quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dilma divide com partidos mudanças no Ministério

Presidente quer dar o máximo de transparência à mini-reforma ministerial que pretende fazer à luz dos resultados eleitorais; PT e PMDB foram convocados para reunião terça-feira no Planalto para iniciar discussões sobre o tema; Gilberto Kassab, com 53 deputados no seu PSD, e Gabriel Chalita, que apoiou Fernando Haddad, podem ir para Cidades e Ciência e Tecnologia; mas será só isso?
 
Com pelo menos duas peças para encaixar no quebra-cabeças da mini-reforma misterial pós-eleitoral que se propôs a fazer, a presidente Dilma já traçou a sua estratégia de jogo. Vai dividir direta e formalmente com os partidos políticos o ônus das decisões a serem tomadas. Assim, acredita, não terá motivos para ouvir reclamações posteriores sobre perda de espaço de uma agremiação sobre a outra.
 
A serem encaixados nos ministérios estão o ex-candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB, Gabriel Chalita, e o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, do PSD. O problema inicial é que os partidos de ambos tem olhos de cobiça para o Ministério da Cidades, repositário de verbas bilionárias destinadas a obras vistosas. Chalita, pelo apoio a Fernando Haddad e o apoio do vice-presidente Michel Temer, e Kassab, que preside uma agremiação que venceu em mais de 500 prefeituras e tem 53 deputados federais, são nomes certos para entrar. Mas quando e onde? Os que cederem o lugar irão para onde?
 
Essas perguntas serão colocadas sobre a mesa na conversa marcada por Dilma para a proxima terça-feira, no Palácio do Planalto, com Temer, em nome do PMDB, e o presidente do PT, Rui Falcão. Cada um deles poderá estar acompanhado de até quatro integrantes de seus partidos.
A formalidade do encontro já é um ponto a favor à presidente. Dessa maneira, ela procura estabelecer transparência ao processo de trocas, buscando, antecipadamente, suavizar presumíveis críticas sobre a cessão de cargos no primeiro escalão em razão de circunstâncias eleitorais. Por outro lado, com a atitude, a presidente reafirma que sua administração tem sim compromissos políticos naturais de toda as democracias.
 
O PSD é o mais cotado para ficar com o Ministério das Cidades. Com o próprio Kassab ou outro quadro menos vistoso do partido, o que parece ser mais prudente para a presidente. Dificilmente, porém, depois de todos os percalços legais vencidos para a constituição do PSD Kassab abrirá mão de ter para si a sua própria caneta liberatória.
 
Chalita tende a ser acomodado no Ministério da Ciência e Tecnologia, já ocupado pelo PMDB. No Planalto, entrentando, a maioria das apostas indica que a presidente irá levar esse processo de consultas até bem mais a frente, para tirar as peças velhas e encaixar as novas só depois da eleição da Mesa da Câmara dos Deputados, onde o PMDB deve fazer o presidente e o PT ter a vice.

Nenhum comentário:

Postar um comentário