terça-feira, 24 de julho de 2012

Cunhado de Cachoeira é libertado após pagar fiança

ADRIANO APRÍGIO, ACUSADO DE ENVIAR TRÊS E-MAILS AMEAÇADORES PARA PROCURADORA LÉA BATISTA, É SOLTO NO MESMO DIA EM QUE O CONTRAVENTOR CHEGA À SEDE DA PF EM GOIÂNIA PARA AUDIÊNCIAS. ELE DESEMBOLSOU R$ 10 MIL

O advogado Adriano Aprígio, ex-cunhado de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi libertado na tarde de hoje, no mesmo dia em que o contraventor se hospedou no local para participar em Goiânia de duas audiências na 11ª Vara da Justiça Federal. Após 18 dias de detenção, ele conseguiu sair graças ao pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.

Uma das peças no tabuleiro maquinado por Cachoeira, o amigo e ex-cunhado foi preso em 6 de julho sob a acusação de enviar três e-mails com mensagens consideradas ameaçadoras à procuradora da República Léa Batista, uma das responsáveis pela Operação Monte Carlo que conseguiu desarticular o esquema de jogos ilegais em Goiás e outros estados.

Em junho deste ano, a procuradora foi alvo do que seria a primeira mensagem velada de Aprígio. O texto apócrifo concluía que a procuradora “foi dura demais” com os envolvidos no escândalo. Já no dia 23 de junho, Léa Batista recebeu outro e-mail. Este trazia ameaças a ela e à sua família com palavras consideradas de baixo calão e com um teor mais duro, tônica também da terceira e última investida. Os e-mails foram enviados a partir de uma lan house de Anápolis, a cidade de Cachoeira e de Aprígio.

Na época, os procuradores Daniel Salgado e Marcelo de Oliveira, também responsáveis pela Operação Monte Carlo, foram incisivos aos afirmar que “ameaças veladas ou ostensivas não nos farão retroceder. Tentativas de intimidação não adiantam. Continuaremos firmes na defesa da sociedade”.

O advogado de Aprígio, Ronivan Peixoto, disse ontem que o seu cliente não tinha intenção ameaçadora nem intimidadora e os e-mails foram resultado de “profunda depressão” que enfrenta. Ele já havia considerado a prisão injusta e falou ainda do arrependimento por parte do acusado.

Sem a badalação dos cabeças do esquema de Cachoeira, Adriano Aprígio, contudo, era considerado personagem estratégico. Desempenhava o papel de laranja do contraventor, a quem servia com fidelidade. Escutas telefônicas gravadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça revelaram que, no nome do ex-cunhado, estavam importantes bens do bicheiro.

O caso veio à tona quando resolveu se divorciar. Em um telefonema para a mulher, Andressa Mendonça, Cachoeira se mostra estarrecido com separação do ex-cunhado, o que seria “uma bomba”. Andressa questiona cachoeira: “E aí?”. O marido responde que “os trem tá (sic) tudo no nome dele”.

No diálogo, Cachoeira fala sobre a possível divisão de bens do casal. “Imagina se a mulher pegar metade dos trem do Adriano?”, indaga. A mulher do contraventor responde: “Imagina não, ela vai pegar. Isto é fato. Esquece, ela tem direito”. Do outro lado da linha, ele lamenta: “Aí eu não aguento não, eu morro”.



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