segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Paraenses descartaram ontem a criação dos estados de Tapajós e Carajás

   Eleitores de Marabá fazem fila para votar no plebiscito, que custou R$ 19 milhões aos cofres públicos.


A divisão do estado do Pará em três unidades federativas foi rejeitada pelos eleitores paraenses. O plebiscito realizado ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enterrou a proposta de criação dos estados de Tapajós e Carajás, descartadas por quase 70% dos eleitores nos dois casos. Foram os moradores da região metropolitana de Belém os principais responsáveis por evitar o desmembramento do estado.

O plebiscito foi realizado sem grandes transtornos ao longo do domingo. Das 8 às 17 horas, o TSE precisou substituir 25 urnas eletrônicas, apenas 0,17% do total que foi utilizado no plebiscito. A votação custou R$ 19 milhões aos cofres públicos, segundo o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, que esteve ontem em Belém para acompanhar a realização do plebiscito. O valor é inferior à estimativa inicial de gastos feita pelo próprio TSE, de R$ 25 milhões. “O plebiscito é um momento histórico e prova que a democracia brasileira está amadurecida e consolidada”, disse Lewandowski.

O Pará tem 4,8 milhões de eleitores. A abstenção foi de 25,4%, o equivalente a 1,2 milhão de eleitores. Na reta final da campanha das frentes pró e contra a divisão, o governador do estado, Simão Jatene (PSDB), encampou a posição contrária à criação de Tapajós e Carajás. Ele defendeu ontem, ao votar, um “pacto federativo” no estado para superar “mágoas” dos moradores das regiões que continuam como parte do Pará.

O Pará permanece sendo um estado de 7,5 milhões de habitantes e detentor de um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 58,5 bilhões. Se os paraenses tivessem decidido ontem pela criação de dois novos estados, e caso a decisão fosse validada pelo Congresso Nacional, Tapajós e Carajás surgiriam como unidades federativas de grande extensão, pouco populosos e PIB bem inferior ao do Pará remanescente. Tapajós teria 1,1 milhão de habitantes e um PIB de R$ 4,34 bilhões. Carajás surgiria com 1,6 milhão de pessoas e PIB de R$ 19,2 bilhões.

O resultado do plebiscito será encaminhado agora pela Justiça Eleitoral ao Congresso Nacional. Como venceu o “não” à divisão do estado, o processo será encerrado pelo Legislativo. Proposta semelhante só poderá ser apresentada na próxima legislatura, a partir de 2015.

Até as 22h30 de ontem, 98,95% das urnas haviam sido apuradas. O “não” a Tapajós estava em 66,01% e a Carajás, 66,53%

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