Diante da movimentação antecipada dos prováveis concorrentes, a Rede pressiona para que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva anuncie o mais breve possível sua pretensão de disputar a Presidência em 2018. Ainda que tenha afirmado, em mais de uma ocasião, que só vai declarar “depois do carnaval” de que forma participará das eleições, Marina deve assumir publicamente neste sábado, 2, que é pré-candidata ao Planalto.
Na reunião chamada Elo Nacional da Rede, que será realizada em Brasília, representantes do partido nos Estados vão entregar a Marina os resultados das conferências estaduais que foram realizadas nos últimos dois finais de semana. A principal conclusão desses encontros é a indicação dos “contatos” (equivalente a diretórios) estaduais para que a ex-ministra se coloque, e logo, como candidata à Presidência em 2018 – cargo que concorreu em 2010 e 2014, quando obteve cerca de 19 milhões e 22 milhões de votos, respectivamente. Marina ficou em terceiro lugar nas duas ocasiões.
O evento ocorre em meio às movimentações de alguns deputados da Rede para deixar a legenda, que pode acabar perdendo metade de sua atual bancada na Câmara de quatro deputados. A opção Marina, no entanto, conta com amplo apoio do partido. Todos os Estados em que tiveram executivas estaduais indicaram que apoiam a candidatura da ex-ministra – a quantidade de diretórios sem executivas é “residual”, segundo um dos dirigentes.
A dinâmica do evento visa, externamente, dar força ao anúncio da pré-candidatura ao mesmo tempo em que sinaliza internamente que, caso se decida por concorrer, Marina estaria fundamentada no amplo apoio de seus correligionários. Com isso, a ex-ministra tenta dirimir a principal crítica interna da qual é alvo: a de que é centralizadora das decisões da legenda.
“Será uma forma de mostrar que ela não é candidata dela mesma”, resume o deputado federal Miro Teixeira – decano da Câmara com 11 mandatos –, que pretende se candidatar ao governo do Rio de Janeiro no ano que vem. “Toda a organização da Rede é pela candidatura de Marina. Temos bastante rigor em relação aos prazos, mas o evento é para dizer ‘temos candidata’. Ou melhor, candidata a candidata”, completa.
Alianças. O senador Randolfe Rodrigues (AP) disse nesta sexta-feira, 2, que a ex-ministra vai “ouvir a todos e vai se manifestar” no evento. “Nós acreditamos que ela vá aceitar a indicação dos encontros estaduais”, afirmou. Segundo o senador, a partir do anúncio da pré-candidatura será formado um grupo de trabalho no partido para iniciar as discussões para a formação de alianças.
Por enquanto, diz Randolfe, as conversas neste momento estão sendo feitas com pessoas e movimentos da sociedade civil, como o Brasil 21 e o Brasil Agora. Uma eventual discussão para a formação de alianças partidárias deve ficar para o ano que vem. As conversas mais promissoras, segundo o senador, são com os partidos PSB, PPS e PV – ainda que o discurso dos dirigentes das duas primeiras siglas seja de que terão candidatura própria
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