sexta-feira, 19 de junho de 2015

ESPECULAÇÃO DA PF VIRA FATO ESCANDALOSO NA MÍDIA


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Na entrevista coletiva desta sexta-feira, em que foram detalhadas as razões das prisões dos presidentes de duas das maiores empresas brasileiras, Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, os investigadores foram questionados sobre as propinas descobertas; foi então que o delegado Igor Romário de Paula afirmou, em caráter "meramente especulativo", que as da Andrade poderiam ser de R$ 200 milhões e as da Odebrecht de R$ 510 milhões; delegado explicou sua especulação afirmando que a Andrade mantém contratos de R$ 9 bilhões na Petrobras, contra R$ 17 bilhões; em seguida, aplicou os 2% a 3% de propina denunciados por Paulo Roberto Costa e apresentou os números, que, no Estado de S. Paulo, estampam a manchete principal, como um fato concreto; conta de padaria virou "realidade" que se alastra no imaginário coletivo
"Propina paga por Odebrecht e Andrade Gutierrez chega a R$ 710 mi, diz PF". Assim grita a manchete do site jornal Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira. E é justamente aí que começam os problemas. Questão número 1: a Polícia Federal apresentou alguma prova do pagamento de propinas tão expressivas? Questão número dois: a Polícia Federal declarou que esses valores foram pagos como propina?
No primeiro caso, a resposta é absolutamente negativa. No segundo, também, ainda que com ressalvas. Quando foi questionado sobre propinas pagas pelas duas empreiteiras, o delegado Igor Romário de Paula apresentou os números em caráter "meramente especulativo", como fez questão de enfatizar.
Disse que as da Andrade Gutierrez poderiam ser de R$ 200 milhões e as da Odebrecht de R$ 510 milhões. O delegado explicou sua especulação afirmando que a Andrade mantém contratos de R$ 9 bilhões na Petrobras, contra R$ 17 bilhões da Odebrecht. Em seguida, aplicou os 2% a 3% de propina, delatados por Paulo Roberto Costa, e apresentou os números, que, no Estado de S. Paulo, estampam a manchete principal, como um fato concreto.
Ou seja: uma simples conta de padaria virou "realidade". E o certamente será propagada nas redes sociais, ainda que o delegado tenha se referido a uma conta "meramente especulativa".

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