terça-feira, 3 de agosto de 2010

ENTREVISTA COM O CANDIDATO AO SENADO JORGE PICCIANI.


 O JORNAL DA BAIXADA-RJ ENTREVISTOU O CANDIDATO AO SENADO JORGE PICCIANI ATRAVÉS DE E-MAIL. VEJAM A ENTREVISTA NA INTEGRA

1)Você há tanto tempo é Deputado Estadual e Presidente da ALERJ, o que fez de bom para o povo deste estado?


Neilton são 20 anos como deputados, dos quais oito como presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio. Nesse período, tenho trabalhado incansavelmente para a melhoria na qualidade de vida da população. Isso passa por uma série de ações, que vão desde a moralização que fizemos na Alerj " o que permitiu uma economia substancial, resultando na devolução, nos últimos anos, de mais de R$ 100 milhões para o Estado aplicar em áreas prioritárias " até a aprovação de leis como o passe-livre, o bilhete único e os incentivos fiscais que permitiram a instalação no estado de novas empresas e indústrias, o que tem gerado emprego e renda para a nossa população e desenvolvimento a todas as regiões. Entre recentes leis de minha autoria, das quais me orgulho, estão a redução das férias dos parlamentares e a criação dos vagões exclusivos para mulheres em trens e metrôs na hora do rush.

2) Fiz uma pesquisa aqui no bairro a pergunta mais comum foi: você é tão conservador que fica no poder (Presidente da Alerj) por tanto tempo. Por quê?

Se eu fosse conservador, não trocaria o certo (uma nova eleição para deputado) pelo duvidoso (a difícil eleição para o Senado). Os franceses dizem, com sabedoria, que todo político deve colocar o seu cargo à prova através da eleição. E foi isso que fiz ao me candidatar à Presidência da Alerj nas três vezes em que disputei a reeleição. Graças à confiança de meus pares, os demais 69 deputados estaduais, fui reeleito em todas elas, com quase a unanimidade dos votos, incluindo deputados da oposição e da situação. Eu atribuo isso a um projeto, apresentado e revisado a cada eleição, que buscou tornar a Assembléia Legislativa uma instituição mais transparente, eficaz, democrática e cada vez mais próxima da população.

3) Qual a sua opinião sobre uma escola para ensinar a quem quer pleitear um mandato?

Sou favorável à diversidade. Uma escola para ensinar a quem quisesse pleitear um mandato poderia trazer como conseqüência negativa uma padronização das idéias, uma limitação nos horizontes das políticas públicas. Precisamos de políticos que reflitam a realidade da população, sejam eles economistas, biólogos, médicos, engenheiros, contadores, jornalistas, professores, agricultores, pescadores, donas de casa, enfim... a experiência trazida por cada um dos que foram eleitos pelo povo deve ser aproveitada no Parlamento. No entanto, creio que, depois de eleitos, os políticos precisam, sim, conhecer quais são os ritos, como funciona o Poder Legislativo, como se elabora um projeto de lei, o que diz o regimento interno, etc. Foi por isso que criei na Alerj, em 2004, a Escola do Legislativo Fluminense, que oferece desde cursos mais técnicos sobre como fazer uma emenda parlamentar, até pós-graduação em políticas públicas. Esta formação continuada está à disposição não apenas dos políticos, mas também dos seus assessores, do corpo permanente da Casa e dos funcionários das Prefeituras. Isso tem ajudado a qualificar os trabalhos e os serviços prestados à população.

4) A maioria entra sem saber o que vai fazer na câmara dos deputados ou até mesmo no Senado. Você poderia explicar para os leitores do jornal o que faz um deputado federal e um senador?

O deputado federal representa os eleitores daquele estado, por isso cada estado tem um número diferente de deputados, de acordo com a sua população. Já o Senado é a Casa revisora de leis. O senador representa o Estado e é por isso que cada estado possui três senadores cada. A função legislativa do Senado deve focar o equilíbrio entre os estados da federação. Os senadores têm a obrigação de estar imbuídos na defesa dos interesses do seu estado e ao mesmo tempo, compreender que o pacto fraternal entre as unidades da federação não pode ser quebrado. Um exemplo é a discussão da distribuição dos royalties de petróleo do Rio entre todos os municípios do Brasil. Um estado não pode ser prejudicado dessa forma. É preciso ter capacidade de articulação política e espírito de luta para que episódios assim não voltem a acontecer. Nesse episódio dos royalties, sentimos na pele a diferença que faz ter senadores fortes em Brasília trabalhando pelo Rio. Eu e o senador Francisco Dornelles, que temos perfis complementares, faremos uma dobradinha e tanto em Brasília.

5) Porque quer vir candidato ao senado?

Meu ciclo se encerrou na Alerj. Após 20 anos como deputado estadual e oito como presidente da Casa, creio que acumulei uma experiência e que será muito proveitoso para o Estado me ter como Senador. Sou conhecido por ser um grande articulador político, mas também pela minha capacidade de resistir e lutar. Quero ser o Senador do Rio, o senador que vai defender o estado, os princípios do Estado Democrático de Direito, que vai ajudar as prefeituras, todas elas, a abrir as portas de Brasília. Quem me conhece sabe que, assim como as portas do meu gabinete da Alerj sempre estiveram abertas a atender os prefeitos, sindicatos e cidadãos comuns buscando soluções para os seus problemas, o mesmo acontecerá quando eu for senador. Quero ser senador para ajudar o governador Sergio Cabral e os 92 prefeitos, independentemente de partidos, a trazer os recursos que tanto precisamos para manter o Rio na rota do crescimento econômico e social. Eu quero somar forças. Impedir que golpes como o que tentou tirar os royalties do petróleo prosperem. Meu perfil político " daquele que busca sempre o entendimento, mas que também não foge à luta se preciso for " me credencia a isso.

6) O que você acha destas coligações partidárias? Isto é, partidos coligando com quem não tem a mesma linha de pensamento, não é uma incoerência ou um jogo de interesses?

Não se faz política sozinho. Se nosso sistema político fosse o do bipartidarismo, como ocorre em países como Estados Unidos e Reino Unido, por exemplo, essa questão certamente não seria colocada dessa forma. Em compensação, haveria outras. É o que eu costumo dizer, parafraseando Churchill. "A democracia tem muitos defeitos, mas infelizmente ainda não encontraram nada melhor". Acho que a Reforma Política pode ajudar a melhorar nosso sistema, mas certamente não acabará com todos os problemas. Não existe sistema político perfeito.

7) Você acha que o povo sabe votar?

O povo é sábio. E vale lembrar que voltou a ter o direito a votar muito recentemente. Veja o caso do Lula, que tentou quatro vezes antes de finalmente ser eleito presidente. Há alguns anos, era impensável eleger um torneiro mecânico presidente da República. Pois Lula foi eleito e se tornou o melhor presidente da história recente do Brasil. Há alguns anos, era impensável ter uma mulher presidente da República. Pois este ano temos não apenas uma, mas duas mulheres extremamente competitivas, disputando a presidência. E, se Deus quiser, uma delas, a ministra Dilma Roussef, será eleita. É a prova de que, se antes o povo não sabia votar, como disse certa vez o Rei Pelé, hoje ele dá mostras que aprendeu num espaço bem curto de tempo.

8) Porque a nossa política está tão sem moral, desacreditada e corrupta?

Porque os mecanismos de punição ainda são insuficientes e essa sensação de impunidade na política acaba levando boa parte dos cidadãos a, com razão, desacreditar da política. Mas é possível reverter esse quadro e a Alerj é um 'case' nesse sentido. Quando assumi a presidência, uma da primeira medidas que implantei foi criar o Conselho de Ética e o Código de Ética. Coloquei nossos melhores quadros em funções-chave, como a corregedoria (assumida pelo deputado Luiz Paulo, do PSDB). Desde então, quatro deputados foram cassados e um renunciou porque iria pelo mesmo caminho. Coloquei a lista de presença e as viagens dos deputados no site da Alerj (www.alerj.rj.gov.br), para que os cidadãos pudessem eles mesmos conferir quem trabalha e quem não trabalha. Cortei o ponto dos faltosos. Paralelamente, criei a TV Alerj, que exibe ao vivo os debates no Plenário e o trabalho das comissões. Isso se chama transparência, acesso à informação. Esse ciclo de mudanças, na verdade, se iniciou quando o hoje governador Sergio Cabral foi presidente da Alerj e eu era o seu primeiro-secretário e tomamos medidas como o corte dos supersalários, o fim do voto secreto, entre outras. Eu dei continuidade e esse trabalho, aprofundando-o. E espero que meu sucessor não retroceda ao tempo, mas, pelo contrário, continue avançando..

9) Qual a sua opinião para haver uma mudança geral e restrita na política?

Participação é a palavra chave. Muita coisa muda quando isso acontece. Veja o caso da lei do Ficha Limpa, que foi uma iniciativa da sociedade que acabou aprovada pelo Congresso. Se dependesse exclusivamente dos políticos, talvez ela não saísse, por conta das pressões internas. Mas, na medida em que mobilizou a sociedade, que reuniu 1,7 milhões de assinaturas, com apoio da mídia, o Congresso foi forçado a fazer mudanças. A participação é consolida da democracia e a aperfeiçoa.

10) Como deveria ser feita?

Uma iniciativa que está dando certo no Rio e servindo de exemplo para outros parlamentos é o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, que criei na Alerj em 2003. O Fórum reúne hoje 29 entidades da sociedade civil organizada, como Firjan, Fecomércio, Associação Comercial, que, somada à inteligência presente em nossas universidades, tem ajudado o trabalho do Legislativo na medida em que aponta caminhos sustentáveis para o desenvolvimento. Esse é um exemplo de participação organizada da sociedade no Legislativo que gera bons frutos para a população.

11) Qual a sua opinião sobre o judiciário? Não deveria ser cargo de carreira e não indicação?

A grande maioria dos funcionários do Judiciário é concursada e assim deve ser por conta da característica da carreira, bem diferente do Legislativo, por exemplo, onde as pessoas estão parlamentares.

12) Qual a sua opinião sobre medidas provisórias (MP)?

As medidas provisórias foram a forma de o Executivo governar sem precisar do Legislativo, o que é uma distorção. As MPs deveriam ser exceção e não regra, como é hoje. Só deveriam ser usadas como última opção e não como primeira. Meu filho, o deputado federal Leonardo Picciani, foi quem relatou essa matéria há dois anos na Câmara. Seu relatório foi contundente: é necessário limitar o uso das MPs, estabelecendo regras claras de quando e como o governo pode lançar mão delas. Parte do desprestígio do Legislativo hoje tem a ver com o excesso de MPs, que trancam a pauta do Congresso e impedem que ele tenha uma agenda própria. Precisamos mudar isso e essa é uma das minhas missões no Senado. .

13) O Executivo não deveria apenas fazer os seus deveres de casa e deixar os outros também fazerem os seus?

O ponto fundamental para o bom funcionamento da Democracia é a independência entre os poderes da República, que devem atuar, entretanto, de forma harmônica. Pois nada nasce num ambiente em que a discórdia prevalece. A experiência que eu acumulei nesses anos me credencia a fazer esse papel no Senado. Tenho maturidade suficiente para desempenhar esse papel em Brasília e essa conduta certamente tarará muitos benefícios para o Rio.

14) Gostaria de desejar muito sucesso em sua caminhada para o congresso nacional. Vou deixar aqui um espaço para fazer seus comentários que achar necessários.

Agradeço os votos de sucesso e desejo que, nestas eleições, os eleitores reconheçam os resultados dessa boa parceria Cabral-Picciani-Lula. Que observem as mudanças que estão em curso no nosso estado, se informe sobre qual foi o papel do Legislativo nisso e permitam que essa união tenha continuidade. Temos hoje um projeto de Estado para o Rio, não apenas um projeto de Governo. Eu no Senado vou ajudar o governador Sergio Cabral a trazer para o Rio, que vive um momento glorioso e têm pela frente enormes desafios, os recursos que o estado precisa. É por isso que sou candidato a senador e é por isso que peço o seu voto.

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