sábado, 10 de julho de 2010

Wilson Brito Diniz: Ciclo em declínio

Rio - O ex-governador Anthony Garotinho (PR), com o espólio de 20% de intenções votos congelados, sepulta sua trajetória política ao jogar a toalha no ringue, desistindo de concorrer ao governo do estado depois da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que confirmou sua inelegibilidade.


A morte política prematura do ex-governador era previsível pela maioria dos cientistas políticos a partir da greve de fome. Em ciclo de decadência do poder, isolado, hospedado na sigla nanica do Partido da República (PR), com dois minutos de televisão no programa eleitoral e com altos índices de rejeição, não tinha alternativa viável, a não ser candidatar-se a deputado federal.

Ao sair da corrida sucessória, Anthony Garotinho sai do foco da imprensa e da Justiça e deixa sua mulher, a prefeita cassada de Campos Rosinha Garotinho, e sua filha, a vereadora carioca Clarissa Garotinho, livres para tentar salvar seus mandatos.

Cabe aos historiadores, no dia da ressurreição, explicar como uma liderança popular em ascensão no seu primeiro mandato, com 80% de aprovação, entra em declínio e constrói seu próprio mausoléu político. Sua ambição desmedida, obstinação pelo poder a qualquer preço, visão salvacionista de fundo religioso, surdez aguda para os colaboradores, luta constante contra intelectuais, jornalistas e grandes grupos de comunicação talvez sejam os pontos de partida para a análise.

A desistência de Anthony Garotinho de concorrer ao governo do estado sela a vitória do governador Sérgio Cabral. Depois do velório na sede do partido (PR) no Rio, réquiem com “Luto e Melancolia” (texto do psicanalista Sigmund Freud) para os ainda fiéis eleitores do ex-governador.

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