sábado, 12 de janeiro de 2013

Prefeitura de Nova Iguaçu volta a funcionar após ficar dez dias fechada para auditoria


Após dez dias fechadas, as portas da prefeitura de Nova Iguaçu finalmente foram abertas nesta sexta-feira, dia 11 de janeiro. O prefeito Nelson Bornier decidiu retomar o expediente depois de realizar uma auditoria pública, motivada por denúncias de irregularidades cometidas pela antiga gestão. As acusações apontavam principalmente para o setor de saúde, entretanto, depois de mais de uma semana de trabalho, a equipe chegou à conclusão de que o maior débito é com a Previni, cerca de R$ 544 milhões. Ao todo a dívida da prefeitura ultrapassa R$ 1 bilhão e 28 milhões.

Segundo Bornier, a intervenção foi a maneira encontrada para fazer um reconhecimento da atual situação das contas da administração municipal visto que não houve período de transição na antiga gestão." Nosso compromisso é com a boa saúde, boa educação e também com os serviços públicos em geral", disse o prefeito.
O levantamento apontou dívidas referentes a diversos setores, que incluem débitos de aluguel de imóveis a pagamentos de direitos trabalhistas. Ainda conforme Bornier, são realizadas em média cinco audiências por dia no Ministério do Trabalho para tratar de ações de servidores contra a prefeitura. "Vamos arrecadar e logo depois fazer uma composição com os credores. Daremos prioridade a merenda escolar, a educação e também as questões do Hospital da Posse", explicou.



O próximo passo, de acordo com Bornier, será preparar uma licitação para contratar uma empresa de auditoria para fazer um levantamento de todas as repartições e encaminhar o resultado às autoridades para que descubram os responsáveis pelo déficit.



Mudança de gestão



Bornier também enxugou a máquina. Ao menos quatro secretarias não existem mais, foram extintas ou incorporadas a outras. São elas: Secretaria de Trânsito, de Comunicação, de Meio Ambiente e de Despesa. Ainda foram suprimidos 1046 cargos comissionados.



Calamidade na saúde



Durante a coletiva, o prefeito de Nova Iguaçu voltou a mencionar a precariedade na saúde e reafirmou que o decreto de calamidade continuará em vigor até que os problemas sejam resolvidos. Após retomar oficialmente o expediente nos órgãos públicos, Bornier seguiu para o Hospital da Posse onde fez uma visita à equipe do gabinete de crise, implantado há nove dias. "Só de não encontrarmos pessoas esperando atendimento nos corredores é um grande avanço. A gente vê a mudança no semblante das pessoas", reparou Bornier.



Na ocasião foram entregues duas enfermarias interditadas durante a inspeção realizada no dia 1º de janeiro. Outras intervenções estruturais também estão em andamento. De acordo com o presidente do Gabinete, Luiz Antônio Teixeira, o prédio foi encontrado em estado de deterioração, com infiltrações, mofo, vazamento de esgoto e partes do teto caindo aos pedaços. "Estamos providenciando imediatamente melhorias efetivas dentro do possível. A unidade é muito antiga. Tem muitos problemas prediais. Quando chove tem infiltração para todos os lados. A gente entrou com reforma emergencial dos telhados. Estamos privilegiando o atendimento ao paciente", revelou Teixeira.



Até morcego foi encontrado em uma das salas. O débito do hospital chega hoje a R$ 126 milhões. A unidade recebe do governo federal cerca de R$ 5 milhões, que não são suficientes para manter todos os atendimentos. Na próxima quarta-feira, dia 16, Bornier deverá ir a Brasília, onde tem marcada uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O objetivo é trazer novos recursos para o hospital, que é federal mas foi municipalizado."Se a gente resolve o problema do Hospital Geral da Posse, vai ser muito fácil resolver problemas dos postinhos de saúde. Vamos do gigante para a criança pequenininha", afirmou o prefeito após anunciar a implantação de uma nova emergência e a reabertura da Maternidade Mariana Bulhões em até 50 dias. 

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