segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Wagner faz contrato de R$ 272 mi com ONG de aliado

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou que R$ 39 milhões desse montante foram superfaturados; contrato é com a Fundação José Silveira, cujo superintendente, de 1997 a 2008, foi o deputado federal Antônio Brito (PTB), que apoiou Wagner nas suas duas eleições; na Secretaria de Saúde, o pagamento tinha o aval do diretor-geral Amauri Teixeira (PT), que hoje também é deputado.
 
Denúncia da Folha de São Paulo traz mais um ponto negativo para a gestão de Jaques Wagner (PT). Segundo o jornal, o Governo da Bahia firmou contratos sem licitação na área da saúde no valor de R$ 272 milhões com ONG ligada a aliado político do petista.
 
Conforme apurou a Folha, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou que R$ 39 milhões desse montante foram superfaturados.
 
Os contratos são para fornecimento de mão de obra médica, assinados após dispensa de licitação entre a Secretaria Estadual da Saúde e a Fundação José Silveira, no período de 2007 a 2011.
 
A fundação teve como superintendente, de 1997 a 2008, o deputado federal Antônio Brito (PTB). Hoje, a mulher dele, Leila, ocupa o cargo. O PTB apoiou Wagner em sua eleição para governador em 2006.
 
Na Secretaria de Saúde, o pagamento tinha o aval do diretor-geral Amauri Teixeira (PT), hoje também deputado federal. Ambos dizem que os pagamentos são legais e estão respaldados por parecer do Ministério Público da Bahia. Só neste ano é que foi feita uma concorrência, vencida pela mesma fundação.
 
De acordo com o relatório do TCE, a principal irregularidade está no fato de a Fundação José Silveira cobrar do Estado o pagamento da contribuição patronal do INSS. A fundação está liberada da obrigação de pagar esse encargo. Apesar disso, cobra os valores do Estado e não os repassa à Previdência.
 
Nos R$ 272 milhões de 2007 a 2011, o relatório aponta que o governo da Bahia pagou indevidamente R$ 39,2 milhões, que correspondem aos encargos ao INSS que a fundação não precisa pagar.
Além do TCE, o Ministério Público da Bahia finaliza um inquérito sobre o caso. "A fundação tem que fazer filantropia com recursos dela, não do Estado", disse a promotora Rita Tourinho.
 
Outro lado
 
A Fundação José Silveira e a Secretaria de Saúde afirmam que a cobrança da contribuição patronal do INSS se baseia em um parecer do núcleo do terceiro setor do Ministério Público da Bahia.
 
A opinião diverge da avaliação do setor do Ministério Público que combate a improbidade administrativa, que diz que a cobrança é irregular. Advogados do escritório Siqueira Castro dizem que, pela regra geral, não poderia ser cobrado o INSS patronal em um caso desse tipo, mas que há brechas na lei.
 
A Secretaria de Saúde afirma que, no processo de dispensa de licitação, foi dada oportunidade a outras empresas. Diz ainda que os contratos foram submetidos à Procuradoria-Geral do Estado e cumprem a lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário