segunda-feira, 30 de julho de 2012

Patrus, aposta de Dilma, pode perder no tapetão

CANDIDATO À PREFEITURA DE BELO HORIZONTE NUMA ELEIÇÃO QUE FOI TRANSFORMADA EM GUERRA NACIONAL PELO PT, PATRUS ANANIAS PODE SER ABATIDO EM PLENO VOO POR UM DESCUIDO: O EMPREGO QUE MANTINHA NA PODEROSA FIESP, DE PAULO SKAF.

A eleição municipal de Belo Horizonte em 2012 será, certamente, uma prévia da disputa presidencial, em 2014. Os candidatos são Marcio Lacerda, da aliança PSDB-PSB, e Patrus Ananias, do bloco PT-PMDB, mas quem move as peças no tabuleiro são o senador Aécio Neves e a presidente Dilma Rousseff, potenciais adversários daqui a dois anos.

Dilma está tão empenhada na vitória de Patrus que montou um time de craques para a equipe de campanha do PT em BH. A começar pelo marqueteiro João Santana e pelo chefe da área de comunicação, o jornalista Ricardo Amaral, autor da biografia “A vida quer é coragem”, sobre a vida de Dilma antes da presidência.

O plano previa que Patrus fosse apresentado aos eleitores como “pai do Bolsa-Família”. Mas um descuido pode arruinar sua eleição. O ex-ministro do primeiro governo Lula presidia o Conselho de Responsabilidade Social da poderosa Federação das Indústrias de São Paulo, comandada pelo mais político do que empresário Paulo Skaf.

Patrus deveria ter abandonado a função no início de junho, mas, aparentemente, só o fez um mês depois – o que contraria a lei eleitoral. Há também controvérsias sobre sua remuneração. Conselhos da Fiesp, em geral, pagam rendimentos superiores a R$ 10 mil mensais, mas a entidade soltou nota afirmando que o trabalho de Patrus era voluntário.

A disputa será levada à Justiça Eleitoral pelo PSD mineiro, que pretendia apoiar Lacerda, mas sofreu uma intervenção pró-Patrus dirigida pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que é também presidente da sigla.

Ou seja: a eleição mineira corre sério risco de terminar no tapetão. E ainda que Patrus vença, ele terá que explicar aos eleitores qual era a natureza dos seus serviços a uma entidade empresarial de São Paulo.

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