sábado, 4 de junho de 2011

Cabral monta gabinete de crise após ação em quartel dos bombeiros

Governador criou gabinete de crise e concederá entrevista coletiva para prestar esclarecimentos sobre a ação


O governador do Rio, Sérgio Cabral, está reunido desde as 8 horas da manhã deste sábado com assessores no Palácio Guanabara, para fazer um diagnóstico do confronto entre bombeiros e as forças do Batalhão de Choque e do Bope após a invasão do quartel-general da corporação, na noite de ontem. Cabral montou um gabinete de crise para avaliar a situação.
Participam da reunião os secretários de Segurança (José Mariano Beltrame), Sérgio Ruy (Planejamento), Wilson Carlos (Governo), Regis Fitchner (Casa Civil), além da procuradora-geral do Estado, Lúcia Leia, e do vice-governador Luiz Fernando Pezão. Chegou há pouco ao local também o comandante-geral da Polícia Militar, Mario Sérgio Duarte.
O comandante-geral dos bombeiros do Estado, coronel Pedro Machado, saiu do Palácio Guanabara sem falar com os jornalistas que aguardam no local. Ele afirmou somente que todas as informações serão passadas pelo governador. Há indícios de uma possível exoneração do coronel, porém o governo do Estado não confirmou a informação.
Os militares confirmaram ao iG que bombeiros e familiares estão sendo convocados pela direção da greve a ocuparem quartéis em todo o Estado do Rio de Janeiro. O movimento é uma represália à prisão dos militares que invadiram o quartel-general na noite de ontem. Segundo os militares, somente casos de extrema emergência estão sendo atendidos, como acidentes de trânsito e incêndios.
O quartel de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, é um dos que não estão atendendo casos de rotina. O local já esta cheio de familiares e de militares que estão de folga. O mesmo aconhtece no quartel de Campinho, na Zona Norte da cidade. De acordo com os bombeiros de Campo Grande, não há prazo para retirar as famílias de dentro das unidades.
                                      Bombeiros em greve invadiram quartel na noite de ontem


Há pouco, quatro ônibus entraram no quartel. A expectativa do lado de fora é que os bombeiros saiam a qualquer momento. Até o momento, não há confirmações sobre o local para onde os presos serão levados. Pelo menos 11 ônibus já saíram de dentro do quartel-general dos bombeiros com militares. Eles foram conduzidos para o Batalhão de Choque da Policia Militar do Rio.
O Batalhão de Choque e o Bope entraram no quartel dos bombeiros por volta das 6h30 da manhã. Foram ouvidos tiros e bombas. Também houve queixas sobre a liberação de gás de pimenta. Pelo menos cinco crianças ficaram feridas na ação. Pelas primeiras informações, alguns bombeiros também estavam armados.
A deputada estadual Janira Rocha (PSOL) foi até o batalhão e disse que houve tiros de fuzil no momento em que a PM invadiu o quartel. “Tem viatura dos bombeiros perfurada por tiro de fuzil", disse, mostrando uma cápsula de fuzil. “Não sei como Cabral deu uma ordem dessa".
Vários bombeiros apresentaram ferimentos, mas evitaram ser atendidos no hospital Souza Aguiar, que fica a poucos metros do local, para não serem presos. Até agora, não há um número oficial de feridos. “A gente ganha pouco, não temos condições de trabalho e ainda tomamos tiro, porrada e bomba. Isso é uma vergonha nesse governo”, disse o bombeiro-militar Marcelo Aguiar Silva, na Praça da República. Ele foi um dos bombeiros que tiveram pequenas escoriações. Apesar dos ferimentos, ele preferiu entrar em um carro particular, para ser socorrido por meios próprios.
A invasão do quartel dos bombeiros foi liderada ontem por cerca de 2 mil manifestantes. Eles foram surpreendidos pela ação realizada nesta manhã, pois tinham montado barricadas no local, mas o Bope e o Batalhão de Choque entraram pela lateral do quartel.
Dezenas de bombeiros foram levados para o Batalhão de Choque da PM, na região central. Eles estão sendo mantido na quadra do local, acusado de desobediência e de destruição de patrimônio público. Fora do batalhão, cerca de 60 pessoas pedem a liberação dos manifestantes e gritam palavras de ordem como "Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil, Cidade Maravilhosa, pior salário do Brasil". São ouvidos também gritos de “Bombeiros não é bandido” e “Alô, policia, pode chegar, seu salário também vai aumentar”.



 




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