulou o esquema de jogos ilegais. Nesta oportunidade, ele terá 10 testemunhas de defesa.

Na segunda audiência, a Justiça Federal pretende ouvir sete réus no processo. Além do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz, Idalberto Matias de Araújo, José Olímpio de Queiroga Neto, Lenine Araújo de Souza, Raimundo Queiroga e Wladmir Garcez.

Na carceragem da PF também está Adriano Aprígio, ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira, suspeito de ameaçar por e-mail a procuradora Léa Batista de Oliveira, uma das responsáveis por denunciar o contraventor e outros envolvidos na Operação Monte Carlo.

A Polícia Federal reforçou no início da tarde de hoje a segurança nas imediações do prédio que abriga por dois dias o bicheiro. Preso desde o dia 29 de fevereiro deste ano e sem perspectivas de liberdade, Carlinhos Cachoeira tem seguidas crises de depressão e já teria tentado se matar na Papuda. Ele perdeu bastante peso e, nos dias que ficará em Goiânia, terá alimentação à base de arroz, salada, feijão, bife de gado ou filé de frango.

Espécie de hospício eleitoral, São Paulo cria zebras


BASE POLÍTICA DE UM ESQUISITO COMO JÂNIO QUADROS, ONDE O PROCURADO PELA INTERPOL PAULO MALUF É PAPARICADO PELA ESQUERDA E DONA DO DEPUTADO MAIS VOTADO DO BRASIL, O PALHAÇO TIRIRICA, CIDADE AGORA COLOCA O AZARÃO CELSO RUSSOMANO EM SITUAÇÃO DE EMPATE TÉCNICO COM O MEDALHÃO JOSÉ SERRA; É A ZEBRA RELINCHANDO DE NOVO?


Na política, São Paulo é famosa por seus 'cacarecos'. Esse foi o nome dado à rinoceronte fêmea que chegou ao zoo da cidade, em 1958, vinda do Rio, teve seu nome lançado para a Câmara dos Vereadores pelo então articulista do jornal O Estado de S. Paulo Itaboraí Martins e, em diversos cálculos, levantou mais de 100 mil votos. Um fenômeno. Do que tipo que já existira antes e se repetiria outras vezes, chegando até os dias de hoje. Afinal, quando Cacareco foi 'eleito' – o mamífero anfíbio teve de ser levado, na calada de noite, de volta ao Rio de modo à sua vitória não causar tumultos --, o prefeito da cidade era ninguém menos que Jânio Quadros. Professor de português dado a inúmeras esquisitices, ele se elegeu vereador, logo depois saltou para o cargo de prefeito, dali mesmo tornou-se governador e, nesse piscar de olhos, alcançou a presidência da República em 1961. Sua embriagada renúncia, sete meses depois, abriu a picada para o golpe militar que se daria em 1964.

Na geração anterior a Jânio, São Paulo criou verdadeira idolatria por um homem que ficou conhecido pelo slogan "Rouba mas Faz": Adhemar de Barros. Interventor federal entre 1938 e 1941, ele governou o Estado pelo voto popular entre 1947-1951 e 1963-1966, quando foi cassado pelos militares. Os historiadores apontam Adhemar como um dos pontos inaugurais das distorções sobre honestidade que até hoje infestam a política paulistana.

No périodo da ditadura, a cidade teve como vereador durante cinco mandatos consecutivos o radialista Pedro Geraldo Costa, cuja plataforma básica era a distribuição que fazia de sacolinhas de natal para a população mais carente. O massagista da Seleção Brasileira de 1970, Mario Américo, igualmente desfrutou de mandatos consecutivos. Já na década de 1980, outro radialista, Afanázio Jazadji, tornou-se campeão de votos ao desfilar tendo atrás de si um caminhão que imitava uma cela de cadeia, com personagens vivos, vestidos em roupas listradas de presos, bolas de ferro acorrentadas aos pés, que faziam cara de medo a cada vez que o barbudo futuro edil se aproximava daquela verdadeira jaula.

Em 1990, a partir de mirrados 2% nas intenções de voto, Luiz Antônio Fleury Filho elegeu-se governador na esteira do prestígio do antecessor Orestes Quércia, que após deixar o cargo carregou até a morte, em dezembro de 2010, a fama de ter aprimorado os métodos de gestão de Adhemar de Barros.

A questão dos candidatos folclóricos e das grandes zebras eleitorais outra vez se levanta na eleição paulistana. E não é à toa. Depois de fazer do palhaço Tiririca o deputado federal mais votado do Brasil, em 2010, a partir da pergunta dele "Você sabe o que faz um deputado? Nem eu!", o eleitorado paulistano outra vez se move para onde poucos esperavam. Neste sentido, com a situação de empate técnico alcançada na pesquisa Datafolha publicada no domingo 22, o deputado federal Celso Russomano pode ser a versão atual já protagonizada por Luíza Erundina, Paulo Maluf e Celso Pitta, no plano municipal, e Fleury no âmbito estadual. Quando suas respectivas corridas eleitorais começaram, eles pareciam não ter grandes chances de se eleger – à exceção, talvez, de Pitta, que contou com a máquina malufista para se popularizar. Mas o fato é que chegaram lá. O resgate da memória é importante para que se inclua, em definitivo, Russomano – um apresentador de tevê de perfil popular que se agarra à defesa do consumidor como razão de sua existência política – na categoria de rematada zebra, com todas as listras que tem direito.

Afinal, na espécie de hospício eleitoral que os pleitos paulistanos podem se transformar, o quadrúpede branco e preto já provou mais de uma vez que sabe o caminho para chegar na frente dos puro-sangue dos grandes partidos, representados, no caso, por José Serra, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT.

Itália pressiona governo brasileiro por punição à TIM

EMBAIXADA ITALIANA NO BRASIL ENVIOU OFÍCIO AO MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES E À ANATEL SOBRE AS PUNIÇÕES DO GOVERNO BRASILEIRO À OPERADORA; NO DOCUMENTO, OS ITALIANOS DIZEM ESPERAR QUE A EMPRESA NÃO SEJA COLOCADA EM "DIFICULDADES"

A embaixada da Itália no Brasil enviou um ofício direcionado à Anatel e ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, por conta das restrições aplicadas à TIM na última sexta-feira pela agência reguladora. De acordo com a decisão, a empresa não poderá efetuar vendas de novas linhas a partir desta segunda-feira em nove estados.

Segundo nota publicada na coluna da Veja Radar On-line, por Lauro Jardim, o documento foi interpretado como uma forma de pressão desnecessária por parte do governo italiano. No texto, a Itália, onde a operadora é sediada com o nome de Telecom Italia Mobile, lembra aos brasileiros que a empresa está há 15 anos no País e afirma esperar que o governo não ponha a companhia em "dificuldades".

O governo italiano disse também que está acompanhando de perto as tratativas entre a TIM e o governo brasileiro para a retomada das vendas de novas linhas. Nesta segunda-feira, a operadora sofreu uma derrota na Justiça, tendo negado seu pedido de suspensão da decisão da Anatel. A empresa foi a única entre as punidas – além da TIM, Oi e Claro também não podem vender novos chips em alguns estados – a entrar na Justiça contra a decisão da Anatel.

Caixa reduz juros de linha de crédito de material de construção

A TAXA MÁXIMA DE JUROS PARA A LINHA DE FINANCIAMENTO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (CONSTRUCARD) DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL CAIU DE 2,35% PARA 1,85% AO MÊS

Agência Brasil – A taxa máxima de juros para a linha de financiamento de materiais de construção – Construcard – da Caixa Econômica Federal caiu de 2,35% para 1,85% ao mês. Segundo a Caixa, a taxa mínima passou de 1,96% para 1,40% ao mês. O prazo também foi estendido de 60 para 96 meses, com seis meses de carência para execução da obras.

Para este ano, estão disponíveis R$ 5 bilhões. Desde 1998, quando foi criada a linha de financiamento, foram liberados R$ 15 bilhões e atendidos 1,2 milhão de clientes.

Para ter acesso à linha é preciso ir a uma agência do banco e apresentar documentos pessoais (RG, CPF e comprovantes de endereço e de renda) para avaliação cadastral. Para os que são clientes da instituição, em muitos casos, o limite já pode estar pré-aprovado. Neste caso, é preciso fazer a contratação com o gerente.

Ainda segundo a Caixa, não há limite máximo para o valor do financiamento, que dependerá da capacidade de pagamento mensal do cliente.

A linha de crédito Construcard é disponibilizada por meio de um cartão magnético exclusivo para uso em lojas de material de construção conveniadas. Além da compra de material de construção em geral, o Construcard pode ser usado para aquisição de móveis embutidos e sistemas de aquecimento solar. Segundo a Caixa, atualmente, são mais de 65 mil pontos comerciais conveniados em todo o Brasil.

João Paulo: “Lula não quer perder no Recife”

CANDIDATO A VICE-PREFEITO DO PT GARANTIU QUE HAVERÁ EMPENHO DO EX-PRESIDENTE NA CAMPANHA DO SENADOR HUMBERTO COSTA NA CAPITAL; DEPUTADO AINDA AFIRMOU QUE A MESMA POSTURA SE REPETIRÁ COM DILMA

Durante um ato de campanha realizado neste final de semana, na Zona Norte do Recife, o candidato a vice-prefeito pelo PT, o deputado federal João Paulo, reconheceu as dificuldades que enfrentará durante o pleito. No entanto, o ex-prefeito disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer perder na capital pernambucana e fará o possível para ajudar o seu postulante, o senador Humberto Costa (PT). A mesma postura, segundo João Paulo, também será verificada na presidente Dilma Rousseff .

“Há uma confiança de Dilma e de Lula. Lula não quer perder esta disputa aqui no Recife. Nem Dilma. Ela acha muito importante para a continuidade do nosso projeto eleger Humberto prefeito da cidade do Recife, com o apoio de todos vocês”, discursou João Paulo. O deputado federal também deu demonstrações de que está engajado, de fato, na campanha. “No que depender de mim e de todas as pessoas ligadas a mim, nós vamos trabalhar incansavelmente, até o dia da eleição, para eleger Humberto”, garantiu.

Ainda no evento que ocorreu no final de semana, João Paulo revelou receio do pensamento da população em relação ao processo “de dificuldade” que o partido passou. “Estamos inaugurando um grande momento do nosso partido, na luta dos trabalhadores. É com muita alegria que eu vejo a alegria estampada no rosto da nossa militância, que está caminhando junto conosco. Não tem nada que pague os depoimentos que estamos ouvindo em todos os lugares que passamos. Isso nos dá um ânimo maior”, assegurou.



Candidato em Salvador, Pelegrino está sem padrinho nem madrinha

 


NELSON PELEGRINO É CADA VEZ MAIS VISTO COMO OVELHA DESGARRADA DO PT NA BAHIA; NÃO BASTASSE O GOVERNADOR JAQUES WAGNER NÃO APARECER EM SUA CAMINHADA, DILMA JÁ AVISA QUE NÃO IRÁ À CAPITAL ANTES DE OUTUBRO

Matéria do jornal o Estado de São Paulo publicada na edição desta segunda-feira 23 reforça o que já era percebido e comentado nos bastidores da política soteropolitana: a presidente Dilma Rousseff (PT) não vem à capital baiana pedir votos para Nelson Pelegrino, seu correligionário que vai disputar o Executivo municipal pela quarta vez.

Estranho, mas realmente tudo caminha no sentido de Dilma não participar da campanha do PT na maior cidade da região que mais lhe deu votos em todo o Brasil, o Nordeste. A publicação dá conta de que a chefe da nação vai, de propósito, intensificar sua agenda de compromissos no exterior.

Mas Dilma Rousseff não ficará fora de cena por completo. A líder petista vai entrar de cabeça na corrida de Belo Horizonte, onde se envolveu diretamente na articulação política que levou ao lançamento da candidatura de Patrus Ananias; e na de São Paulo, para tentar ajudar seu ex-ministro da Educação Fernando Haddad, que não vai muito bem nas pesquisas.

Voltando a Nelson Pelegrino, a julgar pelos primeiros dias de campanha, o negócio parece realmente não estar indo muito bem com os caciques petistas. Afinal, além da presidente Dilma, o governador Jaques Wagner, principal nome do PT no Nordeste, não anda aparecendo em sua jornada. Nem mesmo nas peças publicitárias espalhadas pela cidade. A oposição não alivia nos comentários.

sábado, 21 de julho de 2012

O Estado ameaçado

O CASO CACHOEIRA JÁ ENVOLVE MEDO, AMEAÇA E, TALVEZ, MORTE. O ESQUEMA NÃO É INOFENSIVO


Leonardo Attuch

No dia 15 de junho, há pouco mais de um mês, o desembargador Tourinho Neto publicou uma sentença que quase colocou o contraventor Carlos Cachoeira em liberdade. “Os jogos de azar não constituem crime, e sim contravenção, um ilícito menor”, escreveu o juiz. “A prática é largamente aceita pela sociedade em geral, ainda que seja ilegal”, pontuou. Se dependesse de Tourinho Neto, não só Cachoeira estaria em liberdade, como os grampos da Operação Monte Carlo teriam sido invalidados. Cachoeira só continuou preso porque outra operação da Polícia Federal, a Saint-Michel, impedia sua libertação.


Depois disso, Andressa Morais, esposa do contraventor, concedeu entrevistas comparando seu marido a um “preso político”. Disse ainda que, por não ter cometido crime hediondo, ele já deveria estar em liberdade. Não deu certo. E há até rumores de que Cachoeira tenha escrito uma carta direta ao STF, sugerindo uma liberdade vigiada, com uma tornozeleira eletrônica.


Ocorre que a Operação Monte Carlo, a cada dia, assume ares sombrios. Responsável direto por sua prisão, o juiz Paulo Augusto Moreira Leite pediu afastamento do caso, relatando preocupação com a sua família. Depois disso, a procuradora Léa Batista, que conduziu o caso pelo Ministério Público, recebeu ameaças de um cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio, que foi preso. Agora, nesta semana, o policial Wilton Tapajós Macedo, que investigou a quadrilha, foi assassinado em Brasília. Se isso não bastasse, outro delegado que atuou em Goiás, Hylo Marques Pereira, está desaparecido.


Ainda que seja precipitado ligar a morte de Wilton Tapajós à Operação Monte Carlo, o quadro que vai se formando é preocupante. “Não estamos diante de contraventores menores, mas do crime organizado que ameaça o Estado”, tem dito o senador Pedro Taques (PDT-MT), uma das principais vozes da CPI. Ele tem razão. O jogo é muito mais do que um ilícito menor, como definiu o desembargador Tourinho Neto. E o risco que se deve evitar é o de mexicanização do País.

Gurgel vai ignorar parecer do TCU sobre mensalão

EMBORA O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TENHA VALIDADO OS CONTRATOS DE PUBLICIDADE DA DNA, O PROCURADOR-GERAL DEVE ALEGAR QUE ESSA ANÁLISE NÃO FAZ PARTE DO PROCESSO



 A decisão do Tribunal de Contas da União que praticamente anula uma das provas centrais do uso de dinheiro público no mensalão, validando os contratos de publicidade firmados entre as agências de Marcos Valério de Souza e o Banco do Brasil, não devem ser consideradas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que fará a acusação no processo que será julgado a partir de 2 de agosto. Gurgel argumenta que o relatório não faz parte do processo.

A decisão do TCU, relatada pela ministra Ana Arraes, deveria, em tese, derrubar a acusação de peculato que recai sobre vários réus do mensalão. Afinal, se a única fonte do mensalão são os empréstimos concedidos pelos bancos Rural e BMG, como defendem os réus, cai a tese de que teria havido desvios de recursos públicos.

Na sua denúncia, Gurgel apontou desvios de aproximadamente R$ 75 milhões que teriam sido conduzidos por meio das agências de publicidade de Valério. De acordo com o TCU, no entanto, os serviços foram prestados dentro da normalidade. A prática que era contestada, a das bonificações de volume, é usada por todas as agências de publicidade – e continua ainda hoje, favorecendo, sobretudo, grandes veículos de comunicação, como a Rede Globo (leia mais aqui).

HSBC terá capítulo à parte na CPI

BANCO CONCENTRA DIVERSAS CONTAS LIGADAS AO GRUPO DE CACHOEIRA; REQUERIMENTO APRESENTADO PELO SENADOR PEDRO TAQUES (PDT/MT) DEVERÁ SER ACEITO APÓS O RECESSO



O banco inglês HSBC deverá merecer um capítulo especial na CPI do caso Cachoeira. Isso porque várias contas da organização criminosa estão concentradas no banco que vem sendo investigado por lavagem de dinheiro nos Estados Unidos. Leia, abaixo, as notas sobre o assunto publicadas na coluna de Ilimar Franco:


Na mira: o HSBC

A CPI do Caso Cachoeira vai pedir ao Banco Central que deflagre uma investigação especial sobre o HSBC. Com o banco sofrendo devassa nos EUA por lavagem de dinheiro, a CPI desconfia do excesso de contas das organizações Cachoeira nele: Roberto Coppola, Geova-ni da Silva, Data Traffic, Mapa Construções, Alberto & Pantoja Ltda., JM Terraplanagem e Construções, Vita-pan Ltda., BET Capital Ltda. (aquela empresa que tem como sede a Coreia do Norte).


Definidas prioridades da CPI

O relator da CPI do Caso Cachoeira, deputado Odair Cunha (pT-MG), definiu a lista dos primeiros depoen-tes a serem convocados na volta do recesso: o empresário Fernando Cavendish; o ex-diretor do Dnit Luiz An-tonio Pagot; o ex-presidente do Detran de Goiás Edivaldo Cardoso; o presidente da Agetop de Goiás, Jay-me Rincón; a mulher de Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça; e a ex-mulher Adriana Aprígio. O diretor da Dersa, Paulo Preto, ficará para a segunda fase, mas não será liberado nem terá o depoimento cancelado.



Manuela D´Ávila é ultrapassada em Porto Alegre

CANDIDATA DO PC DO B PERDEU A LIDERANÇA PARA O ATUAL PREFEITO, JOSÉ FORTUNATTI, QUE PODE VENCER NO PRIMEIRO TURNO


Tida como favorita na disputa em Porto Alegre, a candidata Manuela D´Ávila foi ultrapassada pelo atual prefeito José Fortunatti, na corrida eleitoral da capital gaúcha. Na pesquisa Datafolha, Fortunatti aparece com 38% das intenções de voto, contra 30% de Manuela D´Ávila, do PC do B, e 3% de Adão Villaverde, do PT.

Fortunatti, que foi vice de José Fogaça, conta com o apoio do PMDB e pode vencer a disputa no primeiro turno, caso o quadro atual permaneça, uma vez que, em Porto Alegre, é alto o índice dos que pretendem votar em branco ou anular o voto. Na pesquisa Datafolha, foram ouvidos 829 eleitores.



Lacerda tem 17 pontos de vantagem sobre Patrus em BH

NA GUERRA NACIONAL ENTRE O CANDIDATO MARCIO LACERDA, DE AÉCIO NEVES, E O DE DILMA ROUSSEFF, PATRUS ANANIAS, O PRIMEIRO LARGA NA FRENTE; PESQUISA DATAFOLHA O COLOCA COM 44% CONTRA 27% DO RIVAL E VITÓRIA NO PRIMEIRO TURNO



A pesquisa Datafolha realizada em Belo Horizonte aponta vitória do atual prefeito Marcio Lacerda, candidato à reeleição, em primeiro turno. Ele tem 44% das intenções de voto, contra 27% do rival Patrus Ananias, do PT.

Tida como a disputa mais simbólica das eleições municipais, a eleição em Belo Horizonte foi transformada em guerra nacional, por ser uma espécie de prévia da disputa presidencial de 2014. Lacerda, do PSB, de Eduardo Campos, rompeu a aliança com o PT e fechou acordo com os tucanos, de Aécio Neves. Em represália, a presidente Dilma Rousseff mergulhou na campanha mineira, assim como seu ministro Fernando Pimentel, que pretende disputar o Palácio da Liberdade em 2014.

Na sondagem espontânea do Datafolha, Lacerda tem 16%, contra 11% de Patrus. E como a disputa mineira ficou praticamente restrita aos dois candidatos, a eleição em Belo Horizonte deve ser de um só turno.



Tríplice empate em Curitiba

PREFEITO LUCIANO DUCCI ESTARIA EMPATADO COM GUSTAVO FRUET E RATINHO JÚNIOR



 Capital paranaense, Curitiba promete ter uma das eleições mais disputadas e emocionantes do País. Segundo o Datafolha, três candidatos estão empatados em primeiro lugar. São eles: Ratinho Júnior, do PSC, com 27%, Gustavo Fruet, do PDT, com 23%, e o atual prefeito Luciano Ducci, do PSB, também com 23%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Correndo por fora, vem também, com tendência de crescimento, o ex-prefeito da cidade Rafael Greca, do PMDB. Ducci tem o apoio do governador Beto Richa, enquanto Fruet é apoiado pelo PT e pelo casal de ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Ratinho Júnior, filho do apresentador Carlos Massa, desponta como a grande surpresa de uma cidade tradicionalmente conservadora.

Russomano dispara e empata com Serra em SP

ZEBRA DO CENÁRIO ELEITORAL EM SÃO PAULO, CELSO RUSSOMANO VAI A 26% E ESTÁ EMPATADO TECNICAMENTE COM JOSÉ SERRA, QUE TEM 30%; NA RABEIRA, TAMBÉM ESTÃO EMPATADOS TECNICAMENTE FERNANDO HADDAD, DO PT, GABRIEL CHALITA, DO PMDB, E SONINHA FRANCINE, DO PPS; CANDIDATO DO PRB VEM TENDO AMPLA EXPOSIÇÃO DO PROGRAMA PATRULHA DO CONSUMIDOR, DA TV RECORD

 A nova pesquisa Datafolha, realizada nos dias 19 e 20 de julho, traz números surpreendentes e bombásticos na corrida eleitoral em São Paulo. O candidato Celso Russomano, do PRB, disparou nas intenções de voto e está com 26% das preferências dos eleitores, em empate técnico com José Serra, do PSDB, que tem 30%. Como a margem de erro é de três pontos, eles estão empatados, uma vez que Serra pode ter de 27% a 33% e Russomano de 23% a 29%. Na pesquisa, foram ouvidos 1.075 eleitores.

O resultado revela que eleitores de Netinho de Paula, do PC do B, que deixou a corrida para apoiar Fernando Haddad, migraram, preferencialmente para Russomano. No caso do PT, os eleitores ainda digerem muito mal a aliança de Fernando Haddad com o ex-prefeito Paulo Maluf, que acaba de ter reveladas suas contas bancárias, nas Ilhas Jersey, com recursos da prefeitura de São Paulo. Haddad tem 7% e está tecnicamente empatado com Soninha Francine, do PPS, que também tem 7% e Gabriel Chalita, do PMDB, com 6%.

Um dos fatores que explicam a alta de Russomano no Datafolha é sua alta exposição no programa Patrulha do Consumidor, da TV Record, que defende interesses dos cidadãos. Russomano, que já foi rejeitado por eleitores por ter sido malufista, hoje comemora que o peso tenha caído nas costas do PT – partido onde muitos se arrependem de não terem lançado a ex-prefeita Marta Suplicy na corrida municipal.

Eduardo Paes, do PMDB, dá um passeio no Rio de Janeiro

DATAFOLHA O COLOCA COM 54% DAS INTENÇÕES DE VOTO; SEUS ADVERSÁRIOS, SOMADOS, CHEGAM A 20%; ALÉM DISSO, ELE TEM MAIS DA METADE DO TEMPO DE TELEVISÃO


O atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, do PMDB, se depara com a eleição mais ganha de todos os tempos. Pelo menos é isso o que mostram os números da pesquisa Datafolha. O candidato à reeleição tem 54% das intenções de voto. Seus três principais adversários, Marcelo Freixo, do Psol, Rodrigo Maia, do DEM, e Otávio Leite, do PSDB, somam 20% - Freixo tem 10%, Maia 6% e Leite 4%.

A pesquisa entrevistou 927 pessoas e os dados foram captados na última quinta-feira. O que torna a reeleição ainda mais provável é a ampla coligação de 20 partidos formada em torno de Paes, o que dá a ele mais da metade do tempo de televisão – Paes terá 16 minutos contra 14 de todos os adversários somados.

À frente de uma administração bem avaliada, Paes tem uma rejeição baixa, de apenas 20%, e caminha para realizar seu sonho: o de ser o prefeito do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos de 2016.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Abinee diz que punições da Anatel vão beneficiar o setor

"As punições da Anatel vão impulsionar os negócios no setor porque as operadoras vão ser obrigadas a investir", afirmou, após reunião CNI.
São Paulo - O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, disse que as medidas punitivas que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) adotou contra as operadoras TIM, Oi e Claro vão impulsionar vendas no setor de eletroeletrônicos para que as metas de investimento que a agência reguladora exige sejam atingidas.

"As punições da Anatel vão impulsionar os negócios no setor porque as operadoras vão ser obrigadas a investir", afirmou, após reunião Confederação Nacional da Indústria (CNI) organizado para avaliar os resultados do plano Brasil Maior e apresentar sugestões que serão encaminhadas ao governo.

De acordo com o presidente da Abinee, a crise decorrente da proibição de novas linhas reflete o problema da falta de investimentos em infraestrutura já alertados pela entidade no passado. "Quem plantou essa situação foram as operadoras, que pararam de investir", afirmou, mostrando apoio à decisão da Anatel. "Exigir qualidade dos serviços é exigir investimento das operadoras."

Sobre as reivindicações que as entidades industriais levarão ao governo federal, Barbato contou que, para o seu setor, deve sugerir que a lista de produtos que têm desoneração da folha de pagamentos seja ao menos dobrada, dos atuais 120 itens para 240. "As ações do Brasil Maior até agora são importantes, mas insuficientes."

Sobre a operação padrão que vem sendo imposta pelos funcionários nos portos, Barbato afirmou que o setor já tem notícias de indústrias afetadas por essa lentidão, pois grande parte dos produtores locais de eletroeletrônicos dependem de insumos que são importados, especialmente da China. "Ainda não temos números que indiquem o efeito desse movimento, mas certamente haverá impacto e isso nos preocupa", complementou.

STJ divulga salários com o nome de juízes e servidores

DIVULGAÇÃO NOMINAL DOS SALÁRIOS SERÁ FEITA A PARTIR DA FOLHA DE PAGAMENTO DE JUNHO DE 2012 E POR MEIO DE SOLICITAÇÃO NO SITE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Agência Brasil - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) passa a divulgar nominalmente a relação da remuneração de magistrados e servidores do tribunal a partir de hoje (20), em cumprimento à Lei de Acesso à Informação e à Resolução 151 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde 2010, o órgão disponibilizava os valores, porém sem os respectivos nomes dos servidores.

A divulgação nominal dos salários será feita a partir da folha de pagamento do mês de junho de 2012. As informações anteriores a essa data permanecerão anônimas. Os dados poderão ser acessados na página do STJ, ou em um dos guichês da Central de Atendimento ao Cidadão (CAC), localizados no térreo do Edifício dos Plenários, em Brasília.

A nova forma de divulgação contém os valores referentes ao adicional e/ou adiantamento de férias, adicional de qualificação, décimo terceito salário, que no órgão é dividido em duas parcelas, descontos de imposto de renda e Previdência Social. Já os descontos de planos de saúde, contribuições sindicais, pensão alimentícia e empréstimos, são desconsiderados da apresentação.

A Lei de Acesso à Informação, que completou dois meses de vigência, resultou em 16,9 mil pedidos de informações aos órgãos públicos federais. De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), 84,38% das solicitações foram respondidas. As respostas demoram, em média, 9,42 dias.

Por que Ana Arraes fez a coisa certa no mensalão

A TESE DE QUE OS RECURSOS DO MENSALÃO VINHAM DAS BONIFICAÇÕES DE VOLUME PAGAS ÀS AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE DE MARCOS VALÉRIO ERA TOTALMENTE ESTAPAFÚRDIA; SE FOSSE VERDADEIRA, A GLOBO, QUE PAGA O MAIOR BV AOS PUBLICITÁRIOS, SERIA A ORIGEM DO ESCÂNDALO

O blogueiro Reinaldo Azevedo está histérico. Diz que a ministra Ana Arraes, do Tribunal de Contas da União, agiu de forma vergonhosa para livrar a cara de mensaleiros. Tudo porque tomou uma decisão, acompanhada por vários ministros do TCU, que, na verdade, repara uma injustiça. Ela reconhece a legalidade dos contratos de publicidade firmados pelo Banco do Brasil com as agências DNA e SMPB, do empresário Marcos Valério de Souza.

Antes dessa decisão, prevalecia outro parecer do TCU, que condenava a apropriação, pelas agências, da “bonificação de volume”, o chamado BV.

O BV é um termo técnico, usado por publicitários, que na verdade torna o mercado brasileiro um dos mais distorcidos do mundo. Faz com que haja uma concentração excessiva dos recursos publicitários nas maiores empresas, como Globo e Abril, mas especialmente a Globo, que devolvem a maior parte dos recursos das campanhas publicitárias às agências.

Em geral, o BV é de 20% do valor anunciado. Como os espaços na Rede Globo são os mais caros, essa devolução dos recursos às agências as incentiva a concentrar a veiculação na emissora, a despeito dos critérios técnicos.

Esta prática nunca foi exclusiva das agências de Marcos Valério, nem do setor público. Na verdade, é paga pela Globo e outras empresas de mídia a todas as agências de publicidade. E nunca houve uma agência que devolvesse esses recursos aos clientes. Esta é uma receita dos publicitários, o que reforça a distorção do mercado brasileiro.

A DNA e o governo federal

Marcos Valério prestou serviços de publicidade ao governo federal entre 2000 e 2006. Foi levado a Brasília pelas mãos do amigo Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso. Venceu algumas licitações e prestou serviços a empresas como Banco do Brasil e Correios, além de alguns ministérios.

As campanhas foram veiculadas, os veículos de imprensa receberam os recursos e alguns deles – especialmente a Globo – devolveram o BV à agência. Portanto, se este fosse o mensalão, seria o da Globo em relação às agências.

O impacto no mensalão

A revolta de setores da oposição é compreensível. A decisão do TCU fragiliza a denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República contra os réus do mensalão. Sem o uso de recursos públicos, cai, por exemplo, o crime de peculato.

Isso não significa, no entanto, que tudo deverá ser esquecido. Os empréstimos tomados pelo PT junto aos bancos Rural e BMG foram usados para pagar dívidas de campanha pretéritas e alimentar campanhas futuras. No caso do Rural, Marcos Valério já admitiu que tentou fazer lobby junto ao governo federal, para que o banco assumisse a massa falida do Mercantil de Pernambuco – o que poderia ganhos milionários à instituição. Parlamentares também receberam recursos que não declararam em suas campanhas.

Mas a única fonte comprovada do mensalão até agora são os contratos de empréstimo com os bancos.