terça-feira, 16 de agosto de 2011

Paulo Passos dá esclarecimentos ao Congresso sobre denúncias

Ministro dos Transportes nega envolvimento em denúncias e diz ser 'um homem honesto, de vida correta'.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, presta nesta terça-feira esclarecimentos ao Senado sobre denúncias de propina e superfaturamento em obras comandadas pela pasta. Ex-secretário-executivo do ministério, Passos assumiu definitivamente o comando da pasta com a saída de Alfredo Nascimento, após denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no órgão.

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No depoimento, Passos negou qualquer envolvimento em denúncias de corrupção. Disse que sua "atitude e forma de agir sempre se pautou pelos melhores princípios de conduta ética". A declaração foi dada em resposta ao senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que lhe perguntou "de onde partiu a voz de comando no esquema de corrupção arquitetado" nesse ministério.

"Quem está lhe falando aqui é um homem correto, é um homem honesto, de vida e passado limpo, com 38 anos na esfera federal, servindo da melhor forma", declarou o ministro.

Passos atribuiu o aumento de preços das obras em rodovias, executadas pelo Departamento Nacional de Obra de Infraestrutura de Transporte (Dnit), às mudanças nas dimensões dos projetos. O ministro reconheceu que o ministério "não está às mil maravilhas", mas que está trabalhando para mudar a situação, inclusive com a ajuda dos novos contratados do Dnit. "Todos profissionais de carreira, sem vinculação partidária", destacou.

O senador Alvaro Dias queixou-se, por exemplo, o "excesso de aditivos" nas obras, citando o contorno de uma rodovia com extensão de 17 quilômetros em Maringá (PR), que estaria na casa dos R$ 300 milhões. Também disse considerar uma "farsa" protagonizada pela operação Tapa-Buraco desenvolvida no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Passos defendeu a operação, dizendo que ela permitiu ao governo federal acudir algumas rodovias federais, dando a elas condições de segurança e conforto até que fossem executados os programas de recuperação.

Sobre a mudança no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desenvolvido pelo Ministério dos Transportes no período da campanha eleitoral que elegeu a presidenta Dilma Rousseff - e que segundo o ex-ministro Alfredo Nascimento passou de R$ 58 bilhões para R$ 72 bilhões -, Paulo Passos disse que não se tratava do orçamento, mas sim de "estimativas de desembolso global do programa".

Crise

A demissão de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes ocorreu após a revista Veja publicar no mês passado reportagem segundo a qual integrantes do PR - partido que abriga tanto o ex-ministro quanto o atual titular da pasta - recebiam dinheiro em troca da aprovação de aditivos em contratos de obras do ministério.A crise levou a presidenta Dilma Rousseff a ordenar uma "faxina" no ministério e em órgãos envolvidos nas denúncias, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a estatal Valec.

As denúncias foram reforçadas por reportagem da revista IstoÉ publicar que o ministério, entre abril e setembro de 2010, liberou a empreiteiras R$ 78 milhões para obras de estradas e ferrovias com indícios de irregularidades graves apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Nesse período, Passos ocupava o gabinete como interino, durante a campanha eleitoral ao Senado do então ministro Nascimento.

Com informações da Agência Senado e da Agência Estado


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