quinta-feira, 4 de abril de 2019

Bolsonaro convidará líderes de 6 partidos para integrar base do governo, diz Onyx

Brazil's President Jair Bolsonaro and Lower House President, Rodrigo Maia pose with the proposal of the pension system reform bill at the National Congress in Brasilia, Brazil February 20, 2019. Marcos Correa/Brazilian Presidency/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY.© Handout . / Reuters Brazil's President Jair Bolsonaro and Lower House President, Rodrigo Maia pose with the proposal of the pension system reform bill at the National Congress in Brasilia, Brazil February 20, 2019. Marcos Correa/Brazilian Presidency/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY.
Em mais uma tentativa de criar uma base de apoio para a votação da reforma da Previdência, o governo acelerou as negociações com o Congresso e o presidente Jair Bolsonaro irá entrar na linha de frente a partir de quinta-feira (4), quando tem encontros com presidentes de 6 partidos no Planalto para convidá-los a integrar uma coalizão governista.
Mais de três meses depois de seu início, o governo ainda não tem uma base no Congresso para além do partido do presidente, o PSL, que tem 54 deputados. Mesmo partidos como o DEM, que tem três ministros nomeados ―Casa Civil, Agricultura e Saúde― se declararam até hoje independentes.
Nesta quinta, Bolsonaro - que até então resistia a entrar de fato na articulação política, especialmente na lida direta com os partidos ― receberá os presidentes de partidos Marcos Pereira (PRB), Gilberto Kassab (PSD), Geraldo Alckmin (PSDB), Romero Jucá (MDB), Ciro Nogueira (PP) e ACM Neto (DEM), que almoçará com o presidente.
O objetivo, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, será o de convidá-los a fazer parte da base do governo.
“O tom será de convidá-los para que participem desse esforço de construção do entendimento na busca de ter a nova Previdência aprovada”, disse Onyx.
“Para que tenhamos uma base constituída, a gente precisa dialogar, convidar e abrir a porta. É o que a gente está fazendo. Estamos abrindo a porta para construção dessa base, que vai se expressar lá na votação da nova Previdência.”
Questionado se o governo não levou muito tempo para tentar formar essa base, o ministro afirmou que é preciso “paciência e diálogo”.
© Ueslei Marcelino / Reuters
Apesar das contas otimistas de membros do governo, deputados mais realistas apontam que hoje o governo teria menos de 100 votos pela Previdência, abaixo de um terço dos 308 necessários para aprovar o texto.
A óbvia falta de votos necessários para aprovar a reforma, que tanto Bolsonaro quanto seu ministro da Economia, Paulo Guedes, consideram a principal meta do governo, convenceu o Planalto de que precisava agir.
Na semana passada, Guedes afirmou que assumiria também pessoalmente as negociações da reforma. Na terça-feira (2), o ministro passou boa parte de seu dia em reuniões com bancadas partidárias ―PRB, PSD e parte do PSL, além do líder do DEM, Elmar Nascimento (BA).
Nesta quarta (3), reservou a tarde para uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara, primeira batalha no caminho da reforma.
Líderes simpáticos à causa, mas nem tanto ao governo, têm cobrado a participação de Bolsonaro nas negociações e mais atenção do presidente.
Segundo Onyx, na semana que vem, entre terça e quarta, Bolsonaro terá encontros com presidentes de mais alguns partidos. Entre eles, PSL, Solidariedade, Podemos e PR.
Até agora, o governo vinha resistindo a conversar diretamente com os partidos.
Durante o período de transição, em que os novos governos normalmente organizam sua base de apoio, Bolsonaro recebeu líderes e bancadas, mas pautou suas negociações com as frentes parlamentares. Foi por meio delas que foram indicados os ministros da Saúde, Henrique Mandetta, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Cidadania, Osmar Terra.
Já na época, parlamentares avisaram que o governo teria que negociar sim com partidos e seus presidentes, mas a resistência de Bolsonaro ―que via nisso a volta do “toma lá, dá cá” que dizia combater durante a campanha eleitoral― dificultou as negociações até o ponto da turbulência no Congresso impedir a nomeação do relator da reforma na CCJ.
A promessa agora é azeitar a relação, inclusive com a nomeação de cargos de segundo escalão indicados por parlamentares, para não correr o risco de a reforma naufragar.

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