quinta-feira, 25 de março de 2010

DESVIO DE CONDUTA

Os políticos ignoraram a opinião pública, e a Justiça, por várias razões, ainda não deu uma resposta adequada à sociedade sobre os culpados de ilícitosNo ano em que o deputado gaúcho Sérgio Moraes (PDT) disse que estava se lixando para a opinião pública, o Congresso Nacional fecha a legislatura em débito com os eleitores, mas é preciso destacar que os escândalos não ficaram restritos à órbita do Legislativo Federal. Também em Brasília, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, deu prova de que não aprendeu nada quando foi flagrado bisbilhotando o painel eletrônico do Senado Federal para descobrir o voto secreto de seus colegas. Renunciou ao cargo, mas voltou à vida pública como deputado e, posteriormente, como governador.




Dinheiro dentro da calça ou na meia tornou-se rotina na troca de favores que permeava os bastidores de seu Governo, mostrando que o país - mesmo com tantas leis - ainda está distante de uma política agressiva de combate à corrupção. Notórios acontecimentos, inclusive em Juiz de Fora, ainda estão em fase de investigação, sem que a Justiça possa fazer algo para, no mínimo, impedir a reincidência. Se Arruda tivesse sido punido com rigor, certamente não teria tido a chance de se envolver em outra ocorrência como chefe de Governo.



É necessário que em 2010 se retome a discussão sobre a ficha dos candidatos, pois já se provou que, enquanto não houver uma pena mais dura, os infratores vão continuar praticando as mesmas mazelas, convencidos de que nada vai ocorrer com eles. Os processos duram anos, e muitos passam mandatos inteiros sem qualquer tipo de punição.



O saldo do ano, muito bom na economia, melhor ainda no Esporte, com o anúncio dos Jogos Olímpicos, não foi acompanhado na política em razão de tais desvios de conduta, mas como o próximo pleito vai ocorrer só em outubro, é possível fazer alguma coisa. Cruzar os braços será a pior atitude dos parlamentares e da própria opinião pública, que não pode deixar o tema sair da pauta.



Autor: TRIBUNA DE MINAS

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