segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Programa do PSDB irá ao ar com defesas da saída da presidente

O senador tucano afirmou que o PSDB, na condição de maior partido de oposição, tem que trabalhar para que tribunais como TCU e TSE tenham autonomia

iG Minas Gerais | Folhapress 
George Gianni - PSDB
"É algo institucionalizado", diz Aécio sobre denúncia de ex-diretor da Petrobras
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou na manhã desta segunda-feira (28), no Rio, que o governo da presidente Dilma Rousseff vive seus "estertores" [agonia].
Segundo ele, o "impeachment é uma previsão constitucional" que demanda componentes políticos e jurídicos para poder acontecer e que não cabe ao partido necessariamente apontar um caminho para isso.
Aécio lembrou que o programa nacional de televisão do PSDB irá ao ar nesta segunda e que a saída da presidente será um dos temas.
"Eu falo hoje no programa de forma muito clara: a saída da crise se dará dentro daquilo que prevê a Constituição."
"Não cabe ao PSDB [definir o motivo para] a saída, se via impeachment, cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral em razão das denúncias cada vez mais fortes de dinheiro da corrupção da Petrobras irrigando o caixa de campanha da presidente, ou pelo seu afastamento por livre e espontânea vontade", disse Aécio, pouco antes de participar de evento com as lideranças do partido no Rio.
O senador tucano afirmou que o PSDB, na condição de maior partido de oposição, tem que trabalhar para que tribunais como TCU (Tribunal de Contas da União), que julgará as chamadas pedaladas fiscais do governo, e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral, que avaliará as contas de campanha da presidente, tenham autonomia.
"Não podemos permitir que ocorram constrangimentos ao tribunal de contas, que o TSE seja também constrangido e não faça seu trabalho."
Aécio afirmou que o PSDB fará uma investigação própria das contas de campanha da presidente, a fim de apurar se houve uso de dinheiro do esquema de desvios na Petrobras.
"O nosso papel, portanto, não é apontar esse ou aquele caminho, mas garantir que a saída se dê dentro do que prevê a constituição".
O senador tucano disse que a presidente já não se encontra mais em condição de governar o país. Um dos exemplos, disse, foi dar o comando do Ministério da Saúde ao PMDB em troca de apoio na Câmara dos Deputados. Aécio afirmou que o plano de governo da presidente é permanecer "por mais uma semana no poder". "O governo está refém da próxima semana. Os espaços de poder estão sendo entregues aos aliados com o único objetivo de manter a presidente no poder por mais algum tempo", disse.
Dentro do PSDB há uma certa divisão quanto aos pedidos de impeachment. Enquanto os governadores são mais cautelosos na defesa da saída da presidente com base, por exemplo, no uso pelo governo das pedaladas fiscais, os parlamentares da legenda já recolhem assinaturas para o impedimento de Dilma.
Aécio disse que o PSDB é um "partido de quadros", que permite que seus integrantes se expressem livremente, mas que é natural que no parlamento "a briga seja mais aguerrida".
A ideia do programa é tentar descolar do partido a imagem de que sua única intenção é ver o governo federal sangrar sem se preocupar com as consequências disso para a sociedade. O partido foi criticado quando seus integrantes votaram pelo fim do fator previdenciário no Congresso, projeto vetado pela presidente e que oneraria os cofres públicos num momento de crise e ajuste fiscal.
"Nunca em 27 anos de história do partido tivemos um momento tão positivo. Somos a antíteses disso tudo o que está aí", disse.

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