terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Os cariocas vão me ver trabalhando muito"

Reeleito de modo consagrador, Eduardo Paes escolhe Lula e Dilma para agradecer inicialmente; em seguida, diz que Sérgio Cabral "mudou a história dessa cidade, desse Estado"; Prefeito foi incansável nos últimos quatro anos; obras despontam por toda a cidade; vitória é a mais retumbante de todo País, com 64% dos votos entre 83% apurados até 19h15.
 
Eleito de maneira difícil, a partir de uma disputa em que chegou às urnas em situação de empate técnico com o então adversário Fernando Gabeira, o prefeito Eduardo Paes confirmou uma reeleição fácil. A ampla margem de 64% dos votos, conquistados quando 83% das urnas já haviam sido computadas, se deveu a uma conjunção de fatores a partir de três fatos concretos: uma ótima administração municipal, uma base partidária forte e organizada e adversários que tiveram desempenho fraco durante a disputa. Paes, que nunca deixou de demonstrar seu trabalho e sua paixão pela cidade que administra – o slogan Somos Um Rio traduziu essa característica --, cumpriu seu script à risca.
 
"Quero agradecer inicialmente a duas pessoas", disse Paes em seu discurso de vitória, diante de sua casa, às 19h30. Essas pessoas foram o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff. Em seguida, Paes elogiou o governador Sérgio Cabral. "O governador mudou a história dessa cidade e desse Estado", disse o prefeito reeleito. "O Rio que já não acreditava nele próprio, passou a acreditar", completou. "Estou muito feliz, agora tenho mais quatro anos e três meses para continuar prefeito do Rio. Os carioca vão me ver trabalhando muito".
 
Como prefeito, ele se acostumou a acordar às cinco horas da manhã para exercitar-se com um personal trainning e partir para um roteiro diário que incluia invariavelmente a ida a canteiros de obras e palanques de inaugurações. Como um dos dados mais expressivos, frisou em campanha ter assumido o Rio com 200 mil famílias assistidas pelo programa de médico da família (com visitas de profissionais da medicina às casas das pessoas, em atuação preventiva), tendo conseguido elevar esse número, após quatro anos de gestão, para um milhão e duzentos mil. Paes inaugurou nada menos que uma centena de clínicas da família. Também carimbou em seu currículo o fato de ter unido a Zona Oeste à Barra da Tijuca e, portanto, a um dos setores mais desenvolvidos da capital, por meio da inauguração do túnel da Grota Funda e da implantação da via Transcarioca. Todos os bairros do Rio, praticamente sem exceção, foram beneficiados em sua gestão com pelo menos uma obra de destaque. O distante bairro de Paciência, por exemplo, ganhou em pleno carnaval um teatro público que necessariamente só terá espetáculos grátis para o público. Esse tipo de equipamento foi replicado para outras regiões. Na rica Zona Sul, enquanto isso, Paes fez gestos como a compra de carrinhos europeus de varrição de ruas, demonstrando sua preocupação com a limpeza do grande cartão postal da cidade.
 
Para a Barra, ficou o maior filão de obras do chamado Rio Olímpico. No centro, ele prometeu derrubar o elevado perimetral para instalar no lugar o Porto Maravilha, com a revitalização de uma importante região da cidade. Seu projeto Bairro Maravilha, com um pacote de calçamentos, iluminação e melhorias urbanas espalhou-se estrategicamente pela cidade.
 
Politicamente, Eduardo Paes sai como o maior vitorioso entre os candidatos a prefeito de todo o País – e também entre os demais líderes partidários. Seu feito é maior, sem dúvida, do que a transferência de prestígio feita em Recife pelo governador Eduardo Campos, do PSB. Igualmente deixa na poeira o bom resultado do apoio que o senador Aécio Neves dedicou à reeleição de Marcio Lacerda, em Belo Horizonte. Pela expressão da cidade do Rio de Janeiro, somada à quantidade de votos que está recebeu na manhã e na tarde deste domingo 7, a vitória em primeiro turno de Paes também é expressivamente maior do que a reeleição, em Porto Alegre, do prefeito Fortunati, do PDT.
A partir de agora, Paes, para fazer bonito em seu segundo mandato, terá de concorrer com a administração que ele próprio fez em sua primeira gestão.
 
Abaixo, noticiário anterior:
 
247 - Antes das 19 horas, o prefeito Eduardo Paes se reelegeu matematicamente ao cargo. om 83% dos votos contados, ele obteve 64% dos sufrágios. Pacote de obras, coligação partidária costurada pelo PMDB, desempenho pessoal e fraco desempenho dos adversários explica vitória retumbate, que deverá ser a maior do País. Resultado fortalece prefeito, governador Sérgio Cabral e presidente do PMDB Jorge Picciani. legenda mostrou unidade e coordenação.
 
Abaixo, noticiário anterior:
 
247 - O prefeito Eduardo Paes está reeleito em primeiro turno, com uma votação consagradora de 69% do eleitorado, segundo pesquisa de boca de urna do Ibope. Marcelo Freixo, do PSOL, ficou com 26%, de acordo com o mesmo levantamento. Esse porcentual deve transformar Paes no prefeito eleito com o maior número de votos em todo o País, numérica e proporcionalmente. A votação dele, a se confirmar a boca de urna, tem a ver diretamente com um amplo pacote de obras executado durante os últimos quatro anos, a tibieza da oposição, cujo plano maior de unir os antagônicos Cesar Maia, do DEM, e Anthony Garotinho, do PR, em torno da chapa na capital com os filhos Rodrigo Maia e Clarissa Garotinho, e a pequena empolgação que o principal concorrente, Marcelo Freixo, despertou fora de seu mais tradicional reduto, na zona sul de classe média.
 
A última pesquisa Datafolha apontava Paes concentrando as intenções de votos. Ele foi apontado por 66% dos eleitores ouvidos. Em seguida estava o deputado Marcelo Freixo (PSOL), com 25%. Rodrigo Maia (DEM), que tem Clarice Garotinho de vice, registrava apenas 3% das intenções.
Após votar, na manhã de hoje, Paes afirmou que "refundou" o Rio em seu primeiro mandato, mas evitou comemorar a vitória antes da apuração. Ele disse ainda que o desafio de um eventual segundo mandato é concluir as obras em andamento e melhorar o setor de saúde.
 
Já o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) criticou os institutos de pesquisa após votar no clube Payssandu, no Leblon (zona sul). Segundo ele, os últimos levantamentos, que apontavam seu crecimento nas pesquisas na reta final, tiveram como objetivo interferir no resultado da votação.

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