quinta-feira, 19 de maio de 2011

Base rebelde expõe fragilidade de ministro Luiz Sérgio

Reclamação é de falta de articulação política em temas como Código Florestal. Paulinho da Força diz que "esse ministro não existe"
A dificuldade que o governo vem tendo em votar projetos no Congresso, nas últimas semanas, expôs pontos frágeis na articulação política do ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, junto a deputados e senadores da base.
Na avaliação de governistas ouvidos pelo iG, Luiz Sérgio ainda tropeça em temas considerados prioritários, pelo Planalto ou pelos congressistas, como a votação do Código Florestal e a liberação de restos a pagar.
O principal sinal de fragilidade, segundo os parlamentares, é sentido na dificuldade de se votar o Código Florestal. Inicialmente destacado pelo Planalto para conduzir as discussões, Luiz Sérgio assumiu papel de coadjuvante.
Resultado disso é que, na falta de acordo, o desgaste com a não votação da matéria recai sobre figuras estratégicas do governo que estão à frente das discussões - como o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) e o relator do proejto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
“O governo faltou com a palavra”, cobrou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). O deputado Paulinho da Força (PDT-SP), que participou das negociações com Luiz Sérgio sobre o valor do salário mínimo, no início do ano, afirma que não há intermediação do Congresso com o governo.

Demandas

“O Luiz Sérgio não existe”, criticou o pedetista. "Quando precisamos falar com o governo vamos no Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência) ou no Giles (Azevedo, chefe de gabinete da presidenta Dilma Rousseff)”.
Responsável por levar as demandas dos parlamentares à presidenta Dilma, Luiz Sérgio também é pressionado por deputados para que o governo estenda até o fim do ano o prazo para liberação de restos a pagar de 2007 a 2009. Um decreto do governo estabeleceu 30 de junho como a data-limite para o pagamento desses recursos.
“Esse prazo é muito curto”, diz o deputado Luiz Gonzaga Patriota (PSB-PE), representante da bancada do nordeste, que, junto da bancada do norte, somam mais de 200 parlamentares no pleito. “Falei essa semana com o ministro Luiz Sérgio por telefone, mas a ideia é encontrá-lo semana que vem. Queremos mais atenção”.

Cobrança

Nos bastidores, governistas avaliam que a tendência é que Dilma aumente a cobrança sobre Luiz Sérgio, caso o Executivo continue com dificuldades de passar projetos no Congresso. “As pessoas vão onde está o poder e, no momento, a articulação política é fraca. A corda pode arrebentar para o lado do Luiz Sérgio”, disse um senador petista.

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