sexta-feira, 3 de agosto de 2018

PT e PCdoB continuam articulação para Manuela vice de Lula

Brasil terra dos espertalhões: Onde os corruptos e mau caráter querem se tornar poderoso para perpetuar no comando .




“Para nós, a unidade sempre foi o caminho mais óbvio e necessário. Seguimos defendendo isso”, disse Manuela após PCdoB formalizar sua candidatura.
© AFP/Getty Images “Para nós, a unidade sempre foi o caminho mais óbvio e necessário. Seguimos defendendo isso”, disse Manuela após PCdoB formalizar sua candidatura.
As movimentações desta semana animaram petistas ptosna corrida presidencial. Após conseguir a neutralidade do PSB, integrantes do partido continuam com conversas para firmar uma aliança nacional com o PCdoB. Uma das possibilidades em jogo é que a presidenciável dos comunistas, Manuela D'Ávila, seja vice na chapa do PT. As legendas contam com o prazo de 15 de agosto para formalizar trocas de nomes na Justiça Eleitoral.
O assunto foi tratado pela presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Planalto, nesta quinta-feira (2), nas visitas que a parlamentar faz semanalmente ao petista, preso em Curitiba (PR) desde 7 de abril. Todas as articulações têm sido feitas com aval de Lula.
Condenado em 2ª instância por corrupção e lavagem de dinheiro, o presidenciável pode ser considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa, mas o PT insiste em registrar seu pedido de candidatura.
Na tarde desta sexta-feira (3), o Diretório Nacional do PT irá formalizar a aprovação do plano de governo e do acordo com o PSB. Na última quarta-feira (1º), a Executiva Nacional do PT publicou uma nota afirmando que o partido tinha decidido apoiar 4 candidatos a governador do PSB, incluindo Paulo Câmara, que tenta a reeleição em Pernambuco. A decisão inviabiliza a candidatura da petista Marília Arraes.
Em troca, o PSB irá retirar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, ao governo de Minas Gerais, o que fortalece a reeleição de Fernando Pimentel (PT).
A Executiva deixou claro que a candidatura de Lula é a prioridade do partido e também fez um aceno ao PROS para se juntar à coligação. O PROS também foi sondado por Marina Silva (Rede), até agora isolada na disputa.
No sábado, o partido homologa a candidatura de Lula na convenção nacional. Com as tratativas com outras siglas, a expectativa é que o vice só seja decidido após a convenção. Segundo petistas, uma das possibilidades cogitadas é indicar um nome "pro forma" e concretizar a troca até 15 de agosto. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o prazo legal é 5 de agosto. Após essa data, alterações serão analisadas caso a caso.
Presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, conversou com Lula sobre alianças eleitorais nesta quinta-feira (2).© Bloomberg via Getty Images Presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, conversou com Lula sobre alianças eleitorais nesta quinta-feira (2).

Manuela pode ser vice de Lula

Apesar de o PCdoB ter formalizado a candidatura de Manuela D'Ávila, nos bastidores, o partido aposta em concretizar uma aliança. Diante da dificuldade de uma união entre os 5 partidos de esquerda (PT, PCdoB, PDT, PSB e PSol), Manuela aceitaria ser vice de Lula. Não foi feito um convite formal, mas o assunto tem sido discutido nas últimas semanas.
Na convenção, a comunista reforçou a disposição em abrir mão da própria candidatura. "Para nós, a unidade sempre foi o caminho mais óbvio e necessário. Seguimos defendendo isso", afirmou a jornalistas.
A presidente do PCdoB, a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), e o líder da sigla na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) continuam à frente das negociações. De acordo com a parlamentar, na próxima semana as siglas do campo progressista farão um ato para mostrar união. Ela admite, contudo, que um acordo sobre vice pode demorar até o prazo final, 15 de agosto.
Para a coordenadora de campanha de Manuela, Nádia Campeão, formar alianças é parte fundamental na corrida eleitoral. De acordo com ela, esse será o foco nos próximos dias. Se a união com o PT não se consolidar, o PCdoB irá indicar o vice, que não será do Rio Grande do Sul, estado da presidenciável. Campeão foi vice-prefeita de São Paulo no governo de Fernando Haddad (PT), hoje apontado nos bastidores como substituto de Lula na corrida eleitoral, se a candidatura do ex-presidente for barrada.
"Somos a única candidatura feminista da esquerda", afirmou Manuela D'Ávila.© EVARISTO SA via Getty Images "Somos a única candidatura feminista da esquerda", afirmou Manuela D'Ávila.
Sobre possíveis mudanças no programa de governo, Campeão afirma que os principais pontos de união da esquerda foram definidos no manifesto lançado em fevereiro. De acordo com ela, caso seja vice, Manuela irá manter a agenda feminista, uma de suas bandeiras até o momento. "É uma questão central. Ela vem dessa luta das mulheres", afirmou ao HuffPost Brasil. "Não é porque os partidos não colocaram no programa que não concordem", completou.
Nas diretrizes do programa de governo, Manuela defende a equiparação salarial entre homens e mulheres e dobrar a remuneração e o tempo do seguro-desemprego para mulheres gestantes desempregadas e com filhos de até 2 anos. Na convenção do PCdoB, a presidenciável afirmou que era a "única candidatura feminista da esquerda".

Movimentação de união da esquerda exclui Ciro

O acordo do PT com PSB isola Ciro Gomes (PDT) na corrida eleitoral. A posição dos socialistas deve ser formalizada na convenção da legenda, no domingo (5), mas a decisão deve ser tomada na reunião do Diretório Nacional da sigla, no dia anterior.
O acordo foi costurado também com a participação do PCdoB. Os 3 partidos articularam alianças a candidatos a governo nos estados. Foi feita uma tentativa de aproximação do PT com Ciro, mas "ele não demonstrou interesse", segundo petistas. O PDT formalizou a candidatura do ex-governador do Ceará em 20 de julho.
Alianças da esquerda isolam Ciro Gomes na corrida presidencial.© Adriano Machado / Reuters Alianças da esquerda isolam Ciro Gomes na corrida presidencial.
De acordo com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), o partido ainda tenta consolidar uma coligação. "Estamos trabalhando para ter alianças. Vice no partido não é nosso foco agora", afirmou ao HuffPost Brasil. Questionada se seria vice de Ciro, a parlamentar disse que não podia responder ainda.
Depois de naufragarem as negociações de o apoio com o PSB e o centrão, os pedetistas tentam uma aproximação com o Avante. Se um acordo se consolidar, um nome que pode compor a chapa com Ciro é o do deputado Silvio Costa (Avante-PE).

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