“Você pode não gostar, mas não pode dizer que já viu algo igual”, costuma ser o bordão de Oscar Niemeyer para definir sua maior criação, a cidade de Brasília. O homem que dobrou o concreto como se fosse folha de papel viu prosperar a sua revelia lendas intrigantes em torno de algumas de suas obras. Confira a seguir o simbolismo alegado em três importantes projetos do arquiteto:
A xícara e o pires do Congresso
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Quem olha de longe o prédio do Congresso vê que o plenário da Câmara se parece com um pires. E que o do Senado tem a forma de uma xícara emborcada. Ao traçar as formas Niemeyer teria se inspirado num diálogo ocorrido entre George Washington e Thomas Jefferson, na fundação dos Estados Unidos. Durante um chá da tarde, Washington defendia a existência de duas casas, Jefferson argumentava que seria melhor ter apenas uma assembléia legislativa.
- Por que você põe o chá no pires? – teria dito Washington.
- Para esfriar – teria sido a resposta de Jefferson.
Como a República brasileira nasceu bicameralista, com uma casa esfriando os debates calorosos da outra, o Congresso brasileiro ganhou a forma de uma xícara e um pires na sua transferência para Brasília.
A Catedral do ateu
Comunista de antigamente, e portanto ateu por ideologia, Niemeyer teria usado símbolos cristãos na idealização da Catedral de Brasília. As colunas que a sustentam seriam os dedos cruzados das mãos em forma de oração. Além disso, ela é uma das raras catedrais cuja entrada é feita por um túnel abaixo do nível do solo – o que parece ser uma clara referência às catacumbas romanas que abrigaram os primeiros cristãos.
A foice e o martelo de JK
Em pleno regime militar, Niemeyer teria se inspirado no velho símbolo da bandeira da extinta União Soviética para erguer sua homenagem a Juscelino Kubitschek. No Memorial JK, que ocupa o lugar planejado para o legislativo do Distrito Federal, o pedestal com a estátua do presidente que criou Brasília lembra inegavelmente a foice e o martelo.
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