quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dilma afaga FHC e diz que 'faxina é contra a miséria'

Depois de perder o quarto ministro em oito meses de governo, presidenta assina pacto de combate à miséria em São Paulo.

Um dia depois de perder o quarto ministro em oito meses de governo, a presidenta Dilma Rousseff viajou para São Paulo para assinar um pacto de combate à miséria com governadores da região Sudeste do País. Após ser recepcionada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Dilma afirmou que o Brasil precisa de "faxina contra miséria".


"É o Brasil inteiro fazendo, de fato, como usa a imprensa, a verdadeira faxina que esse País tem de fazer: a faxina contra a miséria", disse a presidenta.

                   Ex-presidente FHC beija Dilma no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo


Ao longo de todo o evento, Dilma e FHC, que se sentaram lado a lado, conversaram ao pé do ouvido. Segundo o iG apurou, o ex-presidente pediu para participar do evento. FHC ficaria na plateia, mas foi convidado por Dilma para compor a mesa. Após o ato, em almoço oferecido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidente tucano voltou a ter lugar cativo ao lado da presidenta. Os dois conversaram durante todo o almoço. A troca de afagos ocorre no momento em que ela enfrenta dificuldades com a base aliada.

A ausência do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi sentida por políticos presentes na assinatura do pacto. Nesta manhã, o prefeito esteve em Brasília com a presidenta para um café da manhã com líderes do novo partido PSD. "A presidenta conseguiu, com Alckmin, uma parceria que não conseguiu com Kassab, que por sinal não está aqui, nem com Serra (ex-governador de São Paulo José Serra)", disse a senadora Marta Suplicy (PT-SP), ex-prefeita de São Paulo e cotada para disputar o cargo novamente em 2012.

Em seus discursos, Dilma, Alckmin e os demais governadores trocaram elogios. A presidenta classificou o ato como um "pacto republicano e multipartidário". Alckmin destacou o simbolismo político do evento, que classificou como um marco. "Identifico aqui um momento em que a política, tantas vezes aviltada, cumpre sua função. Identifico aqui um marco. Ultrapassamos o momento de disputa para unir esforços", disse. O governador paulista também falou sobre a generosidade, patriotismo e do espírito conciliador de Dilma.

Os discursos foram interpretados como uma indireta para Serra, que se recusava a assinar convênios para implantação do Bolsa Família na cidade de São Paulo quando prefeito.

FHC x Lula

Em um momento de "saia justa", Alckmin creditou a Fernando Henrique Cardoso a paternidade dos programas sociais que hoje fazem parte do Brasil Sem Miséria, como o Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação e o auxílio-gás. E disse que foi a estabilidade econômica conseguida nos anos 90 que possibilitou que o governo se organizasse para tirar tanta gente da miséria.

O governador ressaltou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu unificar os programas do tucano. "A inteligente medida provisória do governo Lula deu unicidade e notável expansão (para esses programas)", disse. O ex-presidente participa hoje de uma série de compromissos em Minas Gerais.

Dilma, em seu discurso, agradeceu a presença de FHC, mas fez questão de dar o crédito para o ex-presidente Lula por ter levado "uma argentina" da pobreza para a classe média. "Essa é a herança bendita que o presidente Lula me legou".
               Em São Paulo, Dilma se encontra com governadores da região Sudeste do País





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