quarta-feira, 17 de abril de 2013

Cabral tenta alterar lei e gera polêmica

Da mesma forma que alterou a Lei 5434/95, a chamada Lei Rosinha, que reduzia a alíquota do ICMS de 19% para 2% nos municípios com baixo índice de industrialização a fim de possibilitar a atração de novos empreendimentos nestas cidades, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), mandou agora, em regime de urgência para a Assembleia Legislativa (Alerj), um projeto de lei que quadriplica o valor que o Governo do Estado poderá gastar com a assistência jurídica aos servidores públicos que necessitarem de advogados. A lei sancionada pela então governadora Rosinha Garotinho segue a tabela da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A medida de Cabral provoca polêmica e já recebeu 45 emendas parlamentares, já que há desconfianças de que a generosidade do governador poderia contemplar advogados ou grandes escritórios de advocacia que prestam serviços para o Governo do Estado. Um dos questionamentos em relação ao projeto de lei é o fato de que a contratação dos advogados será feita de forma aleatória e sem licitação.
Valores elevados – Segundo a lei aprovada por Rosinha em 2006, um servidor que responder por improbidade administrativa, com base na tabela da OAB, pode receber ajuda de R$ 2.826,00, mas com alteração proposta pelo atual governador, a ajuda saltará para R$ 11.304,00. No caso de processo criminal, dos atuais R$ 7.104 concedidos, conforme a tabela OAB, o valor subirá para R$ 28.416.
Aliado é contra - O deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PMDB), um dos autores da lei e que em 2006 pertencia à base aliada do Governo Rosinha, sendo atualmente da base aliada do Governo Sérgio Cabral, se manifesta contra a alteração proposta pelo governador peemedebista.
De acordo com entrevista concedida ao jornal O Globo, em matéria publicada na edição de ontem, o parlamentar disse que agora votará contra a medida por considerar muito elevado o valor quatro vezes acima da tabela da OAB.
Preocupação na ALERJ
Luiz Paulo revelou preocupação pela dispensa de licitação proposta por Cabral. “Apresentei emenda para retirar esse aumento e exigir que a contratação seja por processo licitatório. A maior parte das ações é por improbidade administrativa, ou seja, no campo do direito administrativo, em que inúmeros advogados podem atuar”, argumentou.
Também o deputado Marcelo Freixo (PSOL) considera que o projeto é “temerário”. Ele desconfia que a dispensa de licitação possa abrir brechas para contratação de escritórios ligados a autoridades do Estado. “O ponto que considero pior na proposta é a ausência de licitação nesse processo. Há muitos escritórios publicamente vinculados a pessoas públicas do Estado. Por isso, votarei contra a proposta do governador”, declarou Freixo ao O Globo.

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