Deputados federais estão se utilizando de uma brecha da Constituição, que permite ao parlamentar escolher entre o salário de secretário estadual ou de congressista - que foi reajustado em 62% no final do ano passado, indo para R$ 26,7 mil -, para receberem valores superiores aos dos próprios chefes, no caso os governadores. Segundo levantamento realizado pela Folha de S.Paulo, até a tarde dessa quinta-feira, 18 deputados haviam pedido para continuar a receber o salário da Câmara, apesar de terem pedido afastamento para trabalhar como secretários estaduais, cujo salário geralmente é menor.
José Aníbal (PSDB), por exemplo, eleito deputado federal por São Paulo, irá comandar a secretaria de Energia do Estado e continuará a receber os R$ 26,7 mil, ao invés dos R$ 15 mil a que teria direito pelo novo cargo - seu chefe, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ganha R$ 18,7 mensais. No Rio Grande do Sul, a diferença é maior, já que um secretário recebe um salário de R$ 11 mil, R$ 9,7 mil a mais que o governador Tarso Genro (PT).
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