terça-feira, 11 de maio de 2010

Dilma tem apoio de 86 prefeitos

Almoço em churrascaria da Baixada Fluminense comprova força política do governador Sérgio Cabral, que conseguiu reunir até mesmo políticos de municípios e partidos adversários do PT, como o PSDB e o DEM


 Brasília - A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef, recebeu ontem o apoio de 86 prefeitos do estado, em almoço em uma churrascaria na Baixada Fluminense. O evento foi uma demonstração de força do governador Sérgio Cabral, que conseguiu reunir até prefeitos de siglas de oposição ao PT e ao PMDB, como DEM e PSDB.

De acordo com os organizadores, dos 92 prefeitos convidados, apenas seis não foram ao almoço: Rosinha Garotinho (PR), de Campos; Jorge Serfiotis (DEM), de Porto Real; Heródoto de Mello (PSC), de Nova Friburgo; José Camilo Zito (PSDB), de Duque de Caxias; Luiz Carlos Fratani (PMDB), de São Fidélis; e Jorge Roberto Silveira (PDT), de Niterói. Cerca de 500 pessoas participaram do evento.

Dois ministros — Carlos Lupi (Trabalho) e Márcio Fortes (Cidades) — também estiveram no evento. Dilma Rousseff chegou acompanhada do governador e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), pré-candidato a senador. Em seu discurso, Cabral disse que o evento era um “almoço histórico”. Ele chamou Dilma de “mulher guerreira e corajosa” e puxou o coro de “olê, olê, olá, Dilma, Dilma”.

A petista se esquivou de perguntas sobre a aliança no Rio também com o ex-governador Anthony Garotinho (PR), um dos adversários de Sérgio Cabral.

No seu discurso, a pré-candidata do PT mostrou identificação com administrações municipais. Dilma contou que começou na vida pública como secretária de Fazenda de Porto Alegre (RS).

CRÍTICA AO GOVERNO FH

Ela também voltou a usar a tática de atacar o governo de Fernando Henrique (PSDB). “No governo anterior o Brasil estava de joelhos e precisava pedir licença para o FMI para aumentar salário mínimo”, criticou a petista.

A ex-ministra falou de novo em esperança, repetindo o slogan da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições. “Antes a esperança era uma coisa muito difusa. Hoje a esperança é baseada em conquistas, é a esperança de quem conseguiu retirar da miséria 24 milhões de brasileiros e levar pra classe media outros 31 milhões. É uma esperança que tem uma base de sustentação na realidade”, afirmou Dilma.

A conta do evento, segundo o presidente do PT do Rio, deputado Luiz Sérgio, será dividida entre o PT e o PMDB.

Serra: ‘BC não é a Santa Sé’

A autonomia do Banco Central (BC) virou tema de debate ontem entre os três principais pré-candidatos a presidente. O assunto surgiu depois que José Serra (PSDB), em entrevista à rádio CBN, criticou o BC por não ter reduzido a taxa de juros em 2009. Ele defendeu a autonomia do banco, mas disse que o presidente da República deve interferir em alguns assuntos. “O BC não é a Santa Sé”, afirmou Serra, em referência ao órgão do Vaticano.

Dilma defendeu a autonomia do BC. “É algo positivo para consolidar a estabilidade econômica”, disse ela. A ex-petista Marina Silva (PV) concordou com a ex-colega de Ministério. “A experiência brasileira mostra que foi acertada. É uma autonomia não institucionalizada”.

EX-MINISTRA TAMBÉM CONTA COM APOIO DE COLLOR

Ex-presidente anunciou ontem sua pré-candidatura ao governo de Alagoas

O ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB) afirmou ontem que apoia e vai trabalhar na campanha de Dilma. “Considero ela como a pré-candidata mais preparada para presidir o Brasil e dar continuidade ao trabalho do presidente Lula”, afirmou Collor, em entrevista ao programa ‘Cidadania’, da Rádio Jornal de Alagoas. Quanto à rejeição do PT a seu nome, Collor disse esperar que isso seja superado.

“Existem políticos que gostam muito de serem votados, não importa por quem, mas fazem restrições quando se trata de apoiar esse ou aquele candidato. Isso tem que mudar”, afirmou o ex-presidente, acrescentando que não discrimina nenhum político ou partido, desde que esteja a serviço do povo e do bem comum.

Pela primeira vez, Collor disse oficialmente que é pré-candidato ao governo de Alagoas nas eleições deste ano. Disse que gostaria de ter como seu candidato a vice-governador o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB), ex-prefeito de Coruripe. No entanto, o petebista compreendeu a dificuldade de ter Beltrão na sua chapa, porque o senador Renan Calheiros, presidente do PMDB de Alagoas, já declarou apoio à pré-candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa ao governo do estado pelo PDT.

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