sexta-feira, 28 de setembro de 2012

"Lula é um líder de facção"

Senador mineiro Aécio Neves (PSDB) "desce o sarrafo" em cima do ex-presidente Lula durante sua passagem pelo Recife; Aécio também criticou duramente a nota de apoio ao petista assinada pelos partidos aliados do PT, Apesar das críticas, senador declarou que, caso eleito presidente em 2014, "irá trabalhar muito para permitir ao PT reencontrar-se com sua história"
 
Paralelamente às trocas de farpas entre os candidatos a prefeito do Recife, os “medalhões” resolveram entrar em cena. Depois das duras críticas do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) a Lula e ao também senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do presidente nacional dos tucanos, Sérgio Guerra, ao peemedebista, chegou a vez do congressista mineiro atacar o ex-presidente. Para o tucano, o maior nome do Partido dos Trabalhadores se porta como “um líder de facção”.
 
Em jantar realizado no apartamento do deputado federal Sérgio Guerra, no Recife, Aécio Neves afirmou que o ex-presidente, por ser tão querido pelo povo brasileiro e ter ganhado destaque no exterior, poderia estar ocupando um papel em nível internacional. Mas, segundo o parlamentar, a liderança do petista está indo por água abaixo.
 
“(Lula) é importante para a história do Brasil, mas infelizmente está deixando de se portar como um ex-presidente da República de todos os brasileiros optando pelo papel de um líder de facção. Não é bom para a história dele. Eu gosto do Lula, companheiro de jogar bola. Era lateral esquerda reserva do meu time, antes de ser presidente. Lula é um cara extremamente querido fora do Brasil e podia estar ocupando um papel internacional”, declarou, em entrevista ao Blog da Folha.
 
Além disso, o senador afirmou que é normal o fato de Lula servir como principal cabo eleitoral em várias cidades pelo Brasil afora, onde o PT lançou postulante, porém, os ataques aos adversários "maculam" a história do ex-presidente.
 
“Apoiar candidatos do seu partido, acho normal. Agora, apoiar candidatos com ataques tão violentos, pessoais a adversários, porque são adversários, não está a altura da biografia dele“, avaliou. “O PT abdicou o projeto reformador para se contentar em ter um projeto de poder”, acrescentou.
 
O tucano também criticou a nota assinado pelos presidentes do PT (Rui Falcão), PMDB (senador Vaudir Raupp), PSB (governador de Pernambuco, Eduardo Campos), PDT (Carlos Lupi), PC do B (Renato Rabelo) e PRB (Marcos Pereira) em apoio ao ex-presidente, na qual os partidos disseram que a oposição busca “golpear a democracia e reverter conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula”, tentando enquadrá-lo no processo de julgamento do Mensalão.
 
“A nota assinada pelo presidente do PT (Rui Falcão) beira o ridículo. A nota, nunca antes da história do Brasil nós vimos um partido alertar o Brasil sobre a possibilidade da deposição de um ex-presidente da República”, disparou.
 
Porém, diferentemente de outras figuras do cenário político nacional, como Jarbas e Guerra, que não poupam críticas negativas ao PT, o senador mineiro deu a entender que está disposto a criar uma relação mais estreita com os petistas, caso seja eleito presidente da República em 2014, já que seu nome é um dos mais cotados do PSDB para se candidatar ao Palácio do Planalto. “Vou trabalhar muito para permitir ao PT reencontrar-se com sua história”, completou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário