sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Tucanos esperam que saída de ministra afete Osmar

Apesar de a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, estar perto de ganhar a eleição no primeiro turno, com 24 pontos de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), no Paraná, a petista perdeu eleitores.




É o que mostra a pesquisa do instituto Datafolha divulgada ontem pelo jornal Folha de São Paulo. Dilma mantém a liderança no estado, mas caiu de 46%, na semana passada, para 41% das intenções de votos. No mesmo período, o candidato do PSDB, José Serra, subiu de 33 % para 35 % das intenções de votos. A pesquisa, realizada entre 13 e 15 deste mês, mostra que a candidata do PV, Marina Silva, foi de 8% para 10%.

Em Curitiba, Dilma teve queda mais acentuada. A candidata petista oscilou oito pontos, passando de 36% para 28%. Mas não houve transferência dos votos da petista para o candidato tucano.




Na capital, Serra foi de 35% para 36%, dentro da margem de erro que é de 2%. A candidata do PV, Marina Silva, manteve 15%. Os votos nulos subiram de 3% para 6 %. Os indecisos subiram de 10 % para 14%.



As mudanças no desempenho da ex-ministra no Estado coincidem com a divulgação das denúncias contra sua substituta na Casa Civil, Erenice Guerra, que deixou o cargo, ontem, acuada pelas acusações de que seu filho, Israel, teria feito tráfico de influência no governo. A denúncia foi publicada na revista Veja que foi às bancas no sábado, dia 11.





Apostando




Os estrategistas da campanha tucana no Paraná estão apostando que a saída da ministra, braço direito de Dilma na Casa Civil, possa se refletir não apenas no seu desempenho no Estado, como também alcance a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo, devido à associação entre a sua campanha e a de Dilma Rousseff.




Os tucanos paranaenses avaliam que, desta vez, o governo acusou o golpe e que pode haver impacto na sucessão estadual. “Não podemos esquecer a ligação entre Erenice Guerra e a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff”, disse o deputado federal e candidato ao Senado, Gustavo Fruet. Para o deputado, que é líder da oposição na Câmara dos Deputados, Erenice somente deixou o cargo porque a situação se tornou insustentável.

Fruet destacou a declaração do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerando “graves” as denúncias. “É a primeira declaração contundente do procurador, o que aponta para a gravidade do caso. É fundamental que esse caso seja apurado rigorosamente e com transparência e que os responsáveis sejam punidos”, afirmou.




O secretário nacional de Comunicação do PT, deputado federal André Vargas, disse que os tucanos paranaenses nâo estão sabendo interpretar as pesquisas. “A eleição está empatada. As pesquisas nacionais podem mostrar a queda de Dilma aqui, mas são amostragens muito pequenas. São apenas um recorte da realidade do Estado, que permitem várias interpretações. Uma pesquisa estadual é muito mais precisa sobre esse desempenho porque abrange muito mais regiões”, disse.

Para Vargas, o caso de Erenice faz parte do que chamou de “pauta policialesca” do PSDB para tentar virar a eleição nacional, mas que o efeito local é minúsculo. “Aqui, no Paraná, o que nós temos é uma disputa apertada. Nós vamos ganhar. Mas a diferença não será grande. A progressão é aritmética e não geométrica”, comparou o dirigente do PT.

A vinda do presidente Lula ao Paraná, prevista para a próxima semana, irá impulsionar a candidatura de Dilma e Osmar no Estado, acredita. “O efeito Lula pode ter limites. Mas ainda não atingiu esse ponto no Paraná. É um efeito gradual, que ocorre ao longo do tempo e que vai estar atuando até o dia da eleição”, comentou Vargas.

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